3 de julho de 2015

03/07 - Bem-aventurada Maria Ana Mogas Fontcuberta


Fundadora das Franciscanas Missionárias do Mãe do Divino Pastor (1827-1886). Beatificada por São João Paulo II no dia 6 de outubro de 1996.

Maria Ana nasceu em Corro do Vale (Barcelona) em 13 de janeiro de 1827, batizada no dia seguinte. Ela começou sua vida religiosa em Ripoll em junho de 1850. Ela se distinguiu sobretudo pela sua caridade, a pobreza, a humildade, a simplicidade, a austeridade, alegria e espírito de oração, virtudes que infundia entre suas filhas e em suas obras apostólicas.

Em 12 de junho de 1859 abriu uma casa de Capellades para cuidar dos enfermos da região e começou a ensinar as meninas, especialmente as pobres. Em 1860, criou uma comunidade em São Quirico de Besora para dar assistência às pessoas através de um estabelecimento muncipal. As irmãs ajudavam aos doentes e necessitados. Mas os interesses econômicos dos diretores impediram que as irmãs pudessem realizar um plano de serviço.

Mas a mãe Maria Ana encontrou uma maneira de fazer este trabalho de forma independente. Em 1862, ela fundou uma pequena escola para o ensino fundamental. Este trabalho progrediu e a qualidade da formação e dos estudos fez de imediato sobresair o colégio das irmãs.

Em 1883, obteve em Barcelona o título de professora do ensino fundamental. De imediatoo, a pedidos e dada a grande necessidade, fundou o segundo colégio nos subúrbios, em Fuencarral. Os marqueses de Fuente Chica, primeiro cederam o terreno, em seguida, os campos ao redor e, por último, a fizeram sua herdeira, condição que pôde coroar a sua obra. Apesar de sofrer um acidente vascular cerebral durante a epidemia de cólera, fez o seu melhor para servir aos enfermos. Morreu em Fuencarral no dia 3 de Julho de 1886.

2 de julho de 2015

02/07 - Bem-aventurado Carmelo Volta


Sacerdote e mártir da Primeira Ordem (1803-1860). Beatificado por Pio XI no dia 10 de outubro de 1926.

Carmelo Volta é modelo e protetor dos párocos e de todos os que fazem a cura d’almas. Foi pároco zeloso primeiro em Ein-karem (São João da Montanha) e depois em Damasco, onde ele e seus irmãos sofreram martírio por Cristo. Ele nasceu em Real de Candia, perto de Valência, Espanha, em 1803. Seu pai, José e sua mãe, Josefina Bamez, depois de educá-lo santamente em família, o confiaram aos Irmãos das Escolas Pias, onde foi educado e instruído.

Ele tinha 22 anos quando finalmente pôde realizar seu desejo de dedicar sua vida a Deus na Ordem dos Frades Menores. Depois da formação e estudos, foi ordenado sacerdote. Em 1831 veio para a Terra Santa, onde se encontrou com o beato Manuel Ruiz. Seus espíritos estarão sempre unidos no mesmo ideal para compartilhar no mesmo campo as lutas do apostolado e o triunfo do martírio.

Animado pelo espírito de Deus, trabalhou com grande zelo para o bem das almas a ele confiadas. Aos 57 anos de idade, o incansável ministério pastoral havia limitado suas forças, razão pela qual pediu um coadjutor, e o teve na pessoa do jovem Engelberto Kolland.
A popularidade de Carmelo era singular: em Ein Karem e, especialmente, em Damasco, ele foi amado e respeitado até mesmo pelos muçulmanos.

Na noite de 10 de julho de 1860 os drusos invadiram o convento e Carmelo buscou refúgio em um canto na escola paroquial, mas foi descoberto por um turco, que o atingiu com um bastão. Um jovem viu isso, correu para ajudar o seu pastor, mas ele aconselhou-o a fugir. Logo depois veio outros muçulmanos que prometeram salvá-lo com a condição de que ele renunciasse à sua fé em Cristo e aderisse a Maomé. A esta proposta, justamente indignado, gritou: “Sou sacerdote e cristão. Quero morrer no seguimento de Cristo”. Os muçulmanos não permitiram que ele continuasse falando e o cercaram, especando-o até a morte, enquanto ele invocava a Deus. Carmelo tinha 57 anos.

1 de julho de 2015

01/07 - São Teodorico Endem




Mártir em Gorcum. Sacerdote da Primeira Ordem (1499-1572). Canonizado por Pio IX no dia 29 de junho de 1867

Mártir em Gorcum. Nascido em 1499 na cidade de Amersfoot, Holanda, quando jovem era um estudante aplicado e dedicado às obras de caridade e de misericórdia. Possuía um caráter manso e sereno. Em um determinado dia revelou a seus pais: “Já escolhi o meu caminho. Serei religioso franciscano e sacerdote”.


Sua família não aceitou passivamente a decisão dele dedicar-se à vida religiosa, de tudo fazendo para dissuadi-lo, mas sua veemência estava sustentada pela graça divina. Aos familiares respondia sempre que “quando o Senhor chama não se pode dizer não. Deve-se responder a Seu chamado, Ele é nosso Pai e nosso Deus”.

Conseguiu vencer a oposição familiar, que aceitou a sua decisão de ingressar na vida religiosa, mas com uma condição: deveria entrar em uma ordem beneditina. Esta condição deveu-se ao fato dos franciscanos serem muito pobres e conviverem com regras muito rígidas. Quanto aos beneditinos, seriam estes possuidores de dotes intelectuais e nobres de coração, podendo chegar, inclusive, à condição de Abade e levar uma vida de regalias.
Mas Teodorico estava decidido a seguir os passos de São Francisco e, novamente, sua vontade prevaleceu sobre a oposição paterna. A vida de pobreza, orações e penitências era o que o atraia. Ingressou na Ordem dos Irmãos Menores e após cumprir o noviciado e os estudos exigidos foi ordenado sacerdote, em solenidade que contou com a presença dos seus pais.
Durante um período de vários anos de isolamento foi um severo e fiel observador das Regras criadas por São Francisco, sendo muito respeitados pelos fiéis e pelos irmãos de ordem, sendo considerado um modelo de santidade e erudição.

Foi designado para o Convento de Gorcum, onde assumiu a missão de confessor, passando a maior parte do dia ouvindo as confissões dos fiéis. Também, no mesmo período, foi confessor e orientador espiritual no Mosteiro das Irmãs Terciárias Franciscanas.

Na época da rebelião de Lutero e Calvino diversos católicos do norte da Europa se afastaram da Igreja, ocorrendo muitas rebeliões e conflitos. Após assumirem o poder na Holanda os calvinistas passaram a perseguir duramente os católicos. Durante a ocupação da cidade de Gorcum, no ano de 1572, todos os irmãos franciscanos foram presos, juntamente com outros sacerdotes, humilhados e ridicularizados. Foram conduzidos através de cidades e povoados sendo expostos publicamente a todo tipo de ridicularização por parte das pessoas inimigas do catolicismo.

Conduzidos para a cidade de Brielle (Holanda) foram ali torturados, para que, pressionados, renunciassem à Igreja Católica, negando os dogmas da presença real de Cristo na Eucaristia e o primado do Sumo Pontífice. Porém todos permaneceram inabaláveis e confirmaram sua fé e não atenderam às exigências dos torturadores. Faleceu, martirizado na forca, juntamente com seus irmãos, no dia 09 de julho de 1572, aos 73 anos de idade. Desta forma Teodorico confirmou a sua fé, cheio da graça e do Espírito Santos. Foi canonizado por Pio IX em 29 de junho de 1867. Sua festa é comemorada em 1º de julho.

30 de junho de 2015

30/06 - Bem-aventurado Raimundo Lulio



Mártir da Terceira Ordem (1235-1316). Aprovou seu culto Clemente XIII no dia 19 de fevereiro de 1763.

Raimundo Lúlio nasceu em Palla de Maiorca, entre os anos de 1232 e 1233 e morreu em 29 de junho de 1315. Também conhecido como Raimundo Lulio em espanhol, foi o mais importante escritor, filósofo e poeta, missionário e teólogo da língua catalã.


Foi um prolífico autor também em árabe e latim, bem como em Langue d’Oc (ocitano).
Foi um leigo próximo aos franciscanos, talvez tenha pertencido à Ordem Terceira dos Frades Menores. É conhecido como “Doctor Illuminatus”, embora não seja um dos 33 doutores da igreja.

Ramon era filho de uma família de boa situação financeira, eram seus pais Ramon Amat Llull e Isabel d’Erill.

Dedicou-se ao apostolado entre os muçulmanos. Casou-se com 22 anos com Blanca Picany da qual teve dois filhos: Domingos e Madalena. Mais tarde, após converter-se em 1262 tornou-se terciário franciscano. Em 1275, depois de uma experiência mística, da qual saiu com o duplo propósito de preparar-se para o Magistério e dedicar-se à conversão dos infiéis, e em vista das insistentes queixas de sua esposa abandonou definitivamente a família.

De acordo com Umberto Eco, o lugar do nascimento foi determinante para Llull, pois Maiorca era uma encruzilhada, ná época, das três culturas: cristã, islâmica e judia, até o ponto de que a maior parte de suas 280 obras conhecidas terem sido escritas inicialmente em árabe e catalão.

Além de ser o primeiro autor que utilizou uma língua neolatina para expressar conhecimentos filosóficos, científicos e técnicos e de se destacar por uma aguda percepção que o permitiu antecipar muitos conceitos e descobrimentos, foi o criador do catalão literário, com um elevado domínio da língua e seu primeiro novelista.

De família cristã, Lúlio conviveu com muçulmanos e judeus em sua ilha de origem. Lúlio converteu-se definitivamente ao cristianismo em 1263, no ano da famosa Disputa de Barcelona, entre um teólogo judeu, o mestre Mosé ben Nahman de Girona, e um judeu convertido, Pau Crestià. Nessa Disputa, foi utilizado o procedimento de partir das argumentações do livro revelado do opositor. A partir dessa época, os apologetas cristãos passaram a estudar em profundidade os textos islâmicos e judeus.

Mas Lúlio seguiu uma outra vertente. Em seu diálogo interreligioso, motivado pela tentativa missionária de conversão do “infiel”, preferia partir do que chamava de “razões necessárias”. É o que desenvolve, por exemplo, em O Livro do Gentio e dos Três Sábios (1274-1276).

Futuramente, criará uma forma de argumentação baseada na automatização do pensamento, na chamada Grande Arte, utilizando um procedimento baseado na Zairja.

Conhecido em seu tempo pelos apelidos de Arabicus Christianus (árabe cristiano), Doctor Inspiratus (Doutor Inspirado) ou Doctor Illuminatus (Doutor Iluminado), Lulio é uma das figuras mais fascinantes e avançadas dos campos espiritual, teológico, literário da Idade Média. Em alguns de seus trabalhos propôs métodos de escolha, que foram redescobertos séculos mais tarde por Condorcet (século XVIII).

29 de junho de 2015

29/06 - Bem-aventurado Benvindo de Gúbio


Religioso da Primeira Ordem (+1232). Gregorio IX e Inocêncio XII em 1697 concederam em sua honra ofício e Missa.

Benvindo era natural de Gúbio, na Úmbria, e soldado de profissão e analfabeto. Sofreu a influência franciscana e tomou o hábito dos Menores em 1222. Desde o momento em que ingressou na Ordem, modelou sua vida inteiramente pela de São Francisco.


 Encarregado de cuidar dos leprosos, a seu próprio pedido, tratava-os como se fossem o Senhor, em pessoa, pensando-lhes as chagas, dando-lhes banho, e jamais evitando os casos mais repulsivos e os ofícios mais humildes. Ele os servia em tudo, sempre alegre, sempre afável.

Sua compaixão por eles era tanto maior talvez, sobretudo, pelo fato de que ele próprio padecia de várias enfermidades, que suportava com inesgotável paciência. Passava grande parte da noite em oração, e, muitas vezes, durante a missa, teve a visão de uma criancinha linda, para a qual estendia os braços como se procurasse abraçá-la. Sua conduta era tão exemplar, que, ao que se sabe, nunca mereceu uma única censura. Ele teria podido viver ignorado do mundo exterior, no isolamento da vida religiosa, não fossem os dons sobrenaturais de natureza superior que Deus lhe concedera. Esses dons propagaram sua fama por toda a parte. Benvindo morreu em Corneto, na Apúlia, em 1232. Cinco anos depois de sua morte, os bispos de Veneza e de Amalfi se dirigiram à S. Sé, pedindo-lhe que aprovasse o seu culto, e citaram muitos milagres em apoio à sua petição. O papa Gregório IX concedeu-a para as duas dioceses.

Parece que não se tem notícia de uma biografia independente, mas vejam-se Acta Sanctorum, junho, vol. VII; Wadding, Annales O.M.; e Léon, Auréole Séraphique (traduzida para o inglês), vol. lI, p, 427-429.