27 de outubro de 2010

Meditação Diária


A primavera é estação da ressurreição do cerrado, da natureza e da própria vida. Precisamos de estações para aprendermos a passar por momentos de dor e de perda para chegarmos à ressurreição. Aprendemos com a natureza que existem os momentos doloridos de podas, de renúncias e até de dor... Porém aquilo que ressurge ou que nasce em nós será sempre o amor que cura e abre novos horizontes e novos caminhos!

Procure construir sua felicidade de maneira fraterna e coletiva. Na partilha dos sentimentos, do sonhos, do trabalho, das conquistas vamos aprendendo que a felicidade vai sendo construída e gerando alegria quando somos capazes de criar laços, vínculos, compromissos. Na felicidade está a alegria de partilhar o amor e o carinho que nutrimos pelas pessoas... Seja feliz sempre!

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

25 de outubro de 2010

Meditação Diária


Na ausência está sempre a falta, a carência, a necessidade... Na ausência da luz está a escuridão; na ausência do calor está o frio; na ausência do amor está o ódio... Deus é sempre o aspecto positivo: Ele é a verdadeira Luz, a fonte infinita de calor e de amor. Dele recebemos a vida, pois Ele é a origem e da Vida e o sentido único de nossa existência.

A vida, por si só, é um grande milagre. Quem tem o olhar iluminado pela Beleza (que é o próprio Deus), aproveita e vive cada instante como um verdadeiro milagre. E o milagre acontece quando aprendemos a perceber e a sentir a energia e o prazer de cada instante, de contemplar uma flor que exibe sua beleza e seu perfume num lugar mais inóspito. Experimente, pois, a viver a vida como um verdadeiro dom de Deus. Seja feliz com tudo aquilo que o Criador te proporciona...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

22 de outubro de 2010

Meditação Diária


Na experiência da fragilidade humana aconteceu a desobediência: o pecado aconteceu porque o homem não quis assumir sua condição: queria ser Deus! Com isso vem a separação, a ruptura, a divisão. A humanidade experimenta o ódio, a dor, a guerra, a morte... É o Filho de Deus que vem ao encontro da nossa fragilidade para restitui-lhe outra vez a integridade, a esperança, a cura, a Vida!

Do que era dividido ele fez uma unidade. O homem, agora, tem a capacidade de ser inteiro, único. É pelo caminho de Jesus que ele vai experimentar outra vez o verdadeiro sentido der ser criatura, filho de Deus! O muro da inimizade foi derrubado: a religião que segregava agora é chamada a favorecer, a conduzir, a permitir o encontro do humano com o divino...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

21 de outubro de 2010

Meditação Diária


O conhecimento da Palavra de Deus nos leva a tomar consciência da nossa situação diante de Deus, proporcionando em nós a análise da importância da salvação em nossa vida. Se abrirmos o coração para a ação divina, nascerá em nós um desejo ardente de acertar a nossa situação, ou seja, romper essa separação que há entre nós e Deus. Separação essa que já foi curada e integrada por Jesus...

Mantenha abertura em relação às pessoas, ao mundo, à vida. Nunca se esqueça que você faz parte da humanidade inteira. Seu senso de pertença será determinante para que você tenha o sentimento de misericórdia para aqueles (as) que sofrem. Participantes e dependentes da misericórdia divina, precisamos também demonstrar e praticar essa mesma misericórdia com aqueles (as) que encontramos pelos caminhos da vida...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

20 de outubro de 2010

Meditação Diária


Ler (do latim légere) significa percorrer com olhar o que está escrito e interpretar, dar sentido, sabor e vida aos sinais e letras ajuntados em palavras e orações. Quando aprendemos a ler assumimos um compromisso de transformação da vida, pois nossa consciência se alarga; passamos a saber coisa nunca imaginadas, crescemos e evoluímos como pessoas. Isso também gera compromisso com as pessoas, com o mundo, com a vida...

No per-curso da vida aprendemos a colher os frutos das sementes plantadas pelos caminhos... É preciso também a arte de re-colher, ou seja, de saborear aquilo que ficou para trás ou que refloresceu depois que por ali passamos. O alfabeto nada mais é do que letras frias; a leitura é que junta tudo e traz emoção, conhecimento, amor e vida!

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

19 de outubro de 2010

Meditação Diária

Ao rezar, imagine o amor de Deus vertendo sobre ti qual luz alva e pura. Cercando, cumulando, protegendo, abençoando e curando-ti. Tudo isso para teu maior bem e o bem maior das pessoas. E é justamente esse amor de Deus em nós que nos leva à per-feição, ou seja, a estarmos na busca de fazer tudo da melhor maneira possível; per-fazendo nossa jornada de maneira alegre, significativa, comprometida com o Reino de Deus.

Não desperdice o tempo e a vida com coisas fúteis. A vida é sagrada demais para ser derramada em atitudes pequenas e sem sentido. Diante de ti está um mundo para ser conquistado. Mas lembre-se: o mundo começa dentro de ti mesmo! Por isso, busque o auto-conhecimento, valorize tuas virtudes, contribua com a melhoria das pessoas que estão a teu redor...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

5 de outubro de 2010

05/10- São Benedito, o negro, Religioso

É, certamente, um dos santos mais populares do Brasil, cuja devoção nos foi trazida pelos portugueses. Nasceu por volta do ano 1526, em São Filadelfo, nas proximidades de Messina, na Sicília (Itália).

Nascido de pais escravos - levados da Abissínia (atual Etiópia) para a Itália - ele sofreu preconceito desde pequeno. Por sua pele negra foi ridicularizado, chamado de "o mouro".

Trabalhou como pastor de rebanhos. Era irmão Franciscano. Em 1578 foi nomeado guardião (superior) do convento onde vivia, cargo que aceitou com muita resistência por ser analfabeto. Foi admirado por todos, a todos dedicando profundo respeiro, amor desinteressado, condescendência pelas faltas e fraquezas alheias, zeloso e carinhoso com os doentes e necessitados, terno e sábio. Possuía o dom de penetrar as mentes e os corações. A tradição popular enriqueceu sua vida com numerosos milagres. Terminou os seus dias como cozinheiro. Morreu no dia 4 de abril de 1589..


ORAÇÃO - Ó Deus, que em São Benedito, o Negro, manifestais as vossas maravilhas, chamando à vossa Igreja homens de todos os povos, raças e nações, concedei, por sua intercessão, que todos, feitos vossos filhos e filhas pelo batismo, convivam como verdadeiros irmãos e irmãs. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

4 de outubro de 2010

4 de Outubro -Nosso Seráfico Pai São Francisco


Nasceu em Assis, no ano de 1182. Depois de uma juventude leviana, converteu-se, renunciou a todos os bens paternos e entregou-se inteiramente a Deus. Tendo abraçado a pobreza, levou uma vida evangélica, pregando a todos o amor de Deus. Aos que desejaram segui-lo, formou-os com normas excelentes, aprovadas pela Sé Apostólica. Deu início a uma Ordem de religiosas e a uma Ordem de penitentes inseridos no mundo, bem como à pregação entre os infiéis.

ORAÇÃO - Ó Deus, que fizestes o seráfico Pai São Francisco assemelhar-se ao Cristo por uma vida de humildade e pobreza, concedei que, trilhando o mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso Filho, unindo-nos convosco na perfeita alegria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


"Tão perfeita imagem de Cristo! Quase um Cristo redivivo" - Pio XI, Papa

"O mais italiano dos santos, o mais santo dos italianos" – Mussolini

Há homens que, vivendo profundamente a problemática do seu tempo e de seu povo, são tão humanos que permanecem como inspiração para todos os tempos e todos os povos. Francisco de Assis é um desses homens raros que, ao longo dos séculos, das latitudes e longitudes, interpelam, questionam, desinstalam" - Dom Hélder Câmara

"Esse, talvez, o maior segredo de São Francisco de Assis. Onde outros dariam ou deram o seu saber, a sua astúcia, a sua coragem, ele deu apenas isso: seu coração. E com isso revolucionou a história. Com a fé de uma criança, renovou a alma de um mundo". Alceu Amoroso Lima

"São Francisco, pela amigável união que estabeleceu com todas as coisas, parecia ter voltado ao primitivo estado de inocência matinal" - S. Boaventura

"Homem inútil e indigna criatura de Deus, nosso Senhor" - ele mesmo, São Francisco.


Francisco, modelo de paz

Por D. Paulo Evaristo Arns

A festa de São Francisco, em 4 de outubro, transformou-se em símbolo do esforço da Igreja pela Paz. Todos nos lembramos com gratidão da viagem de Paulo VI às Nações Unidas e do pedido humilde, mas corajoso, do Pontífice, de se transformarem os canhões de guerra em arados para a construção da paz duradoura.

Nos tempos de São Francisco, não havia homem que não andasse armado, e homens armados podem transformar-se facilmente em homens de guerra. Como nos dizia certa vez um mexicano: "Em minha Juventude, carregava-se sempre o revólver no cinto e morriam muitos homens pela violência. Hoje, andamos desarmados e já são poucos os que assim morrem".

Para conseguir um movimento de paz, São Francisco fundou sua Ordem Terceira, que obrigava a todos os membros a andarem sempre com a expressão "Paz e Bem" sobre os lábios e com o cinto e o ânimo desarmados.

Esse movimento provocou tamanha simpatia entre os homens, que se alastrou por sobre o mundo inteiro, conquistando adeptos entre todas as classes e transformando-se em autêntico fermento da idéia "PAZ".

No entanto a educação para a paz tinha que partir do exemplo daqueles que podem fazer guerra, das autoridades. E havia o que mudar.

O próprio Bispo de sua terra e a autoridade civil se guerreavam. São Francisco não se acovardou, e com sua simplicidade costumeira foi pedir a ambos que fizessem as pazes. Conseguiu-o, mais por persuasão pessoal, do que por argumentos históricos.

Quando, já moribundo, é transportado para sua terra, Assis, abençoa-a do alto de uma colina, desejando-lhe a paz e oferecendo sua serenidade diante do maior inimigo - a morte - como exemplo a todas as gerações. A morte assim se transformou em irmã, que conduz ao desabrochar total na paz eterna.

Mas antes de morrer, já enviara seus arautos da paz, os Frades Menores, dois a dois, a todos os pontos cardiais do mundo, com a mensagem evangélica da Paz: contínua conversão interior; vida em favor dos outros; renúncia aos bens que podem provocar a guerra, e carinho em favor daqueles que não vivem em paz porque estão marginalizados.

"Deixo-vos a paz, dou-vos minha paz", havia dito Jesus.

Paz significa, segundo os textos evangélicos, um incentivo para todos aqueles a quem Deus ama. Ter paz interior é olhar para os outros com o respeito e o amor de quem olha para Jesus. Ter paz interior não é outra coisa senão identificar-se a tal ponto com os sofrimentos dos outros "que não haja quem sofra, sem que eu sofra com ele". Por que não dizê-lo, paz interior significa também ter liberdade de falar a Deus como a um amigo e fugir a tudo que possa empanar esta amizade.

Neste ponto, São Francisco é o grande mestre da paz. A tal ponto assimilou a mensagem de Jesus, que na hora da morte, ele próprio confessou: "Não existe um termo no Evangelho que eu não tenha decorado - isto é, que eu não tenha posto no coração - com os pontos e virgulas".

A mensagem de paz de São Francisco foi assunto para pincéis e penas. Artistas e escritores celebraram a cena do lobo de Gubbio, o ladrão que não deixava paz à sua cidade.

O lobo que fazia vítimas contínuas na comunidade. São Francisco dirigiu-se a ele, e firmou o contrato de que ele não sofreria fome, caso não maltratasse mais os outros.

Os historiadores estão todos de acordo em dizer que São Francisco criou uma alegoria, e nós hoje teríamos a grande tentação de aplicá-la ao nosso meio. Mas preferimos confiar esta tarefa ao leitor: Como faremos para que o lobo deixe de devorar-nos? Qual é a comida que lhe oferecemos, para que não tenha mais fome nem maldade?

Quando visitamos as Pirâmides do México, o arqueólogo nos explicava: "Reparem naquelas pessoas que sobem; quanto se identificam com o monumento, na medida em que vão atingindo o alto; e como no final são uma coisa só com o monumento e o céu".

Agora imaginem-se os antigos sacerdotes, que subiam com suas oferendas, e assim identificavam a terra e o céu, numa só visão para todos os crentes. As pirâmides se casam com a natureza e o homem mexicano.

Quando o peregrino percorrer Assis, sentirá apenas falta do homem Francisco, totalmente identificado com a natureza. Talvez com um cordeirinho nos braços, cordeirinho que recebeu em troca do manto, amando a água "pura e casta", amando a lua, o fogo e o sol, amando, sobretudo, o homem, pobre e desprezado, chamando a tudo e a todos de Irmão, de Irmã.

Como à paisagem mexicana se devolve a paz completa, ao unir as pirâmides com o sacerdote e o céu, assim a Humanidade inteira se reconcilia em São Francisco, com aquilo que é e deve ser.

A Paz significa, em última análise, reconhecer a Deus como Pai e a toda a natureza como irmã. A evocação de São Francisco exige de cada um de nós um gesto e uma súplica de paz.

Texto do livro "Olhando o Mundo com São Francisco", de D. Paulo Evaristo Arns, Edições Loyola, 1982.

1 de outubro de 2010

1ª sexta-feira do mês

AQUELE QUE ACOLHE DE BRAÇOS ABERTOS

1. Nunca nos cansamos de contemplar os últimos momentos da trajetória do Cristo de nossas vidas. Sabemo-lo ressuscitado e presente no meio de nós. De alguma forma, podemos dizer que nossa vida se confunde com sua vida. Não somos homens e mulheres da sexta-feira das dores, mas da manhã da ressurreição. Neste curto espaço de tempo de nossa vida tivemos a ventura e a alegria de sermos delicadamente apresentados ao Senhor. Gostamos, mesmo sabendo que o Senhor é o ressuscitado, de contemplar sua cruz. Aquela solidão, aqueles momentos delicados em que o próprio Pai parece tê-lo abandonado. Aquele peito aberto pela lança do soldado. Aquele Coração que espreitava o nosso coração. Aqueles braços abertos querendo nosso abraço.

2. Zózimo, autor eclesiástico antigo, contemplando a cruz do Senhor, escreve: “Quando nos aproximamos da cruz de Jesus, ele nos olha de braços abertos. Tem sua santa cabeça inclinada para ouvir tua voz. Deus fechou os olhos para não ver teus pecados. Permitiu que seus pés fossem pregados ao lenho, para não se afastar daqueles que, na realidade, não mereciam seu amor”.

3. Discípulos de Cristo, experimentamos, diante do Coração aberto do Mestre um sentimento de confusão pelos nossos pecados, pela incapacidade de responder amor com amor, pela vida mais ou menos tíbia que uns e outros levamos. Pela falta de zelo missionário. Pela perda do élan no desgaste do tempo. Esse sentimento de confusão se mistura ao desânimo e ao peso de atos que colocados corroem a nossa consciência. Mas ele está pregado, preso, não se afasta. Está a chamar. É possível tudo recomeçar. O sentimento de confiança, do cor contritum, invade a nossa vida. É o grande momento da graça!

4. Novamente Zósimo: “Ele não somente abriu a porta de seu coração, cheio de caridade. Permitiu que ele fosse traspassado pela lança para que sua ternura e seu amor escorressem sem interrupção sobre todos os que se lança aos pés de Deus que, com seu amor, se fez pregar na cruz”. Se é verdade (e como!!!) que os cristãos não podem se acomodar, não descansam enquanto o maior número de homens e de mulheres não venham a se apaixonar por Cristo, também é certo que precisam compreender contemplativamente a grandeza do sangue que corre, da água que mana do Coração daquele ama sem ser amado. Não se pode perder de vista esse denso momento da trajetória de Deus que se aproxima de nós.

5. Não é possível deixar de beber desta fonte no cuidado da busca do silêncio e na constante visita ao nosso interior. Não podemos deixar o nosso interior se torne vazio. Intimidade sim, em vista da missão. Mas tempo de intimidade. “Entendei o que bebeis. Diga-vos Jeremias, diga-vos a própria fonte: Abandonaram-me a mim, fonte de água viva, diz o Senhor (Jr 2,13). O próprio Senhor, nosso Deus, Jesus Cristo, é a fonte da vida: por isso nos convida a irmos a ele, fonte para bebermos. Bebe-o quem ama; bebe quem se sacia com a palavra de Deus; quem muito ama, muito deseja; bebe quem arde de amor pela sabedoria” (São Columbano, Liturgia das Horas IV, p. 143).

6. Vamos correndo na direção do Coração aberto do Senhor, sem medo e sem hesitação. Zósimo nos ensina a postura diante dele: “Medita em sua bondade e reza, ou como o publicano, dize baixinho com humildade e compunção: Tem piedade de mim, que sou pecador! Ou então grita como a cananéia, ou permanece silencio banhado de lágrimas, como a pecadora aos pés do Salvador, ou corre sem medo, como o filho pródigo. Os braços do Salvador, cobertos de sangue, acolhe todos os que a ele se voltam”.