31 de agosto de 2011

LEIGOS FRANCISCANOS

Fraternidades em estado de missão

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM (*)

Chamados a colaborar na construção da Igreja, como sacramento da salvação de todos os homens, e constituídos pelo Batismo e pela Profissão, testemunhas e instrumentos de sua missão, os franciscanos seculares anunciam Cristo pela vida e pela palavra ( cf. Regra 6). Seu apostolado preferencial é o testemunho pessoal no ambiente em que vivem e o serviço para a edificação do Reino de Deus nas realidades terrestres ( Constituições Gerais da OFS, art. 17, 1).

1. Vivemos no coração da Igreja. Nós, franciscanos, não formamos um grupo “à parte”. Temos plena consciência de que nascemos no seio da Igreja, de que Francisco nos queria ver servos e súditos desta mesma Igreja. Pensamos na Igreja com seus representantes oficiais colocados aí pelo Espírito e pensamos nessa imensa Igreja, Corpo Místico de Cristo, essa Igreja povo de Deus que caminha através dos tempos tentando edificar o Reino de Deus, essa Igreja que é sacramento, sinal de um mundo novo que é maior do que ela. Alimentamo-nos da vida de Deus no seio da Igreja, somos fiéis ao que para nos determina o sucessor de Pedro e queremos encontrar caminhos novos.

2. Conhecemos as transformações que vive o mundo em nossos tempos e sabemos que também a Igreja busca caminhos novos. Temos em elevado apreço o Documento de Aparecida que nos convida a sermos discípulos missionários. Somos, no entanto, convidados a olhar a realidade. Ficamos perplexos com o esvaziamento de muitas de nossas paróquias e, ao mesmo tempo, com as massas que acorrem para certas manifestações religiosas empreendidas por pessoas com carisma. Temos a impressão que as famílias e os jovens escaparam de nós. Há uma séria diminuição de pessoas que pedem os sacramentos do batismo e do matrimônio. Causa-nos admiração um evento como a passeata dos homossexuais em São Paulo reunindo mais de três milhões de pessoas. Não conseguimos acompanhar as famílias e nossa pastoral dos jovens está estacionada. Não se trata de querer ser pessimista, mas de olhar o que se passa.

3. Nossos grupos de franciscanos seculares vão fazendo sua caminhada. Há viçosas fraternidades novas, mais simples, com pessoas mais vocacionadas, grupos talvez menos devocionalistas. Lutamos pela conscientização do tema da identidade franciscana secular e aquele do senso de pertença. Somos obrigados, no entanto, a reconhecer um generalizado envelhecimento de não poucas fraternidades. Não desanimamos porque a obra não depende de nós. É do Senhor. Sempre confiantes no amanhã, porque está nas mãos de Deus e porque estamos unidos a Pedro e sua barca, temos, no entanto, o dever de nos interrogar a respeito de nossa vida e de nossa presença na Igreja.

4. Antes de mais nada temos o tesouro de nossas fraternidades e irmãos que se dispõem a servir, a lavar os pés uns dos outros e oferecerem seus préstimos ao evangelho. Na realidade constituímos um movimento de retorno ao Evangelho, quanto possível em sua pureza mais profunda. Vivemos num mundo plural. Nossas fraternidades serão lugares de exame dos grandes temas da fé e do mundo. O que é crer? Esperar o quê? O que significa escutar o Senhor hoje? Qual a missão do sacerdote? Como receber os sacramentos em plena veracidade? Nossas fraternidades precisam organizar dias de estudo, de aprofundados retiros. Somos convidados a pensar, discernir, não repetir por repetir. Não somos partidários de uma religião à la carte. Na Igreja somos pessoas de reflexão e buscar colocar vida em nosso interior. Não queremos viver derramados nas coisas.

5. Num mundo individualista, a Ordem Franciscana Secular viverá intensamente a fraternidade. Não apenas uma fraternidade interna, mas aberta ao plural, aos que chegam em nossos territórios, em nossa vizinhança, aos que conhecem percalços na vida no casamento, na falta de sentido de viver. Os que nos vêem deveriam poder dizer: “Vede como eles se amam!”

6. Precisamos de leigos maduros. Insistimos no adjetivo maduro. A maturidade cristã e franciscana serão perseguidas com garra: leigos que sejam leigos, leigos que gostem de estudar e de aprofundar sua fé, leigos que respondam para si e para os outros as questões existências: Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? O que é viver com discípulo hoje?

7. Num mundo de mediocridade, num tempo em que se satisfaz apenas com as performances financeiras, sucesso exteriores os franciscanos seculares tendem à santidade. Isto se manifesta no cotidiano de vidas despojadas, alegres, cheias de esperança.

8. Não podemos esperar que as pessoas cheguem a nós. Há pistas que precisam ser descobertas entre nossas fraternidades e as pessoas lá onde vivem. Não seria esse o sentido de uma opção pela missão e pela evangelização? Leigos desejosos de seguir Francisco que se aproximam de nossas fraternidades sempre perguntarão: “O que vocês fazem pelos outros?”. Não querem apenas ser recebidos num ninho quente.

9. O centro de tudo é Cristo, vivo, ressuscitado, presente entre nós. Vivemos nele, nele existimos. Sem pieguice vivemos uma vida cristã. Não podemos nos dar por satisfeitos com uma pastoral sem alma, burocrática, feita de eventos mais ou menos grandiloqüentes. Não colaboraremos com um pastoral meramente sacramenalista. Temos vontade, por vezes, de retomar o espírito de evangelização anterior à conversão de Constantino ao cristianismo. Gostaríamos de poder ajudar a construir uma Igreja na lentidão da conversão. Queremos dar a nossa colaboração para que os sacramentos sejam efetivamente epifania do divino. De modo especial batismo, eucaristia e matrimônio precisam ser recebidos como eventos transformadores de existências e não meros ritos de passagem. Não queremos nos centrar na pastoral dos sacramentos, mas sabemos que eles são expressão de uma conversão. Desejamos fazer com as pessoas redescubram de verdade a proximidade de Cristo nesses sacramentos que serão recebidos com plena consciência. Eles deixaram de ser evangélicos e se tornaram ritos sem vida.

10. Salvador Valadez Fuentes, autor mexicano, em seu Espiritualidade Pastoral – Como superar uma pastoral “sem alma” ( Paulinas, 2008) num texto corajoso e provocador mostrando Paulo, como modelo de agente de pastoral, fala daquilo que os cristãos e agentes de pastoral podem fazer: recuperar a radicalidade e a surpresa de ser cristãos e apóstolos; cultivar um substrato de valores humanos onde se encarna a graça: coerência, sinceridade, lealdade, convicção, liberdade, desinteresse; respeitar e alentar os ritmos nos processos de fé e de conversão pessoal e comunitária; valorizar a cruz como elemento fecundo e de autenticidade à nossa missão; saber viver no conflito; promover a solidariedade eclesial em todos os níveis; centrar nossa vida cristã e ministério pastoral na fé, na esperança e na caridade, traduzidas em atitudes concretas; ter uma visão eclesial enraizada na Trindade como fundamento último de todo ministério pastoral; urgir o aspecto missionário da fé; entender e assumir a vida cristã como um combate; encarnar, à maneira de Paulo, as atitudes fundamentais de um agente: força, valentia, liberdade, alegria, recuperar a consciência de ser enviados; não alimentar cobiças nem pretensão de glória; exercer a autoridade como serviço amável; amar com um amor real até à morte, oferecer cuidados de bom pastor às comunidades” ( p. 50). Este texto nos fala de uma vida de missão e de pastoral cheia de mística, de fogo interior.

11. Estamos todos convencidos da importância da família em nossa vida pessoal. Como franciscanos seculares compreendemos bem a problemática desta pequena célula do mundo. Não podemos nos sentir alheios ao tema. O amanhã da humanidade, no dizer de João Paulo II, passa pela família. A Regra afirma: “Em sua família vivam o espírito franciscano de paz, de fidelidade e de respeito à vida, esforçando-se por fazer dela sinal de um mundo já renovado em Cristo. Os esposos, em particular, vivendo as graças do matrimônio, testemunhem no mundo o amor de Cristo por sua Igreja. Mediante uma educação cristã dos filhos, atentos à vocação de cada um, caminhem alegremente com eles em seu itinerário humano e espiritual” (n.17). Evangelizar nossa família, a família dos filhos, as famílias de fora. Na medida do possível seremos evangelizadores de nossa família e das famílias dos irmãos da fraternidade: uma comunidade de vida e de amor, indo do individualismo ao personalismo, lugar de encontro e de estruturação da pessoa, lugar de alimentação e de crescimento, espaço de acolhimento e de encontros, Igreja doméstica sem pieguice.

12. Não podemos imaginar o amanhã da Igreja e da Ordem sem liderança capacitadas, homens e mulheres, capazes de ler os sinais dos tempos, pessoas que reflitam e que coloquem por escrito aquilo que é o fruto de suas preocupações com o homem e o mundo. A Ordem Franciscana Secular terá preocupação de ter irmãos que façam cursos que valham a pena e se coloquem no meio do fogo.

13. Somos fraternidades em estado de missão. A fraternidade é o coração de nosso carisma. A primeira indicação dada pelo Senhor a respeito da credibilidade dos seus discipulos foi o famoso “vede como eles se amam”. O primeiro testemunho é dado por uma vida autenticamente fraterna, tanto na primeira como na terceira ordem. Deus nos ama, nos congrega e nos envia. Um autor italiano, Domenico Paoletti, OFM Conv., escrevendo a respeito da missão franciscana hoje no ocidente escreve: “A fé cristã encarnada no testemunho da fraternidade franciscana vivida com alegria e gosto é sinal luminoso de que evangeliza por irradiação e vive a missão mais como revelação do amor de Deus do que como um serviço funcional dirigido para particulares necessidades. Assim, a missão franciscana é antes de tudo tornar presente e lembrar que a comunhão fraterna, enquanto tal, já é missão pelo fato de contribuir diretamente para a obra da nova evangelização” (Miscellanea Francescana, t. 109, p.424). Mas atenção: uma fraternidade bem constituída, sinal do reino, levará também seus membros a ir dois a dois pelo mundo. Embora, a fraternidade seja, no dizer de alguém, “narração humana do amor divino”, será preciso ir, sempre ir.

14. Referindo-se mais aos frades, o autor do precedente estudo, continua: “A fraternidade, coração do carisma e da missão franciscana, hoje goza de particular atenção numa sociedade da técnica e dos relacionamentos friamente virtuais. A missão para Francisco, na escola do evangelho, é sempre o andar “dois a dois”. Nunca envia um frade sozinho pelo mundo. Os dois vão juntos reconciliados e levando reconciliação. A missionariedade é conseqüência da fraternidade “exodal” (de êxodo) e itinerante, características da fraternidade franciscana, que se põe em contraste com a tradicional “stabilitas”. Para os frades menores o mundo é seu claustro e cada homem seu irmão” Ela foi querida por seu fundador como “fraternidade extática” (em estado de êxtase) e não estática ou estética, como por vezes parece ser reduzida segundo cânones impostos pela cultura contemporânea da imagem: um frade com sandálias num claustro e cercado de gerânios. O centro da fraternidade franciscana está fora dela: em Deus e além dos limites de nosso mundo local e auto-referencial (...) A missão é, na realidade fecunda, somente quando brota de uma vida fraterna de profunda espessura evangélica que dá ao mundo o testemunho do amor do Deus Trindade. A presença-provocação da fraternidade franciscana hoje é uma verdadeira missão abrangente ao se apresentar como uma teologia narrativa do modo de amar de Deus. Trata-se de um “eloqüente” falar de Deus” (p. 425).

15. P. G. Cabra, citado pelo autor que mencionamos antes, escreve linhas contundentes sobre a fraternidade e sua ligação com o mistério da Trindade: “A um Deus comunhão corresponde uma igreja comunhão e tal exige a criação de comunidades fraternas, tanto as religiosas quanto as familiares, onde a realidade comunional se manifesta de forma legível. Uma Igreja sem fraternidades realizadas pode fazer a suspeita da pouca importância da Trindade. Que adianta confessar um Deus comunhão, quando na terra cada um pensa nos seus sucessos, quando a dimensão fraterna é sobrepujada pela dimensão individualista, quando a fraternidade é vista como um ideal abstrato, quando a eficiência imediata torna-se a preocupação principal, colocando na sombra todas as intenções que partam da fraternidade” (. P. 425).

16. Que dizer ainda? O amanhã de nossas fraternidades depende do hoje de nossos empenhos. A casa construída na medida em que o Senhor age. Não somos donos de tudo. Mas sabemos que tudo, dependendo de Deus, depende também de nós. Trata-se voltar ao primeiro amor e sentir no fundo da alma uma vontade efetiva de ir, de conversar, confabular com o mundo que nos escapa : jovens, famílias, credos. Não podemos administrar apenas o caos, o mundo daqueles que hoje estão cansados. Fraternidades missionárias, mas fraternidades que trabalhem na pastoral com discernimento e com espírito crítico. Não se trata de uma mera sacramentalizaçao, mas de mostrar às pessoas um mundo do beleza que conseguimos vislumbrar com Francisco e seu gênero de vida.

(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Assistente Nacional da OFS pela OFM e Assistente Regional do Sudeste III

27 de agosto de 2011

As Monjas Concepcionistas também estão celebrando seu jubileu


ORAÇÃO PARA O V CENTENÁRIO DA REGRA DA ORDEM DA IMACULADA CONCEIÇÃO 1511-2011

A vós Pai, de quem procede toda inspiração e toda vocação, ao celebrar os quinhentos anos da aprovação, pela Igreja, de nossa Regra, damos graças e louvores. E, unidas a Maria, queremos proclamar a grandeza do vosso amor.

Queremos agradecer-vos também porque através desta Regra vossa misericórdia chamou, ao longo dos séculos, a muitas irmãs e junto com elas nos chama a nós também hoje para viver desposadas com Jesus Cristo vosso Filho, nosso Redentor, fazendo de nossa vida uma celebração permanente do Mistério da Imaculada Conceição.

Dai-nos teu Espírito para que realize em nós Sua santa operação e nos leve a ser um só espírito com Cristo nosso Esposo.

Concedei-nos hoje e também no futuro, saber manter viva a chama de Santa Beatriz, nossa Mãe, sendo fiéis a esta vocação recebida na Igreja.

E que todas as que, iluminadas por vós, abraçamos esta Regra e forma de vida, vivamos com um coração generoso e alegre o seguimento de Jesus Cristo e de sua Mãe, em pobreza e humildade, em assídua oração e incansável e gozosa celebração de vossa Obra em Maria Imaculada e na Igreja.

Fazei que sejamos e vivamos sempre como uma só Família, unidas no amor e na santidade. Amém.


25 de agosto de 2011

São Luís de França - Copadroeiro da OFS



São Luís IX, Rei da França, patrono da OFS 


Luís IX, rei da França nasceu aos 25 de abril de 1215. Foi educado rigidamente por sua mãe Branca de Castela e por ela encaminhado à santidade. Começou a ser rei da França em 1226. Casado com Margarida de Provença, ele impôs-se por toda vida exercício diário de piedade e penitência em meio de uma corte elegante e pomposa. Viveu na corte como o mais rígido monastério e tomou a todo o país como campo de sua inesgotável caridade. Quando o qualificavam de demasiado liberal com os pobres, respondia: "prefiro que meus gastos excessivos estejam constituídos por luminoso amor de Deus, e não por luxos para a vã glória do mundo".

Sensível e justo, concedia audiência a todos debaixo do célebre bosque de Vincennes. Admirava-lhes sua serena justiça, objetiva supremo de seu reinado. A seu primogênito e herdeiro lhe disse uma vez: "preferiria que um escocês viesse da Escócia e governasse o reino bem e com lealdade, e não que tu meu filho, o governasse mal". Toda sua vida sonhou em poder liberar a Terra Santa das mãos dos turcos. Por uma primeira cruzada promovida por ele terminou em fracasso. O exército cristão foi derrotado e dizimado pela peste. O rei caiu prisioneiro, precisamente a prisão de Luís IX foi o único resultado da expedição. As virtudes do rei impressionaram profundamente os muçulmanos, que o apontaram "o sultão justo".

Em uma segunda expedição ao oriente, ele mesmo morreu de tifo em 1270. Antes de expirar mandou dizer ao Sultão de Túnez: "Estou resoluto a passar toda minha vida de prisioneiro dos sarracenos sem voltar a ver a luz, contanto que tu e teu povo possais fazer-se cristãos".

Os terceiros franciscanos festejam neste dia 25 de agosto a seu patrono, São Luís, rei da França, ilustre co-irmão na terceira Ordem da penitência. Foi sua mãe Branca de Castela que o encaminhou à santidade. Foi um terceiro franciscano que teve de Deus o encargo de exercitar a caridade em terras da França. Na história da França se recorda como um soberano sapientíssimo e também enérgico. O vemos praticar todas as obras de misericórdia convencional, traduz sua fé em ação e buscou no solo viver, e também governar segundo os preceitos da religião. São Luís IX, rei da França, morreu em 25 de agosto com a idade de 55 anos. Seu corpo foi levado à França e repousa em São Dionísio.

23 de agosto de 2011


"Todo ato de bondade é demonstração de poder"

(Jeremy Bentham)

A bondade é um poder-serviço, algo grandioso e divino que podemos atingir. Não nascemos bons, mas aprendemos a ser bons. A criança tem a experiência do egocentrismo; tem a sensação de ser o centro do mundo: ela precisa disso, ela necessita chamar a atenção, precisa ser reconhecida e amada. Depois, necessitamos matricular-nos na escola da bondade, da cortesia, do altruísmo, do amor...

O poder do amor é infinitamente grande. O amor é uma força transformadora, Faz os corações experimentar a eleição divina, superar as carências e o egoísmo. Quando temos a certeza de que somos amados, abrimos caminhos novos, nunca antes percorridos. Fazemos a experiência fraterna e solidária com as pessoas que encontramos necessitadas de nosso tempo, de nossa atenção, de nossa solidariedade...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

16 de agosto de 2011

DA ORDEM DOS PENITENTES DO SÉCULO XIII À ORDEM FRANCISCANA SECULAR DO SECULO XXI

Sabemos que essa Ordem surgiu no século XIII, pelo desejo manifestado por Francisco de incluir os leigos entre os seus seguidores (I Fiorette 1,16); em Thomaz de Seleno 1, 15, vemos como o povo gostava de estar junto de Francisco e servi-lo, pela adesão o Luquésio de Poggibonzi e sua esposa Buona Donna, as quais Francisco Prometeu uma Regra para que o pudessem segui-lo sem sair de casa; também na Legenda dos Três Companheiros (14,60), lê-se que os leigos “dedicavam-se a uma penitência muito generosa em suas casas”.
Muitos autores ao falarem do século XIII, relataram que a partir de 1207 Francisco foi um penitente, até 1209, quando fundou a Ordem Primeira, sendo que ele com seus confrades se tornaram “pregadores itinerantes”.
“Se já na metade Século XII se tinha constatado no movimento penitencial um acréscimo, agora, sob o influxo dos frades menores, numerosos guias e orientadores, milhares de pessoas se reuniram, a vidas por viver este ideal”.
O imã atrativo era Francisco mesmo, com sua vivencia autentica aquilo que aspiravam.
A maior parte dos penitentes passou a seguir sua espiritualidade, difundida por seus confrades, e se tornaram então “ Penitentes de São Francisco”, embora nos documentos oficiais continuassem chamados “irmãos e irmã da penitencia”.
Somente no fim do século XIII, decênio depois da morte de Francisco se fala “da Ordem Terceira de São Francisco”.
Francisco é considerado o fundador da Ordem Terceira porque muitos jovens, homens e mulheres casados seguiram fielmente a espiritualidade franciscana e deram a origem à “ Ordem dos irmãos e irmãs da penitencia de São Francisco”, contudo, não existia um documento canônico assinado a respeito.
De 1221 a 1228, viveram o que dispunha “Memoriali Propositi”, regra aprovada pelo papa Gregório IX para todos os penitentes da época, por tanto sem nenhuma influencia franciscana.
Na regra não bulada dos frades menores – “Cap. XXIII, 16 a 22”, consta o ardente desejo de Francisco pelo salvação de toda humanidade.
A inspiração original de Francisco consta da “carta aos fieis”, que é hoje o prólogo da regra de 1978.
O papa Nicolau IV ( que era frade menor) em 18 de agosto de 1289 aprovou a Regra “ supra Montem”, obrigando a Ordem da penitencia do mundo inteiro a aceitar os frades menores como visitadores e procuradores de suas fraternidades. Em 30 de maio de 1883 o papa Leão XIII (franciscano e membro da OFS), aprovou uma regra especifica para os franciscanos seculares, por meio da Encíclica “Misericors dei Filius”. Nota-se menos rigor nesta Regra, pois o papa entendeu que a situação do século XIII era bem diferente do século XIX. Em 25 de agosto de 1957 foram aprovadas as constituições gerais da regra de Leão XIII. Não foram feitas a partir da Própria OFS, mas impostas. Por isso n~]ao atenderam completamente às aspirações de muitos franciscanos seculares.Pelo breve apostólico “Serapticus partriarcha”, em 24 de junho de 1978 foi aprovada a Regra de Paulo VI assinada poucas semans antes de sua morte. Em 27 de setembro de 1982, o papa João Paulo II recebeu peregrinos franciscanos seculares na sala máxima e lhes disse: “Amai e estudai e vivei a Regra e a Ordem Franciscana Secular,... Ela é um autentico tesouro em vossas mãos, sintonizado no espírito do Concilio Vaticano II e correspondente ao que a igreja espera de vós.Amai, estudai e vivei esta regra, porque os valores nela contidos são eminentemente evangélicos. Vivei esses valores em fraternidade e vivei-os no mundo, no qual, pela vossa vocação secular estais, envolvidos e radicados. Vivei estes valores evangélicos nas vossas famílias, transmitindo a fé com a oração, o exemplo com a educação, e vivei as exigências evangélicas do amor recíproco, da fidelidade e do respeito à vida . Cristo, o pobre e crucificado, seja para vós como foi para Francisco de Assis, o inspirador e o centro da vida com Deus e com os homens. Esta regra tem apenas 26 artigos, profundos, belíssimos pelo que contem. Muitos livros já foram escritos sobre ela, mas o capitulo II, relativo a forma de vida é considerado o mais importante. Por isso o Concilio Nacional da OFS do Brasil preparou o Livro: “ a Vida em Fraternidade”, destinado a uso de todos os franciscanos seculares e jufristas, e especialmente dos membros dos conselhos dos diversos níveis. Em 08 de setembro de 1990, foram a provadas em caráter experimental as constituições gerais com três grandes linhas mestras: a secularidade, a unidade e a autonomia. Foram atualizadas e suas emendas aprovadas em 08 de dezembro de 2000, promulgadas em 06 de fevereiro de 2001 e entraram em vigor a partir de 06 de março de 2001. No texto foram observados os seguintes critérios: adesão ao direito comum e ao direito próprio da OFS; respeito pelo texto já aprovado em 1990 pela Santa Sé; flexibilidade organizativa,;adaptação cultural e lingüística. COMO É A PEDAGOGIA FRANCISCANA NA OFS São Francisco deixou que Deus o transforma-se em seu processo de conversão “ O Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, viver uma vida de penitencia, o que antes era amargo, transformou-se em doçura da alma e do corpo” ( RNB 21,23). Quem não converte-se não pode salvar-se. Toda a pedagogia de Francisco é a própria pedagogia do amor. O estilo formativo de Francisco é o “amor cavalheiresco”, amor cortes.Diz-se que a cortesia é uma qualidade de Deus. Tudo ele fazia “por amor do amor”; procurava manter com fundamental a exclusividade de cada pessoa. O antídoto contra o mal é o bem. Com essa pedagogia Francisco tinha uma meta: conduzir todos os seus irmãos e seguidores a uma única fraternidade, onde ninguém tenha procedência sobre o outro. Para Francisco, a fraternidade é o lugar do encontro, da salvação, da pratica do amor. Esta pedagogia nos mostra o valor de cada pessoa humana e de toda criação. O franciscano secular vive sua vocação em seu estado de vida: como chefe de família, como celibatário, ou como viúvo. No seu convívio em casa, no trabalho, no lazer, na fraternidade, seu ser deve revestir-se das seguintes característica: a) seguimento do Cristo na forma de vida evangélica;b) pratica do fraternismo, manifestando ternura e compaixão com os mais fracos e pequenos e com todas as criaturas; c) humildade e pobreza, na coragem de ser menor e simples; viver atitude de serviços. d) alegria e otimismo, vivendo o sentido lúdico da vida; saber brincar para vencer as tentações do pessimismo, ou de tristeza; Esses fatores, é que tão a cada um a identidade franciscana, é o resultado da vivencia da espiritualidade franciscana. Esse é o objetivo da formação que cada membro da OFS recebe durante toda a sua vida na Ordem.A formação inicial se estende até a profissão e após a formação permanente. Francisco viveu intensamente sua espiritualidade identificando-se com Cristo, por isso o Franciscano Secular vive: a) uma espiritualidade cristocêntrica; b) afetiva, sem ser sentimental; c) marcadamente católica; d) contemplativa na ação; e) na intimidade com Deus no coração; f) na secularidade; g) na Fraternidade, na igreja e no mundo. Para ser admitido numa Fraternidade da OFS, verifica-se a vivencia do cristão, se tem espírito de mansidão de equilíbrio para conviver na Fraternidade. Não há restrição quanto ao nível cultural ou social. Contudo, aos mais carentes deve ser dado maior cuidado. Exemplo: se um jovem analfabeto desejar entra na Ordem e for um bom cristão, poderá ser aceito e ser alfabetizado e ajudado a crescer na sua vida pessoal, profissional, espiritual e social. Isto porque o objetivo da OFS é a formação integral das pessoas em toda as fases de sua vida. A OFS é também responsável pela JUFRA ( Juventude Franciscana).As constituições gerais que garantem à JUFRA a participação ativa em Fraternidades no processo de formação por intermédio do Animador Fraterno, que junto com o Assistente Espiritual e os responsáveis pela JUFRA, devem garantir adequada formação Franciscanas aos jovens e crianças.

15 de agosto de 2011

A prática da Quaresma em honra ao Arcanjo São Miguel foi iniciada pelo Seráfico Pai São Francisco de Assis.

Quaresma em honra ao Arcanjo São Miguel - De 15 de agosto a 29 de setembro


São Miguel Arcanjo e São Francisco de Assis.


Como fazer a quaresma:

Providenciar um altar para São Miguel com uma imagem ou uma estampa.

Todos os dias:

* Acender uma vela* Oferecer uma penitência* Fazer o sinal da cruz* Rezar a oração inicial* Rezar a ladainha de São Miguel* Santo Terço, sendo nas contas da Ave Maria rezar a oração de São Miguel Arcanjo ( São Miguel Arcanjo protegei-nos no combate, sede nosso refúgio contra as maldades e cíladas do demônio. Ordene-lhe Deus que instantemente vos pedimos, e vós príncipe da Milicia Cesleste pela virtude Divina precipitai ao inferno a Satanás e todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas).

Oração InicialSão Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio! Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; e vós Príncipe da Milícia Celeste, pela virtude Divina, precipitai ao inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. AmémSacratíssimo Coração de Jesus! Tende Piedade de nós. (três vezes)

Landainha de São Miguel Arcanjo

Senhor, tende piedade de nós.Jesus Cristo, tende piedade de nós.Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.

São Miguel, rogai por nós.São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai por nós.São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório, rogai por nós.São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, atendei-nos, Senhor.Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo,para que sejamos dignos de Suas promessas. Amém.

OraçãoSenhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.



Páginas Franciscanas

Patrimônio franciscano

Contemplação

Nesta rubrica estamos nos ocupando de texto de São Boaventura. Ela nos fala dos caminhos da vida espiritual. Transcrevemos páginas do Mestre a respeito do tema da contemplação. Temos diante dos olhos um livro de páginas amareladas: Escriptos Espirituaes de S. Boaventura (Vozes, 1936). Estamos em nosso propósito de tirar coisas novas e velhas do baú...

Da contemplação pela qual a alma alcança a verdadeira sapiência no repouso da tranqüilidade, pelo esplendor da verdade, e com a doçura da caridade.


É pela contemplação que nosso espírito sobe até a Jerusalém celeste, modelo da Igreja terrestre, conforme está escrito no Êxodo (25,40): Olha e faz conforme o modelo que foi mostrado na montanha. De fato, é preciso que na medida do possível, a Igreja militante corresponda à Igreja triunfante, os merecimentos que aqui se formam aos prêmios que lá se recebem, e os que ainda lutam pela vitória aos bem-aventurados que já receberam a coroa. Na glória, aliás, se encontra uma tríplice prerrogativa que torna perfeita a recompensa que a constitui: - a posse eterna da suma tranqüilidade; - a visão ostensiva da suma verdade;- e a plena fruição da suma bondade ou caridade.

Decorre daí a distinção em um tríplice coro da mais alta hierarquia celeste: os tronos, as dominações e os serafins. Para subir das lutas desta vida à bem-aventurança da eternidade é preciso, quanto possível, reproduzir em si a imagem desses três coros celestes, isto é, adquirir o sopor da tranqüilidade, o esplendor da verdade e o dulçor da caridade. O próprio Deus repousa nesses três bens e neles habita em seu trono.

Todavia para possuir qualquer desse três bens, é necessário subir os três degraus que formam os três caminhos da vida espiritual: a via purgativa, para expulsar da alma o pecado; - a via iluminativa, para ensinar-lhe a imitação de Cristo; - a via unitiva para realizar a união com Deus.

Cada um desses caminhos tem os seus degraus e por eles é que a alma sobe, partindo do mais baixo até chegar ao mais alto, do abismo de sua miséria à montanha da perfeição divina.

Da via purgativa ou dos sete degraus que conduzem a alma ao sopor da tranqüilidade pela confiança em Deus.

São esses os sete degraus que conduzem ao sono da tranqüilidade:

O primeiro é o rubor que nos sobe às faces quando nos recordamos da ignomínia dos nossos pecados e consideramos a sua gravidade e quantidade assim como a nossa vergonha e ingratidão.

O segundo é o temor que nos assalta quando pensamos no juízo que nos espera e pelo qual serão avaliadas a devassidão de nossas ações, a cegueira de nossa razão , a dureza de nossa vontade e a condenação final de nossa alma.

O terceiro degrau é a dor que provém da consciência dos danos causados pelo pecado: a amizade de Deus frustrada, a inocência maculada, a natureza deturpada, a vida terrena dissipada.

O quarto é o clamor pelo qual imploramos o socorro de Deus, nosso Pai, de Cristo, nosso Redentor, da Virgem, nossa mãe e da Igreja triunfante.

O quinto é o rigor pelo qual extinguiremos em nós mesmos o ardor da concupiscência domando a preguiça que esteriliza, a malícia que perverte, a sensualidade que entorpece, o orgulho que envaidece.

O sexto degrau é o fervor pelo qual aspiramos o martírio nas esperança de que por ele o Senhor nos conceda o perdão completo dos pecados e a purificação total da alma, a satisfação inteira pelas penas devidas, a santificação perfeita pela graça.

O sétimo e último degrau é o sopor à sombra de Cristo, pelo qual atingimos ao estado final de repouso (Sl 16,8), o homem se sente em segurança: não o excita mais o calor da concupiscência, nem o abate o temor do castigo.

A este estado não se chega senão pelo desejo do martírio; e este não se concebe senão extinguindo os incentivos do pecado; e isto não se alcança senão com o auxílio de Deus; e este não se obtém senão deplorando as próprias faltas.


12 de agosto de 2011

Campanha: Clara Peregrina...

Iniciou-se no 3º Distrito do Regional Sudeste I, a campanha intitulada: Clara Peregrina, para a celebração do Jubileu dos 800 anos da vocação de Santa Clara de Assis. A peregrinação da imagem de Santa Clara, iniciou-se na cidade de Abaeté, Minas Gerais, na celebração de seu dia na Comunidade dedicada a ela, no bairro Bernardo Soares de Faria.
A imagem foi abençoada pelo pároco Padre Paulo Barboza e seguiu em procissão com a comunidade nas mãos do Coordenador distrital: Irmão José Valdir de Sousa Júnior OFS ( Juninho).
A imagem fará visita aos irmãos e irmãs da OFS, Fraternidade João XXIII, devotos que desejarem receber sua visita, e pensamos peregrinar as outras comunidades da paróquia, presídio, hospital e escolas.
A imagem ficará um ano em Abaeté e logo após visitará outras fraternidades do 3º distrito. A peregrinação tem como objetivo celebrar o jubileu da vocação clariana, bem como levar a bênção de Deus aos seus devotos. Vale lembrar que 0 Santo Padre Bento XVI concedeu indulgência plenária pela celebração deste jubileu, como foi postado neste blog no dia de Santa Clara.
Pedimos a Deus pela intercessão de nossa mãe Santa Clara que nos conceda muitas bênçãos durante a peregrinação com sua imagem.
Em louvor de Cristo, Amém!

Meditação Diária


"A confiança em si próprio é o primeiro segredo do êxito."

(Ralph Waldo Emerson)

A ação é uma grande restauradora e construtora da confiança. A inatividade não só é o resultado, mas a causa do medo. Talvez a ação que você tome tenha êxito; talvez uma ação diferente ou ajustes terão de ser feitos. Mas qualquer ação é melhor que nenhuma, pois é no fazer que a pessoa aprende, cresce e solidariza-se com os sofrimentos das pessoas.

A confiança é a fé que arde em nós como um fogo, como poder e dom de Deus. Tudo que fazemos deve ter a luz de Deus a nos guiar, a nos orientar. Confie em você mesmo, pois isso é o princípio de toda ação vitoriosa. Construa, conquiste, avance... Não se esqueça, porém de agradecer a Deus e partilhar suas vitórias e conquistas com as pessoas...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM


11 de agosto de 2011

Indulgência Plenária - Ano Clariano

PENITENCIÁRIA APOSTÓLICA - Indulgência Plenária - Ano Clariano
Prot. N. 503/11/I
DECRETO
O Sumo Pontífice Bento XVI, felizmente reinante, foi recentemente informado pelo reverendíssimo Pe. José Rodriguez Carballo, Ministro Geral de toda a Ordem dos Frades Menores, acerca das celebrações solenes, que a partir do dia 16 do presente mês de abril, até o dia 12 de agosto de 2012, terão lugar em todas as igrejas conventuais da Ordem de Santa Clara, para que seja dignamente comemorado o oitavo centenário, desde quando a nobre virgem Clara nascida em Assis (Úmbria), imitando seu concidadão São Francisco, distribuiu todos os seus bens em esmola e ajuda aos pobres e, subtraindo-se ao ruído do mundo, deixou-se cortar os cabelos pelo próprio Francisco, fundando a comunidade das Damas Pobres da Ordem dos Menores.
Portanto, o Santo Padre, por seu benigno cuidado para com a Igreja Universal, e pelo afeto especial que dedica às Monjas de Santa Clara, desejoso de fazer algo agradável aos fiéis devotos deste dom de Deus, concedeIndulgência Plenária, sob as habituais condições regularmente cumpridas (Confissão sacramental, Comunhão Eucarística e oração pelo Sumo Pontífice), lucrando-se uma vez por dia durante o ano jubilar, e que se pode aplicar, sob forma de sufrágio, também às almas dos fiéis que se encontram no Purgatório, ao se participar devotamente em qualquer celebração jubilar ou piedoso exercício, ou ainda ao se dedicar, ao menos por um certo espaço de tempo a piedosas meditações, concluindo-as com a oração do Pai Nosso, do Credo em qualquer forma legítima, invocação da Virgem Maria, de São Francisco e de Santa Clara de Assis:
a) Para as próprias monjas, todas as vezes que visitarem a igreja ou o oratório principal do Mosteiro;
b) Para todos os fiéis: uma vez em cada oratório, em dias livremente determinados. Também todas as vezes que participarem em devotas peregrinações grupais, que acontecerem nos mencionados lugares sagrados;
c) Quando estiverem devotamente presentes aos ritos jubilares: na festa de Santa Clara (11 de agosto de 2011 e de 2012), na festa do Seráfico Pai São Francisco (04 de outubro de 2011), nos tríduos imediatamente precedentes, e nos outros dias estabelecidos regularmente.
Além disso, os fiéis poderão lucrar a Indulgência Plenária a modo de jubileu, nas mesmas condições, também em todas as celebrações solenes que ocorram em Assis, durante todo o ano jubilar de Santa Clara.
Os anciãos, os enfermos, e todos aqueles que por motivos graves não puderem sair de casa, poderão lucrar igualmente a Indulgência Plenária, sinceramente arrependidos de seus pecados e com a intenção de cumprir, segundo suas possibilidades, as três condições mencionadas, ao se unirem espiritualmente às celebrações jubilares, oferecendo suas orações e suas dores a Deus misericordioso, por meio de Maria.
Portanto, a fim de que, graças à caridade pastoral, seja facilitado o acesso ao perdão divino, através do ministério da Igreja, esta Penitenciária roga encarecidamente aos Sacerdotes providos das devidas faculdades, para receber as confissões que se apresentem à Celebração do Sacramento da Penitência, com ânimo diligente e generoso.
Não obstante qualquer coisa em contrário.
Dado em Roma, no Palácio da Penitenciária Apostólica, a 16 de abril do ano da Divina Encarnação de 2011.
Fortunato S.R.E, Card.Baldelli
Penitenciário Maior
+ Giovanni Francesco Girotti, OFM Conv.
Bispo de Tir. De Meta, Regente

7 de agosto de 2011

Páginas Franciscanas

TEMPESTADE DE VIDA
O coração de quem não tem coração

O autor deste texto é o frade francês Eloi Leclerc. Não estamos propriamente diante de uma página franciscana, mas de uma página de um franciscano. Leclerc certamente ensopado de Francisco, escreve franciscanamente. O texto é tirado de seu livro “O povo de Deus no meio da noite” (Braga). Escreve sobre a crise do exílio da Babilônia e da crise de nossos tempos. Esta é uma profunda leitura espiritual que aconselho para ser usada num retiro espiritual. A tradução tem o sabor do português de Portugal (p. 83-90).

Nada poderia simbolizar melhor a extensão da ruína dum “coração contrito”, que a planície a que o profeta Ezequiel se viu transportado pelo poder de Javé (Ez 37, 1ss). O profeta pôde palmilhar esta planície em todos os sentidos. Nenhum ser vivo. Apenas encontrou esqueletos desconjuntados. A perder de vista, sobre a terra, somente ossadas ressequidas. Espetáculo de desolação, mas também campo aberto à irrupção do Espírito. Toda resistência cessou, toda rigidez desapareceu. O limite também. O homem confunde-se de novo com a terra mãe. Tornou-se a ser “filho do homem” : um mortal. Agora pode acreditar, como Abraão, no Deus que dá vida aos mortos.

Nada deterá o Espirito desde agora. Este pode soprar dos quatro ventos, em toda a sua plenitude. A força de renovação pode desencadear-se: “Filho do homem, diz ao Espírito: Assim fala o Senhor Javé: Vem Espírito, vem dos quatro ventos! Sopra sobre estes mortos, para que revivam!” (Ez 37,9). O profete repete a todos os ecos o que lhe disseram. E o furacão de vida cai sobre as ossadas. Ouve-se então por toda a planície o grande remexer de ossos, que se entrechocam, cada um à procura de sua articulação. E eis que os mortos se levantam! Vivos, estão vivos! Grande e imenso exército! (Ez 37,10).

Quando o espírito humano se vê a contas com experiências destas, necessita de tempo para lhe encontrar o sentido profundo. “Estas ossadas, disse Javé, são todo o povo de Israel...” (Ez 37,11). Vou abrir os vossos túmulos (Ez 37,12), meter em vós o meu Espírito, para vos restituir à vida...”(Ez 37,14). Pouco a pouco faz-se luz no espírito do profeta. A visão descobre a sua verdadeira dimensão profética. Ezequiel compreende que se trata de linguagem simbólica, que exprime a renovação profunda do coração do homem. Penetra no sentido interior da visão. E pode ouvir Javé dizer-lhe: “Dar-vos-ei um coração novo, introduzirei em vós um espírito novo; arrancarei do vosso peito o coração de pedra; dentro de vós, meterei o meu Espírito...” (Ez 36, 26-27; cf. versos 11 . 19).

Que caminho percorrido! Ainda há pouco Ezequiel dizia aos companheiros de exílio, em nome de Javé: “Preparai um coração novo e um espírito novo” (Ez 18,31). Era fácil dizê-lo. Mas como realizá-lo? O que é um coração novo e um espírito novo? E agora é o próprio Javé a tomar a iniciativa de renovar a sua criatura. Trata-se de uma metamorfose maravilhosa. O coração de pedra que todos possuímos e a que estamos tão habituados que nem lhe percebemos a dureza, Deus o retirará, substituindo-o por um coração de carne. Que tal será o novo coração: coração de carne! Quanto ao Espírito novo, será o próprio Espírito de Deus no coração da sua criatura: “dentro de vós meterei o meu Espírito”.

O mais surpreendente, o mais maravilhoso nesta renovação do homem é que o Espírito de Javé se encontre estreitamente associado ao coração de carne. Um não existirá sem o outro: um é dado com o outro. A mais importante experiência espiritual, a mais despojada, é aquela que restitui ao homem a sua verdadeira profundeza carnal. A participação do homem no Espirito de Deus está ligada a este aprofundamento que o leva a reencontrar, no mais íntimo de si mesmo as fontes vivas da ternura e da comunhão. Abrir-se ao Espírito patético de Javé é, portanto, nascer também para uma humanidade plena e profunda. Quando o homem se deixa prender pelo Espírito, este não descansa enquanto não o penetra e o atinge até nos seus fundamentos mais obscuros; e ali ele renova o Eden da antiga ternura esquecida”.

Sabe-se bem que, com lutas de interesses, as ambições, apreensões e a vontade de triunfar e dominar, a vida pode endurecer o coração do homem e nele acumular agressividade e ressentimento. As primeiras forças de admiração e comunhão depressa são sufocadas. E a pior dureza não é a dos sentimentos. É a dureza seca, fria e metálica da inteligência: a dureza de uma razão medíocre e abstrata que, em nome da verdade, ignora todo o sentimento. O coração de quem não tem coração, eis a dureza da pedra!

Deus conhece essa pedra que o homem pode trazer consigo. Pedra sobre a qual estão sepultadas as camadas profundas da alma. É preciso que o rochedo se quebre para que jorre de novo a água viva. Só o “coração contrito” que pelo Espirito se deixou despojar de sua suficiência e desejo de poder pode reencontrar as fontes ocultas. E é o Espírito que lhe possibilita descobri-las. O Espirito de Javé tem necessidade, para nascer em nós, de todas as fibras de nosso coração. A parte de nós mesmos que julgávamos extinta para sempre, Ele chama novamente à vida. Com ela renascemos; somos novas criaturas, restituídas à comunhão com todos os seres vivos.

Reconciliar em si a pureza e a ternura, a inocência e o fervor não é a menor novidade do “coração de carne”. “Pureza e ternura, por que estais separadas?”, perguntava François Mauriac. O ser puro – ou o que se deseja tal – é muitas vezes altivo e duro, como se o homem não pudesse escolher senão a pureza que o torna de gelo ou o amor que o devora, aviltando-o. Ora, a própria Palavra divina promete aos exilados um coração de carne e uma pureza comparável à transparência das fontes: “Lançarei sobre vós uma água pura e sereis purificados” (Ez 36,25). Purificados, mas não desencarnados. No coração de carne, criado pelo sopro de Javé, tudo existe, tudo se reencontra, límpido e luminoso. Tudo, até o Eros.

Esta água pura, que penetra até o coração e o liberta de suas cargas e de suas manchas, nada tem a ver com a água as purificações legais. É a irmã daquela água “humilde, preciosa e casta”, cantada por Francisco de Assis. É uma realidade intima e original, Inseparável do sopro do Espírito, tem os germes da vida.

Água e Espírito! Não é o binário primitivo que, nos inícios do Gênesis é prelúdio de toda a criação? (Gn 1,1). Quando se unem o Espírito e a água, está para nascer um mundo novo. A noite do exílio torna-se a dos grandes começos. Noite de natividade.

4 de agosto de 2011

Especial - Santa Clara de Assis 800 anos

2012: 800 ANOS DA VOCAÇÃO DE SANTA CLARA DE ASSIS

Clara de Assis nasceu Chiara Ofreduccio Favarone, em 1194, da nobre família assisiense dos Ofreducci, rica, bela, fidalga e prometida como esposa para pretendente de estirpe semelhante que pudesse aumentar os bens de seu pai.


Em 1210, encontra-se com Francisco de Assis, jovem, louco e santo que revoluciona Assis com a vivência do Evangelho e com uma vida de total desapego, vivendo pobre entre os pobres. Em 1211 está nítida a conversão de Clara: aos 28 de março de 1212, no Domingo de Ramos, recebe das mãos do bispo um ramo e lê isto como um sinal da sua decisão e envio. Na madrugada do dia seguinte, foge da casa da família e vai encontrar-se com Francisco em Santa Maria dos Anjos.

É o que comemoramos, 1212-2012, a Vocação de Clara de Assis. São 800 anos! De jubileu em jubileu se evidencia a história encarnada de um carisma. Clara de Assis é a expressão mais cristalina de uma nobre mulher medieval: reclusa em seu palácio, rica de qualidades, rica de bens materiais, educada em bons costumes, foco de admiração pelas virtudes, não passa despercebida pela sua beleza, no aguardo de um bom dote para um bom casamento. Ela rompe com tudo isto para viver o Evangelho. Isto é convocação para existir no Amor Sagrado!

Havia em seu tempo mulheres que não eram valorizadas como ela, mas todas sonhavam o melhor. Clara projeta para a sua vida a perfeição cristã. Século após século não podemos nos furtar de retomar os modelos vivos de mulheres corajosas como Joana D’Arc, Catarina de Siena, Hildegard de Bingen, Brígida da Suécia, Ângela de Foligno, Tereza D’Ávila. Mulheres que, assim como Clara, nos mostram que uma coisa é inserir-se na vida das contemporâneas, outra coisa é trilhar a desafiante senda da perfeição.

Muitas destas mulheres traçaram um caminho: se não há felicidade na escolha afetiva do prometido esposo, por que não buscar o Amado que posso escolher na liberdade sagrada do coração? Se não há realização na preconceituosa sociedade de seu tempo, por que não buscar a Fraternidade? Mulheres audaciosas e fortes nos mostraram a sublimação da vida e não fracas escolhas. Não há revolta, mas sim um seguimento apaixonado. Não há um rompimento com a ilustre tradição familiar, porém a opção por abraçar uma família espiritual. Assim foi Clara de Assis. Mulher de sonhos e projetos, renunciou a suntuosos palácios e elegantes príncipes para refazer os passos de um Pobre de Assis que mostrou o caminho do Evangelho. Ela nasceu dentro de uma família de cavaleiros, buscadores de títulos de nobreza e patrimônio, aprendeu com eles a garra e a ousadia; mas direcionou esta força para uma fortaleza espiritual que venceu as dificuldades e provações da mais extrema renúncia e pobreza. Com Francisco ela ajudou, saindo de uma casa, a reconstruir outra casa: a da civilização cristã.

No silêncio orante do Mosteiro ouviu o Mestre dos mestres e ouviu Francisco. Criou uma linguagem própria e uma vocação original de amor e cuidado. Não deu só presença encantada no seguimento do Cristo Pobre; deu muito mais: sua riqueza pessoal, sua saúde, sua vida. Depois da morte de Francisco de Assis, por 27 anos, cuidou da herança que ele deixou e da qual ela também era cooperadora. Viveu 42 anos no Mosteiro de São Damião, junto com suas irmãs Clarissas, de um modo tão transparente que há oito séculos sua vida é inspiração em todos os cantos da história. Fez do seu Mosteiro um canteiro fecundo de novas sementes contemplativas de Irmãs, oração, penitência, silêncio, austeridade e acolhimento. Clara é um exemplo para o mundo mesmo escondida do mundo. Assim como Francisco tornou-se realidade e legenda. “A lenda cristã, diz Barbara Brígida, não se preocupa com o lado humano só santo; mas só se interessa pelo ouro finíssimo da divindade que nele brilha”. Como diz Joaquim Capela, OFM: “Na verdade, Clara de Assis foi a glória do feminino. Veio ao mundo para embelezar e enriquecer com os tesouros da sua ternura e bondade (...). Como seu guia e pai, São Francisco, abriu à humanidade novos caminhos de paz e de ventura. A sua benigna sombra, tão humana e ao mesmo tempo tão espiritual, paira ainda hoje na doce terra da Úmbria, toda impregnada da lembrança dos mais santos mais simpáticos do século XIII e talvez de todos os tempos” ( in Santa Clara de Assis, Editorial Franciscana , Braga, 1983)

Que alegria celebrar um jubileu desta Santa tão brilhante que ilumina há séculos nosso mundo e nosso caminho. Santa Clara, rogai por nós!

Texto publicado no Almanaque Santo Antônio 2012, editado pela Vozes, pág. 140

04/08 - São João Maria Vianney

São João Maria Vianney

João Maria Batista Vianney sem dúvida alguma, se tornou o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ele nasceu em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de freqüentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.

Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que freqüentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução.

Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.

Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Porém para Deus ele era um homem extraordinário e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.

Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava vazia e as tabernas lotadas.

Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.

Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.

Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.

A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que para isto tivessem de esperavam horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.

O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.