29 de novembro de 2010

Meditação Diária


O amor, no seu conjunto, não se reduz à emoção nem ao sentimento, que não são senão alguns dos seus componentes. Um elemento mais profundo, e de longe o mais essencial de todos, é a vontade, que tem o papel de modelar o amor no homem. Na amizade - ao contrário do que sucede na simpatia - a participação da vontade é decisiva.

A vontade cria um espírito dentro de nós, capaz de nos impelir a uma ação boa, criativa, amorosa. Nessa ação seremos capazes de mudar as coisas, fazer diferente. Aprender com o verdadeiro sentimento do amor: criatividade, alegria, transformação. É assim que avançamos em nossos relacionamentos e em nossas atitudes.

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

27 de novembro de 2010

Meditação Diária


O dever de cada um de nós não é apenas amar os outros. É, sobretudo, tornar-se digno de ser amado por todos... Mas não podemos ser amados quando somos egoístas, amargos, desonestos, grosseiros, pequenos... O amor exige de nós uma caminho que passa pela delicadeza, cortesia, afabilidade, educação, boas maneiras. Precisamos que, na verdade, sejamos educados na escola do amor.

O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida, é refletida do astro eterno, irradia-se de Deus. Ninguém é pobre quando ama, mas quem não ama (ou não experimenta o amor) será sempre um mendigo, mesmo que tenha muito dinheiro e poder. Cresça, pois na escola do amor: ele será sempre exigente, mas permitirá um caminho de liberdade e de abertura com aqueles (as) que você ama.

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

24 de novembro de 2010

Meditação Diária


As pessoas mais bonitas que conhecemos são aquelas que conheceram a derrota, o sofrimento, a luta, a perda; e de ter encontrado seu caminho em direção à luz, longe das coisas ruins. Essas pessoas têm uma paz, uma sensibilidade e uma compreensão da vida que nos enche de compaixão, gentileza e um profundo cuidado amoroso. Pessoas bonitas não acontecem apenas, de repente. Elas se constroem dia após dia.
Procure fazer parte da civilização do amor, aplicando-o em todas as suas ações. Faça com que o amor permeie sua vida, como o azeite que perpassa as engrenagens de uma máquina. Com azeite, essa funcionará bem melhor e e produzirá uma músxia agradável aos ouvidos. Faça, pois de sua vida uma canção de amor...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

22 de novembro de 2010

Meditação Diária


São nos desafios que crescemos, que aprendemos a alçar vôos mais altos, pois nossas asas tornam-se mais potentes. Aprenda, pois com os momentos de dor e sofrimento. Eles tem um sentido e um propósito em nossas vidas. Nada acontece por acaso, pois em tudo está a vontade de Deus acontecendo...
Reflita sobre aqueles momentos em que você se sentiu bem consigo mesmo. Reviva a sensação de força, de auto-aceitação e de serenidade que então preencheu o seu ser. Abasteça-se da força vital que reside dentro de você: é dessa energia divina que encontrará disposição e coragem para seguir em frente. Lembre-se: você foi escolhido por Deus para cumprir uma missão de transformação nesse mundo...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

19 de novembro de 2010

Meditação Diária


Entendemos espiritualidade como algo fora de nós, pertencente ao espírito (algo etéreo). Porém, espiritualidade é inerente ao humano. Toda pessoa possui espiritualidade: ela é uma forma de ser do humano. Na espiritualidade, o humano se plenifica e encontra seu equilíbrio, pois é no encontro com a dimensão divina que o humano encontra seu sentido maior, sua plenitude.

Assim diz Rubem Alves: "Espiritual é o jardineiro que planta o jardim, o pintor que pinta o quadro, o cozinheiro que faz a comida, o arquiteto que faz a casa, o casal que gera um filho, o poeta que escreve o poema, o marceneiro que faz a cadeira. A criatividade deseja tornar-se sensível. E quando isso acontece, eis a beleza!"

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

17 de novembro de 2010

Especial - SANTA ISABEL DA HUNGRIA, padroeira da Ordem Terceira

Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha).

De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus.

Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores.

Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.

Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio.

Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221.

A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e... milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas.

Sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227.

Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.

Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Familia Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!

Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda.

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores.

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!

De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranqüila: "Minha herança é Jesus Cristo !" E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231.

Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira das Irmãs da Ordem Franciscana Secular.

FREI CARMELO SURIAN, O.F.M.

Meditação Diária


Determinação, coragem e auto confiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação, conseguiremos superar as adversidades. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, simples e despidos de orgulho. O entusiasmo que nos enche o coração e alma fará sempre o diferencial em nossas ações, pois o verdadeiro sucesso está em assumirmos nossa existência com vigor e responsabilidade.

Cada um de nós compõe a sua própria história (Almir Sater) e nessa história somos também responsáveis pela felicidade das pessoas que nos rodeiam. Fazer um mundo melhor, mais feliz, mais humano e mais cheio de Deus: eis aí a missão e o sentido maior de nossas vidas...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

16 de novembro de 2010

Meditação Diária


Todos nós temos luzes e sombras. Quando investimos nossas forças na luta contra a “sombra” acabamos direcionando nossa energia na direção errada. Já notaram que quando mais insistimos em não pensar em algo, aí que nossa cabeça não desliga daquilo que gostaríamos de esquecer? Assim acontece com os aspectos que tentamos negar dentro de nós. Quando mais lutamos contra eles, mais eles fortalecem dentro de nós.

Aceitar nossas limitações e fragilidades é o primeiro passo para a integração. Quando entramos pelo caminho da aceitação nossa auto-estima melhora, pois saímos da fantasia daquilo que gostaríamos de ser e entramos da realidade de quem EU SOU verdadeiramente. Como disse a frase, “a paz interior une os aspectos numa totalidade”. Esse é o nosso desafio e a nossa grande busca: caminhar na direção do Si-Mesmo. Em outras palavras, sermos plenos em Deus.

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFm

12 de novembro de 2010

Meditação Diária


A dor possui um grande poder educativo: faz-nos melhores, mais misericordiosos, mais capazes de nos recolhermos em nós mesmos e persuade-nos de que esta vida não é meramente um divertimento, mas um dever. E no dever está quilo que precisamos fazer para evoluirmos, para fazermos multiplicar os talentos que Deus já nos concedeu. Se a tua dor te aflige, transforma-a num poema. Utilize-a para coisas maiores, para criar alegrias...

O sofrimento é inerente à nossa existência. Toda pessoa sofre, de alguma maneira, física, psíquica ou espiritualmente. Procure não antecipar o sofrimento, pois pode ser que ele nem aconteça. A cada dia basta suas ocupações e seus cuidados. Isso já nos ensinou nosso Mestre Jesus Cristo...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

10 de novembro de 2010

Meditação Diária


Poucas coisas no mundo são mais poderosas que um impulso positivo. Por exemplo: um sorriso, uma palavra amiga, um aperto de mão, um abraço.... Um mundo de otimismo e esperança, um 'você consegue' quando as coisas estão difíceis. Tudo isso são ações poderosas que podemos realizar pelas pessoas e que não nos custa nada. Basta oferecer e receberemos muitas coisas em troca!

A existência nos abre para os desafios da vida. E é na luta, na dor, no sofrimento e nas conquistas da existência que vamos criando uma certeza que nos impulsiona para frente, para a transcendência. Viver é melhor que sonhar, já dizia a canção (Belchior). Pois é preciso viver e sonhar ao mesmo tempo. Ir além da existência: ter uma vida que valha a pena ser vivida: pela ética, pelos valores, pela fé!

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

9 de novembro de 2010

Meditação Diária


Soneto da Amizade
Autor: Frei Paulo Sérgio, OFM

Em sete letras constrói-se a amizade
Urdida nos fios de uma colcha multicor.
No abraço e nos laços da irmã liberdade
Revela-se o sentimento verdadeiro do amor.

Caminho que se abre, percurso a dois
Nada pode impedir o encontro, nem a dor!
A separação que o espaço e o tempo impôs
A lembrança voou... luz, aurora e calor!

Não sei definir, mas talvez poetar
Pois quanto reina o sentimento
Não vale tanto falar, mas talvez cantar...

A canção do amigo que ficou
Enquanto o outro o mar atravessou
Nas asas da lembrança, saudade e amor!

8 de novembro de 2010

Meditação Diária


Tudo que acontece no universo está em movimento, em busca da per-feição, é um devir... O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: liberdade é o direito de transformar-se, de fazer e re-fazer, de ir além dos muros, de transcender. Na liberdade está também a capacidade da transgressão, de não nos conformarmos com aquilo que apequena, que impede a vida acontecer na sua plenitude.

Construa sua liberdade interior, nas relações interpessoais e na sua postura ética diante da sociedade. Deus nos criou na liberdade para que possamos escolher o melhor caminho. Ser livre significa fazer aquilo que é melhor para nossa vida, mas também fazer aquilo que está em conformidade com os planos de Deus...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

5 de novembro de 2010

1ª sexta-feira do mês -OS QUE FORAM FERIDOS PELA CARIDADE

1. Estamos assistindo em nossa Igreja um empenho de busca das coisas essenciais. Não basta apenas uma prática solta, mecânica ou emocional. Não queremos uma sacramentalização sem seguimento de Cristo. O Documento de Aparecida e o outro da Iniciação à Vida Crista da CNBB nos falam de seguimento, discipulado, ardor, recepção lúcida e consciente dos sacramentos. “A pessoa amadurece constantemente no conhecimento , amor e seguimento de Jesus Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina. Para esse passo são de fundamental importância a catequese permanente e a vida sacramental, que fortalecem a conversão inicial e permitem que os discípulos missionários possam perseverar na vida cristã e na missão em meio ao mundo que os desafia” (Aparecida, 278,c).

2. Não há dúvida. Necessário se faz colocar-se aos pés do Mestre, contemplar seus gestos e se extasiar diante do amor que se torna cruz, abandono e solidão. Na medida em que deixamos que nosso interior seja perpassado por este tipo de contemplação saímos da dimensão do jurídica, do funcional, do imediato, do formal, do frio... Os que vão se deixando tocar pelo amor do Senhor são discípulos ardorosos.

3. Toda a mística cristã sempre contemplou com imenso carinho e respeito a ferida do peito aberto de Cristo no alto da cruz. Afinal de contas, não podia ser de outra maneira. Nos que fomos arrancados do tétrico universo da solidão e do abandono não cessamos de contemplar essa ferida e a fonte que dela jorra. Nunca seremos suficientemente reconhecidos ao Amor que não é amado. Nunca poderemos pagar esta dívida: o mais belo de todos os filhos dos homens, Deus morando em nosso meio, morrendo de amor. São Columbano (sec. VII) assim escreve: “Oxalá, Senhor, te dignes admitir-me a esta fonte. Deus misericordioso, bom Senhor, onde eu, com os que têm sede de ti, beberei da onda viva da fonte viva da água corrente. Refeito por sua indizível doçura,esteja sempre unido a ela e diga: Quão doce é a fonte de água viva que jorra para a vida eterna”. A água que jorra, no dizer de João, é o Espírito. A água que jorra serve para matar a sede de plenitude que existe em nós e que nunca pode ser saciada. Da fonte saem água e sangue. Em outras palavras jorram rios de amor. Assim, nessa contemplação profunda, cresce o discípulo, dilata-se sem coração e arde dentro dele o senso missionário. Não quer ficar numa beata contemplação, cheia de emoção e de afeto, mas quer fazer de sua vida um hino de serviço amoroso, como Cristo Jesus. Insisto: os que se colocam diante do Coração se tornam ardorosos missionários.

4. Mais adiante São Columbano fala da ferida do amor, da caridade. “Rogo-te, nosso Jesus, inspira os nossos corações com aquela brisa do teu Espírito e fere nossas almas com a tua caridade (...). Desejo, Senhor, que se grave em mim esta ferida. Feliz a alma que assim foi ferida pela caridade; esta busca a fonte, esta bebe e, no entanto, sempre tem sede bebendo e sempre haure desejando aquela que sempre bebe sedenta. Assim sempre busca amando aquela que se cura ferindo”. Sim, ser discípulo não simplesmente colocar meia dúzia de práticas religiosas. Não é repetir as fórmulas do Credo, mas é deixar-se tocar pelo amor, pela caridade. Não há receita mágica para alimentar o amor de esposos. São as coisas de todos os dias que robustecem o coração: atenções, presença, carinho, fidelidade. Os que fomos tocados pelo amor do peito rasgado de Cristo e que aparamos nossas mãos para colher os rios de misericórdia, sentimos com que uma ferida na alma, somos marcados pelos raios e pela reverberação do amor do peito de Cristo que a lança do soldado abriu. Somos assim convidados a contemplar demoradamente. Alimentamo-nos desse amor de modo especial, no banquete do pão e do vinho e no sacramento do perdão. E a ferida aberta em nosso coração nunca fecha.

5. Os que são feridos pela Caridade se encantam com o projeto de Jesus e a ele dão sua generosa adesão. “O projeto de Jesus não tem nada de pequeno e de mesquinho: pelo contrário, somos chamados a um trabalho exigente e emocionante. Num mundo ferido pela violência, escravizado ao consumismo irresponsável, numa sociedade construída sobre a injustiça, Jesus nos impulsiona a viver a fraternidade, a defender os fracos, a construir a paz, valorizando a honestidade e a dignidade humana, sabendo perdoar e partilhar” (Iniciação à Vida Crista, Estudos da CNBB 97, n.21). O mundo está cheio de pessoas feridas, jogadas à beira do caminho. Elas serão atendidas por aqueles que foram feridos pela Caridade do Coração do Redentor. Os devotos da chaga do coração de Cristo não são alienados, mas ardorosos missionários.

Nota bene: As citações de São Columbano foram tiradas da Liturgia das Horas IV, p. 147-148

Meditação Diária


Semear... eis aí a missão de nossas vidas: semear alegria nos corações das pessoas, semear a paz, o amor, o perdão, a concórdia e a misericórdia... Jesus, Nosso Senhor, muitas vezes comparou o Reino dos Céus a uma semente. A semente traz dentro de si mesma um poder de vir-a-ser... A semente é revestida de um grande mistério: pode tornar-se uma grande árvore, florir e produzir frutos com novas sementes...

Por isso o reino dos Céus é como uma semente: traz em si um grande poder. É revestido de um grande mistério. É dom de Deus em favor de todos nós. Por isso, semeie sempre alegria, paz, amor... Transmita a Palavra de Jesus aos corações das pessoas. Não se preocupe com a colheita, pois é Deus quem faz tudo crescer!

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

4 de novembro de 2010

Meditação Diária


Soneto: VEM COMIGO...
Autor: Frei Paulo Sérgio, OFM

Da chuva que à noite caiu
Algumas gotas de folha em folha brincou
Os primeiros raios de sol coloriu
De luz e de cores, a criança sorriu...

Gotas coloridas pela luz que atravessou
Até que o solo atingiu... E se escondeu!
Cada gota que a terra perpassou
Um encontro que fecundou e gerou...

Como a criança que a borboleta seguiu
Pelos caminhos do parque me perdi,
Vejam ali... Na beira do riacho ELE(*) surgiu!

Brincando como criança o homem dormiu
No colo de Deus a noite escura atravessou
No amanhecer da vida, a humanidade ressurgiu!

ELE= Jesus Cristo, o Filho do Homem

3 de novembro de 2010

Meditação Diária


A vida revela-se ao mundo como uma alegria. Há alegria no jogo eternamente variado dos seus matizes, na música das suas vozes, na dança dos seus movimentos. A morte não pode ser verdade enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano. Enquanto crermos no poder da Vida, já haverá lugar para a dor, para o sofrimento e nem para a morte...

Quando mais crescemos em humildade, mais estaremos em comunhão de sonhos e de vida com a humanidade inteira. Na humildade está a verdadeira lição de sermos participantes da jornada da humanidade inteira: onde há uma pessoa humana está sempre um desejo, um sonho, uma busca intensa por eternidade...

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM

1 de novembro de 2010

Meditação Diária


A compaixão tem pouco valor se permanece uma idéia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensamentos e ações. O coração é o espaço privilegiado dos sentimentos e emoções, mas também o lugar da força, da atitude e da coragem. É no coração que aprendemos a nutrir bons pensamentos e bons desejos, pois os mesmos são alimentados pelo amor de Deus que habita em nós...

Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro. Procure julgar teu sucesso pelas coisas que tiveste que renunciar para consegui-lo. Compartilhe, pois, tuas conquistas e vitórias com as pessoas que tu amas. Seja bondoso e generoso em tuas ações e atitudes. Isso será o teu referencial!

Frei Paulo Sérgio de Souza, OFM