3 de julho de 2015

03/07 - Bem-aventurada Maria Ana Mogas Fontcuberta


Fundadora das Franciscanas Missionárias do Mãe do Divino Pastor (1827-1886). Beatificada por São João Paulo II no dia 6 de outubro de 1996.

Maria Ana nasceu em Corro do Vale (Barcelona) em 13 de janeiro de 1827, batizada no dia seguinte. Ela começou sua vida religiosa em Ripoll em junho de 1850. Ela se distinguiu sobretudo pela sua caridade, a pobreza, a humildade, a simplicidade, a austeridade, alegria e espírito de oração, virtudes que infundia entre suas filhas e em suas obras apostólicas.

Em 12 de junho de 1859 abriu uma casa de Capellades para cuidar dos enfermos da região e começou a ensinar as meninas, especialmente as pobres. Em 1860, criou uma comunidade em São Quirico de Besora para dar assistência às pessoas através de um estabelecimento muncipal. As irmãs ajudavam aos doentes e necessitados. Mas os interesses econômicos dos diretores impediram que as irmãs pudessem realizar um plano de serviço.

Mas a mãe Maria Ana encontrou uma maneira de fazer este trabalho de forma independente. Em 1862, ela fundou uma pequena escola para o ensino fundamental. Este trabalho progrediu e a qualidade da formação e dos estudos fez de imediato sobresair o colégio das irmãs.

Em 1883, obteve em Barcelona o título de professora do ensino fundamental. De imediatoo, a pedidos e dada a grande necessidade, fundou o segundo colégio nos subúrbios, em Fuencarral. Os marqueses de Fuente Chica, primeiro cederam o terreno, em seguida, os campos ao redor e, por último, a fizeram sua herdeira, condição que pôde coroar a sua obra. Apesar de sofrer um acidente vascular cerebral durante a epidemia de cólera, fez o seu melhor para servir aos enfermos. Morreu em Fuencarral no dia 3 de Julho de 1886.

2 de julho de 2015

02/07 - Bem-aventurado Carmelo Volta


Sacerdote e mártir da Primeira Ordem (1803-1860). Beatificado por Pio XI no dia 10 de outubro de 1926.

Carmelo Volta é modelo e protetor dos párocos e de todos os que fazem a cura d’almas. Foi pároco zeloso primeiro em Ein-karem (São João da Montanha) e depois em Damasco, onde ele e seus irmãos sofreram martírio por Cristo. Ele nasceu em Real de Candia, perto de Valência, Espanha, em 1803. Seu pai, José e sua mãe, Josefina Bamez, depois de educá-lo santamente em família, o confiaram aos Irmãos das Escolas Pias, onde foi educado e instruído.

Ele tinha 22 anos quando finalmente pôde realizar seu desejo de dedicar sua vida a Deus na Ordem dos Frades Menores. Depois da formação e estudos, foi ordenado sacerdote. Em 1831 veio para a Terra Santa, onde se encontrou com o beato Manuel Ruiz. Seus espíritos estarão sempre unidos no mesmo ideal para compartilhar no mesmo campo as lutas do apostolado e o triunfo do martírio.

Animado pelo espírito de Deus, trabalhou com grande zelo para o bem das almas a ele confiadas. Aos 57 anos de idade, o incansável ministério pastoral havia limitado suas forças, razão pela qual pediu um coadjutor, e o teve na pessoa do jovem Engelberto Kolland.
A popularidade de Carmelo era singular: em Ein Karem e, especialmente, em Damasco, ele foi amado e respeitado até mesmo pelos muçulmanos.

Na noite de 10 de julho de 1860 os drusos invadiram o convento e Carmelo buscou refúgio em um canto na escola paroquial, mas foi descoberto por um turco, que o atingiu com um bastão. Um jovem viu isso, correu para ajudar o seu pastor, mas ele aconselhou-o a fugir. Logo depois veio outros muçulmanos que prometeram salvá-lo com a condição de que ele renunciasse à sua fé em Cristo e aderisse a Maomé. A esta proposta, justamente indignado, gritou: “Sou sacerdote e cristão. Quero morrer no seguimento de Cristo”. Os muçulmanos não permitiram que ele continuasse falando e o cercaram, especando-o até a morte, enquanto ele invocava a Deus. Carmelo tinha 57 anos.

1 de julho de 2015

01/07 - São Teodorico Endem




Mártir em Gorcum. Sacerdote da Primeira Ordem (1499-1572). Canonizado por Pio IX no dia 29 de junho de 1867

Mártir em Gorcum. Nascido em 1499 na cidade de Amersfoot, Holanda, quando jovem era um estudante aplicado e dedicado às obras de caridade e de misericórdia. Possuía um caráter manso e sereno. Em um determinado dia revelou a seus pais: “Já escolhi o meu caminho. Serei religioso franciscano e sacerdote”.


Sua família não aceitou passivamente a decisão dele dedicar-se à vida religiosa, de tudo fazendo para dissuadi-lo, mas sua veemência estava sustentada pela graça divina. Aos familiares respondia sempre que “quando o Senhor chama não se pode dizer não. Deve-se responder a Seu chamado, Ele é nosso Pai e nosso Deus”.

Conseguiu vencer a oposição familiar, que aceitou a sua decisão de ingressar na vida religiosa, mas com uma condição: deveria entrar em uma ordem beneditina. Esta condição deveu-se ao fato dos franciscanos serem muito pobres e conviverem com regras muito rígidas. Quanto aos beneditinos, seriam estes possuidores de dotes intelectuais e nobres de coração, podendo chegar, inclusive, à condição de Abade e levar uma vida de regalias.
Mas Teodorico estava decidido a seguir os passos de São Francisco e, novamente, sua vontade prevaleceu sobre a oposição paterna. A vida de pobreza, orações e penitências era o que o atraia. Ingressou na Ordem dos Irmãos Menores e após cumprir o noviciado e os estudos exigidos foi ordenado sacerdote, em solenidade que contou com a presença dos seus pais.
Durante um período de vários anos de isolamento foi um severo e fiel observador das Regras criadas por São Francisco, sendo muito respeitados pelos fiéis e pelos irmãos de ordem, sendo considerado um modelo de santidade e erudição.

Foi designado para o Convento de Gorcum, onde assumiu a missão de confessor, passando a maior parte do dia ouvindo as confissões dos fiéis. Também, no mesmo período, foi confessor e orientador espiritual no Mosteiro das Irmãs Terciárias Franciscanas.

Na época da rebelião de Lutero e Calvino diversos católicos do norte da Europa se afastaram da Igreja, ocorrendo muitas rebeliões e conflitos. Após assumirem o poder na Holanda os calvinistas passaram a perseguir duramente os católicos. Durante a ocupação da cidade de Gorcum, no ano de 1572, todos os irmãos franciscanos foram presos, juntamente com outros sacerdotes, humilhados e ridicularizados. Foram conduzidos através de cidades e povoados sendo expostos publicamente a todo tipo de ridicularização por parte das pessoas inimigas do catolicismo.

Conduzidos para a cidade de Brielle (Holanda) foram ali torturados, para que, pressionados, renunciassem à Igreja Católica, negando os dogmas da presença real de Cristo na Eucaristia e o primado do Sumo Pontífice. Porém todos permaneceram inabaláveis e confirmaram sua fé e não atenderam às exigências dos torturadores. Faleceu, martirizado na forca, juntamente com seus irmãos, no dia 09 de julho de 1572, aos 73 anos de idade. Desta forma Teodorico confirmou a sua fé, cheio da graça e do Espírito Santos. Foi canonizado por Pio IX em 29 de junho de 1867. Sua festa é comemorada em 1º de julho.

30 de junho de 2015

30/06 - Bem-aventurado Raimundo Lulio



Mártir da Terceira Ordem (1235-1316). Aprovou seu culto Clemente XIII no dia 19 de fevereiro de 1763.

Raimundo Lúlio nasceu em Palla de Maiorca, entre os anos de 1232 e 1233 e morreu em 29 de junho de 1315. Também conhecido como Raimundo Lulio em espanhol, foi o mais importante escritor, filósofo e poeta, missionário e teólogo da língua catalã.


Foi um prolífico autor também em árabe e latim, bem como em Langue d’Oc (ocitano).
Foi um leigo próximo aos franciscanos, talvez tenha pertencido à Ordem Terceira dos Frades Menores. É conhecido como “Doctor Illuminatus”, embora não seja um dos 33 doutores da igreja.

Ramon era filho de uma família de boa situação financeira, eram seus pais Ramon Amat Llull e Isabel d’Erill.

Dedicou-se ao apostolado entre os muçulmanos. Casou-se com 22 anos com Blanca Picany da qual teve dois filhos: Domingos e Madalena. Mais tarde, após converter-se em 1262 tornou-se terciário franciscano. Em 1275, depois de uma experiência mística, da qual saiu com o duplo propósito de preparar-se para o Magistério e dedicar-se à conversão dos infiéis, e em vista das insistentes queixas de sua esposa abandonou definitivamente a família.

De acordo com Umberto Eco, o lugar do nascimento foi determinante para Llull, pois Maiorca era uma encruzilhada, ná época, das três culturas: cristã, islâmica e judia, até o ponto de que a maior parte de suas 280 obras conhecidas terem sido escritas inicialmente em árabe e catalão.

Além de ser o primeiro autor que utilizou uma língua neolatina para expressar conhecimentos filosóficos, científicos e técnicos e de se destacar por uma aguda percepção que o permitiu antecipar muitos conceitos e descobrimentos, foi o criador do catalão literário, com um elevado domínio da língua e seu primeiro novelista.

De família cristã, Lúlio conviveu com muçulmanos e judeus em sua ilha de origem. Lúlio converteu-se definitivamente ao cristianismo em 1263, no ano da famosa Disputa de Barcelona, entre um teólogo judeu, o mestre Mosé ben Nahman de Girona, e um judeu convertido, Pau Crestià. Nessa Disputa, foi utilizado o procedimento de partir das argumentações do livro revelado do opositor. A partir dessa época, os apologetas cristãos passaram a estudar em profundidade os textos islâmicos e judeus.

Mas Lúlio seguiu uma outra vertente. Em seu diálogo interreligioso, motivado pela tentativa missionária de conversão do “infiel”, preferia partir do que chamava de “razões necessárias”. É o que desenvolve, por exemplo, em O Livro do Gentio e dos Três Sábios (1274-1276).

Futuramente, criará uma forma de argumentação baseada na automatização do pensamento, na chamada Grande Arte, utilizando um procedimento baseado na Zairja.

Conhecido em seu tempo pelos apelidos de Arabicus Christianus (árabe cristiano), Doctor Inspiratus (Doutor Inspirado) ou Doctor Illuminatus (Doutor Iluminado), Lulio é uma das figuras mais fascinantes e avançadas dos campos espiritual, teológico, literário da Idade Média. Em alguns de seus trabalhos propôs métodos de escolha, que foram redescobertos séculos mais tarde por Condorcet (século XVIII).

29 de junho de 2015

29/06 - Bem-aventurado Benvindo de Gúbio


Religioso da Primeira Ordem (+1232). Gregorio IX e Inocêncio XII em 1697 concederam em sua honra ofício e Missa.

Benvindo era natural de Gúbio, na Úmbria, e soldado de profissão e analfabeto. Sofreu a influência franciscana e tomou o hábito dos Menores em 1222. Desde o momento em que ingressou na Ordem, modelou sua vida inteiramente pela de São Francisco.


 Encarregado de cuidar dos leprosos, a seu próprio pedido, tratava-os como se fossem o Senhor, em pessoa, pensando-lhes as chagas, dando-lhes banho, e jamais evitando os casos mais repulsivos e os ofícios mais humildes. Ele os servia em tudo, sempre alegre, sempre afável.

Sua compaixão por eles era tanto maior talvez, sobretudo, pelo fato de que ele próprio padecia de várias enfermidades, que suportava com inesgotável paciência. Passava grande parte da noite em oração, e, muitas vezes, durante a missa, teve a visão de uma criancinha linda, para a qual estendia os braços como se procurasse abraçá-la. Sua conduta era tão exemplar, que, ao que se sabe, nunca mereceu uma única censura. Ele teria podido viver ignorado do mundo exterior, no isolamento da vida religiosa, não fossem os dons sobrenaturais de natureza superior que Deus lhe concedera. Esses dons propagaram sua fama por toda a parte. Benvindo morreu em Corneto, na Apúlia, em 1232. Cinco anos depois de sua morte, os bispos de Veneza e de Amalfi se dirigiram à S. Sé, pedindo-lhe que aprovasse o seu culto, e citaram muitos milagres em apoio à sua petição. O papa Gregório IX concedeu-a para as duas dioceses.

Parece que não se tem notícia de uma biografia independente, mas vejam-se Acta Sanctorum, junho, vol. VII; Wadding, Annales O.M.; e Léon, Auréole Séraphique (traduzida para o inglês), vol. lI, p, 427-429.

28 de junho de 2015

28/06 - Mártires na China


Santa Maria Hermelina de Jesus, Maria da Paz, Maria Clara, Maria de Santa Natalia, Maria de São Justo, Maria Adolfina e Maria Amandina, Franciscanas Missionárias de Maria, Mártires de Tai-yuen-fu (+ 9 de julho de 1900). Canonização por João Paulo II, em 1º de outubro de 2000.

Em 1900 sete Franciscanas Missionárias de Maria são martirizadas na China durante a revolução dos Boxers, dando à fundadora a alegria de ter agora sete verdadeiras Franciscanas Missionárias de Maria!.


Elas foram para a China para trabalhar com doentes, órfãos e toda espécie de excluídos e fortificar a nova comunidade cristã do Chan-Si. Para substituí-las, a fundadora enviará um novo grupo e, entre elas, uma jovem, Irmã Maria Assunta, cuja generosidade silenciosa conquistou logo em seguida o afeto dos chineses, antes de morrer de tifo em 1905, aos 26 anos. Em 1954, Ir. Maria Assunta foi beatificada por Sua Santidade o Papa Pio XII.

Palavras de Irmã Maria Hermínia, superiora da comunidade, que falou em nome de todas, quando o Bispo lhes propôs que partissem para outro lugar: “Por amor de Deus, não nos impeçais de morrer convosco. Se a nossa coragem é demasiada fraca para resistir à crueldade dos carrascos, acreditai que Deus, que nos envia a provação, nos dará também a força de sair vitoriosas. Não tememos nem a morte, nem os tormentos… Vivemos para praticar a caridade e derramar, se for necessário, o nosso sangue por amor de Jesus Cristo.”
Sete mulheres decidiram ser FIÉIS à mensagem de Jesus e ao povo a quem foram enviadas. Pagaram sua fidelidade com a própria vida… mas a Boa Nova continua a espalhar alegria… Outras Missionárias passaram – e passam ainda hoje – a chama da Fé.

No dia 10 de março de 2000, o Santo Padre João Paulo II, fixou para 1º de outubro de 2000 a canonização dos Mártires da China, entre eles, sete Religiosas Franciscanas Missionárias de Maria serão reconhecidas pela Igreja pelo testemunho de suas vidas heróicas.

Os mártires da China

A Igreja universal ratifica a santidade destes 120 mártires, que em diversas épocas e lugares deram a vida por fidelidade a Cristo: 32 deles foram martirizados entre 1814 e 1862; 86 morreram durante a revolta dos Boxers em 1900 e dois foram mortos em 1930. Entre eles sobressaem seis bispos europeus, 23 sacerdotes, um irmão religioso, sete religiosas, sete seminaristas e 72 leigos, dos quais dois catecúmenos. Os mártires tinham entre sete e 79 anos. Todos eles foram beatificados, uns em 1900 e outros em 1946. Muitos deles eram chineses das províncias de Guizhou, Hebei, Shanxi e Sichuão e 33 eram missionários europeus.


A perseguição religiosa na China ocorreu em diversos períodos da sua história. A primeira perseguição deu-se na dinastia Yuan (1281-1367). Prosseguiu mais tarde na dinastia Ming (1606-1907), recrudescendo de forma especial em 1900 com a revolta dos Boxers. E continuou durante as cinco décadas de governo sem interrupção. Grande parte destes canonizados deram a vida durante a revolta dos Boxers em 1900, que foi como que uma premonição do que iria acontecer nas cinco décadas de governo comunista na China.

Os missionários foram objeto de um édito imperial de 10 de Julho de 1900, que fomentou e provocou o massacre de milhares de cristãos. Outros morreram durante as perseguições religiosas das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911). De fora ficarão as centenas de mártires que durante o regime comunista foram perseguidos e deram a vida por fidelidade ao Evangelho e a Cristo. Para a Igreja da China é um acontecimento importante pela magnitude e pelo contexto em que ocorre. É-o igualmente para a Igreja universal, bastante desconhecedora do que acontece com a Igreja da China. Eis algumas considerações sobre o significado do evento.

O martírio tem assinalado a Igreja da China ao longo dos séculos, desde a chegada da mensagem cristã no século VII com a vinda do monge sírio Alopen e dos nestorianos até Xian, capital da dinastia Tang, no ano de 635. Os estudiosos da Igreja na China, que falam de cinco tentativas de evangelização do país, concordam em afirmar que cada tentativa em estabelecer a presença do Evangelho no Império do Centro acarretou perseguições e martírio. Umas vezes pelas discrepâncias de credos, porque o imperador era considerado o Filho do Céu; outras pelos contrastes de culturas ou por motivos políticos; outras vezes por divisões entre as congregações religiosas presentes no território. O fato é que estamos diante de uma Igreja martirial. Mesmo hoje em dia isso é uma realidade permanente tanto para as comunidades subterrâneas como para as que conseguem atuar mais às claras.

O controlo e a perseguição variam conforme os lugares e as situações, mas os cristãos continuam a ser abertamente perseguidos e, por vezes, encarcerados e torturados. Como João Paulo II dizia na sua mensagem aos católicos da China por ocasião da celebração do ano jubilar: «O Jubileu será uma oportunidade para lembrar os trabalhos apostólicos, os sofrimentos, as dores e o derramamento de sangue que têm feito parte da peregrinação desta Igreja ao longo dos tempos. Também no meio de vós o sangue dos mártires se converteu em semente de uma multidão de autênticos discípulos de Jesus… E parece que este tempo de prova ainda prossegue nalgumas localidades.»

Com esta canonização, a Igreja da China envia uma mensagem profética ao mundo de hoje. Tanto pela singeleza com que afirmaram a sua fé como pela valentia em recusar a apostasia que os libertaria dos tormentos, da tortura e das infindáveis humilhações, o testemunho destes 120 mártires é a palavra viva de Deus, clara e ao mesmo tempo misteriosa. É sem dúvida alguma um encorajamento para as gerações vindouras de cristãos. Para além deste grupo de cristãos, muitos mais haveria a canonizar, mas, por falta de provas e informação, não puderam ser reconhecidos, embora a Igreja autentique como valores de ontem e de hoje a fidelidade a Cristo acima de qualquer ideologia, sistema ou tirania.

Os santos chineses espelham uma capacidade de doação e uma confiança ilimitada em Deus num contexto hostil à mensagem cristã. Se o autêntico tesouro do discípulo de Cristo é a cruz e se não há outra forma de seguimento de Cristo senão através da cruz, podemos dizer que a Igreja universal reconhece de forma pública o testemunho destes mártires como riqueza para toda a Igreja.

27 de junho de 2015

27/06 - Mártires polacos do Holocausto


Irmãos Menores: bem-aventurados Pe. Cristian Gondek, Frei Marcin Oprzadek, Pe. Anastasio Pankiewicz, Pe. Narciso Turchan, Frei Bruno Zembol, Frei Fidel Chojnacki, Frei Sinforiano Ducki, Pe. Aniceto Kop´linski, Pe. Enrique Krzysztofik, Pe. Floriano Stepniak. Mártires da Primeira Ordem.
 
A causa de beatificação dos 108 Mártires, vítimas da perseguição da Igreja na Polônia nos anos 1939-1945 por parte dos nazistas, foi introduzida formalmente só em 1992. Na realidade, nas suas origens, remonta aos primeiros anos após a 2ª Guerra Mundial. A fama da santidade e do martírio dos 108 novos beatos, as graças atribuídas à intercessão deles, despertou a atenção muitas vezes das dioceses e famílias religiosas sobre a necessidade de iniciar as causas de beatificação pelo martírio. Para lembrar, por exemplo, os casos do arcebispo Julian Antoni Nowowiejski, o bispo Leon Wetmanski, Dom Henryk Hlebowicz, Dom Henryk Kaczorowski com o grupo dos sacerdotes de Wloclawek, Dom Jozef Kowalski, salesiano, irmão Jozef Zaplata da Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus.

Depois vem a beatificação do bispo Michal Kozal (Varsóvia, 1987), definido “um verdadeiro mestre dos mártires” pelo clero dos campos de concentração, especialmente de Dachau. Durante a discussão sobre o martírio do bispo Michal na Congregação para as causas dos santos, chegou até mesmo o pedido para começar um processo à parte referente a quantos foram os companheiros do Bispo Mártir no oferecer o sumo testemunho da fé.

O processo, por parte da conferência dos bispos poloneses, foi aviado e presidido pelo bispo da diocese de Wloclawek, a qual durante a perseguição havia sofrido, em percentual, as mais expressivas perdas entre o clero diocesano na Polônia.
No dia da abertura do processo em Wloclawek, dia 26 de janeiro de 1992, dia do aniversário de morte do beato mártir Michal Kozal, foram levados em consideração 92 mártires das diversas dioceses e famílias religiosas. O número dos candidatos foi depois mudando com a inserção de alguns novos candidatos e exclusão de alguns outros por motivo do não suficiente material de prova do martírio, considerado no sentido teológico. Enfim, o número dos mártires foi fixado em 108 pessoas, às quais foi infligida a morte por ódio à fé (in odium fidei) em diversas localidades e circunstâncias.

Os documentos do processo chegaram a encher 96.000 páginas e foram entregues, em 1994, para exame da Congregação vaticana para a Causa dos Santos. O sucessivo estudo, muito intenso, consentiu de chegar, já no dia 20 de novembro de 1998, à discussão teológica sobre o martírio. O resultado positivo, junto àquele do Congresso dos Cardeais e dos Bispos, dia 16 de fevereiro de 1999, abriram o caminho à beatificação, realizada pelo Santo Padre, dia 13 de junho de 1999, em Varsóvia, durante a sua viagem apostólica na Polônia.

Os 108 mártires

São provenientes de 18 dioceses, do ordinariado militar e das 22 famílias religiosas. Há sacerdotes, religiosos e leigos cuja vida, inteiramente dedicada à causa de Deus, e cuja morte, infligida por ódio à fé, levaram o selo do heroísmo. Entre eles estão três bispos, 52 sacerdotes diocesanos, 26 sacerdotes religiosos, 3 clérigos, 7 Irmãos religiosos, 8 Irmãs e 9 leigos. Estas proporções numéricas estão ligadas ao fato de o clero ter sido o principal objetivo do ódio à fé por parte dos nazistas de Hitler. Queriam calar a voz da Igreja considerada obstáculo na implantação de um regime fundado sobre uma visão do homem privada da dimensão sobrenatural e permeada de ódio violento.

26 de junho de 2015

26/06 - Mártires polacos do Holocausto


Bem-aventurados: Maria Teresa Kowalska, clarissa capuchinha, P. Antonin Bajewski, sacerdote; P. Pius Bartosik, P. Inocencio Guz, P. Aquiles Puchala, P. Herman Stepien, Fr. Timoteo Trojanowski, Fr. Bonifacio Zukowski, mártires Irmãos Menores Conventuais (holocausto). Beatificados por João Paulo II em sua viagem apostólica a Polônia no dia 13 de junho de 1999.

A causa de beatificação dos 108 Mártires, vítimas da perseguição da Igreja na Polônia nos anos 1939-1945 por parte dos nazistas, foi introduzida formalmente só em 1992. Na realidade, nas suas origens, remonta aos primeiros anos após a 2ª Guerra Mundial. A fama da santidade e do martírio dos 108 novos beatos, as graças atribuídas à intercessão deles, despertou a atenção muitas vezes das dioceses e famílias religiosas sobre a necessidade de iniciar as causas de beatificação pelo martírio. Para lembrar, por exemplo, os casos do arcebispo Julian Antoni Nowowiejski, o bispo Leon Wetmanski, Dom Henryk Hlebowicz, Dom Henryk Kaczorowski com o grupo dos sacerdotes de Wloclawek, Dom Jozef Kowalski, salesiano, irmão Jozef Zaplata da Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus.


Depois vem a beatificação do bispo Michal Kozal (Varsóvia, 1987), definido “um verdadeiro mestre dos mártires” pelo clero dos campos de concentração, especialmente de Dachau. Durante a discussão sobre o martírio do bispo Michal na Congregação para as causas dos santos, chegou até mesmo o pedido para começar um processo à parte referente a quantos foram os companheiros do Bispo Mártir no oferecer o sumo testemunho da fé.

O processo, por parte da conferência dos bispos poloneses, foi aviado e presidido pelo bispo da diocese de Wloclawek, a qual durante a perseguição havia sofrido, em percentual, as mais expressivas perdas entre o clero diocesano na Polônia.

No dia da abertura do processo em Wloclawek, dia 26 de janeiro de 1992, dia do aniversário de morte do beato mártir Michal Kozal, foram levados em consideração 92 mártires das diversas dioceses e famílias religiosas. O número dos candidatos foi depois mudando com a inserção de alguns novos candidatos e exclusão de alguns outros por motivo do não suficiente material de prova do martírio, considerado no sentido teológico. Enfim, o número dos mártires foi fixado em 108 pessoas, às quais foi infligida a morte por ódio à fé (in odium fidei) em diversas localidades e circunstâncias.

Os documentos do processo chegaram a encher 96.000 páginas e foram entregues, em 1994, para exame da Congregação vaticana para a Causa dos Santos. O sucessivo estudo, muito intenso, consentiu de chegar, já no dia 20 de novembro de 1998, à discussão teológica sobre o martírio. O resultado positivo, junto àquele do Congresso dos Cardeais e dos Bispos, dia 16 de fevereiro de 1999, abriram o caminho à beatificação, realizada pelo Santo Padre, dia 13 de junho de 1999, em Varsóvia, durante a sua viagem apostólica na Polônia.

Os 108 mártires
São provenientes de 18 dioceses, do ordinariado militar e das 22 famílias religiosas. Há sacerdotes, religiosos e leigos cuja vida, inteiramente dedicada à causa de Deus, e cuja morte, infligida por ódio à fé, levaram o selo do heroísmo. Entre eles estão três bispos, 52 sacerdotes diocesanos, 26 sacerdotes religiosos, 3 clérigos, 7 Irmãos religiosos, 8 Irmãs e 9 leigos. Estas proporções numéricas estão ligadas ao fato de o clero ter sido o principal objetivo do odio à fé por parte dos nazistas de Hitler. Queriam calar a voz da Igreja considerada obstáculo na implantação de um regime fundado sobre uma visão do homem privada da dimensão sobrenatural e permeada de ódio violento.


Bem-aventurada: Maria Teresa Kowalska, clarissa capuchinha
Maria Teresa Kowalska pertencia ao Convento das Irmãs Clarissas Capuchinhas de Przasnysz. Ainda que ela tenha passado a sua vida em silêncio, a recordação da sua morte corajosa, o que não aconteceu com nenhuma outra monja naquele mosteiro, ainda está muito viva.

Mieczyslawa nasceu em Varsóvia em 1902. Desconhece-se o nome e a profissão dos seus pais. Recebeu a sua primeira Comunhão no dia 21 de Junho de 1915, e o sacramento da Confirmação no dia 21 de Maio de 1920. O seu pai, simpatizante socialista, foi para a União Soviética na década de 1920 com grande parte da família.

Por uma nota escrita no seu livro religioso O Livro da Vida, sabemos que pertenceu a várias associações religiosas e fazia parte de várias confrarias. Tudo isto nos leva a supor que levava uma vida de piedade exemplar antes de entrar na Ordem das Capuchinhas.

Aos 21 anos, Mieczyslawa recebe a graça da vocação religiosa. Ingressou no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Przasnysz no dia 23 de Janeiro de 1923. Tomou o hábito no dia 12 de Agosto de 1923 e recebeu o nome de Maria Teresa do Menino Jesus. Emitiu a sua primeira profissão no dia 15 de Agosto de 1924 e a profissão perpétua no dia 26 de Julho de 1928.

Era uma pessoa delicada e doente, mas disponível para todos e para tudo. No Mosteiro servia a Deus com devoção e piedade. Com o seu modo de ser conquistava o carinho de todos, diz uma das irmãs. Gozava de grande respeito e consideração por parte das superioras e das outras irmãs. Exerceu vários ofícios: porteira, sacristã, bibliotecária; Mestra de noviças e Conselheira. Maria Teresa vive a sua vida religiosa em silêncio, totalmente dedicada a Deus, com grande entusiasmo. Um dia, este serviço a Deus foi posto a dura prova.

No dia 2 de Abril de 1941, os alemães entraram no Mosteiro e prenderam todas as irmãs, levando-as para o Campo de concentração de Dzialdowo. Entre elas estava a Irmã Maria Teresa, doente com tuberculose. As 36 irmãs ficaram presas no mesmo local e suportaram condições de vida que ofendiam a dignidade humana: ambiente sujo, fome terrível, terror contínuo. As irmãs observavam com horror a tortura a que eram submetidas outras pessoas ao mesmo tempo, entre as quais se encontravam o Bispo de Plock, A. Nowowiejski e L. Wetmanski, e muitos outros sacerdotes. Depois de passar um mês naquelas condições de vida, a saúde das irmãs debilitou-se. A Irmã Maria Teresa foi uma das que mais se ressentiu, que pelo menos se mantinha de pé.

Sobreveio-lhe uma hemorragia pulmonar. Faltava não só o serviço médico mas também a água para matar a sede e para a higiene. Suportou o sofrimento com coragem e, até onde lhe foi possível, rezou junto com as restantes irmãs. Outras vezes rezava ela sozinha. Durante a prova, e consciente da proximidade da morte, dizia: “Eu, daqui, não sairei; entrego a minha vida para que as irmãs possam regressar ao Mosteiro”. Isso mesmo dizia à abadessa: “Madre, ainda falta muito?”.

 Morreu na noite de 25 de Julho de 1941. Desconhece-se o paradeiro dos seus restos mortais.

25 de junho de 2015

25/06 - Os santos mártires chineses


Santos João Tchang, Patrício Tong, Felipe Tchiang, João Tchiang e João Wang, seminaristas mártires de Tayuenfu (+ 9 de junho de 1900). Canonização: 1º de outubro de 2000, por João Paulo II.
 
A Igreja universal ratifica a santidade destes 120 mártires, que em diversas épocas e lugares deram a vida por fidelidade a Cristo: 32 deles foram martirizados entre 1814 e 1862; 86 morreram durante a revolta dos Boxers em 1900 e dois foram mortos em 1930. Entre eles sobressaem seis bispos europeus, 23 sacerdotes, um irmão religioso, sete religiosas, sete seminaristas e 72 leigos, dos quais dois catecúmenos. Os mártires tinham entre sete e 79 anos. Todos eles foram beatificados, uns em 1900 e outros em 1946. Muitos deles eram chineses das províncias de Guizhou, Hebei, Shanxi e Sichuão e 33 eram missionários europeus.

A perseguição religiosa na China ocorreu em diversos períodos da sua história. A primeira perseguição deu-se na dinastia Yuan (1281-1367). Prosseguiu mais tarde na dinastia Ming (1606-1907), recrudescendo de forma especial em 1900 com a revolta dos Boxers. E continuou durante as cinco décadas de governo sem interrupção. Grande parte destes canonizados deram a vida durante a revolta dos Boxers em 1900, que foi como que uma premonição do que iria acontecer nas cinco décadas de governo comunista na China.

Os missionários foram objeto de um édito imperial de 10 de Julho de 1900, que fomentou e provocou o massacre de milhares de cristãos. Outros morreram durante as perseguições religiosas das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911). De fora ficarão as centenas de mártires que durante o regime comunista foram perseguidos e deram a vida por fidelidade ao Evangelho e a Cristo. Para a Igreja da China é um acontecimento importante pela magnitude e pelo contexto em que ocorre. É-o igualmente para a Igreja universal, bastante desconhecedora do que acontece com a Igreja da China. Eis algumas considerações sobre o significado do evento.

O martírio tem assinalado a Igreja da China ao longo dos séculos, desde a chegada da mensagem cristã no século VII com a vinda do monge sírio Alopen e dos nestorianos até Xian, capital da dinastia Tang, no ano de 635. Os estudiosos da Igreja na China, que falam de cinco tentativas de evangelização do país, concordam em afirmar que cada tentativa em estabelecer a presença do Evangelho no Império do Centro acarretou perseguições e martírio. Umas vezes pelas discrepâncias de credos, porque o imperador era considerado o Filho do Céu; outras pelos contrastes de culturas ou por motivos políticos; outras vezes por divisões entre as congregações religiosas presentes no território. O facto é que estamos diante de uma Igreja martirial. Mesmo hoje em dia isso é uma realidade permanente tanto para as comunidades subterrâneas como para as que conseguem actuar mais às claras.

O controlo e a perseguição variam conforme os lugares e as situações, mas os cristãos continuam a ser abertamente perseguidos e, por vezes, encarcerados e torturados. Como João Paulo II dizia na sua mensagem aos católicos da China por ocasião da celebração do ano jubilar: «O Jubileu será uma oportunidade para lembrar os trabalhos apostólicos, os sofrimentos, as dores e o derramamento de sangue que têm feito parte da peregrinação desta Igreja ao longo dos tempos. Também no meio de vós o sangue dos mártires se converteu em semente de uma multidão de autênticos discípulos de Jesus… E parece que este tempo de prova ainda prossegue nalgumas localidades.»

Com esta canonização, a Igreja da China envia uma mensagem profética ao mundo de hoje. Tanto pela singeleza com que afirmaram a sua fé como pela valentia em recusar a apostasia que os libertaria dos tormentos, da tortura e das infindáveis humilhações, o testemunho destes 120 mártires é a palavra viva de Deus, clara e ao mesmo tempo misteriosa. É sem dúvida alguma um encorajamento para as gerações vindouras de cristãos. Para além deste grupo de cristãos, muitos mais haveria a canonizar, mas, por falta de provas e informação, não puderam ser reconhecidos, embora a Igreja autentique como valores de ontem e de hoje a fidelidade a Cristo acima de qualquer ideologia, sistema ou tirania.

Os santos chineses espelham uma capacidade de doação e uma confiança ilimitada em Deus num contexto hostil à mensagem cristã. Se o autêntico tesouro do discípulo de Cristo é a cruz e se não há outra forma de seguimento de Cristo senão através da cruz, podemos dizer que a Igreja universal reconhece de forma pública o testemunho destes mártires como riqueza para toda a Igreja.

Dos mártires pertencendo à família franciscana, estes onze foram seculares e todos chineses, são eles:

46. São João Zhang Huan, seminarista,
47. São Patricio Dong Bodi, seminarista,
48. São João Wang Rui, seminarista,
49. São Filipe Zhang Zhihe, seminarista,
50. São João Zhang Jingguang, seminarista,
51. São Tomás Shen Jihe, leigo,
52. São Simão Qin Cunfu, leigo catequista,
53. São Pedro Wu Anbang, leigo,
54. São Francisco Zhang Rong, leigo,
55. São Mateus Feng De, leigo e neófito,
56. São Pedro Zhang Banniu, leigo.

24 de junho de 2015

Reflexão : Sabedoria



“A sabedoria superior tolera, a inferior julga. A superior perdoa, a inferior condena. Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!” (William Shakespeare).


Devemos proporcionar com que a nossa sabedoria cresça com nossa busca, com nossa abertura à luz divina, com nossa capacidade de sermos pessoas melhores. A sabedoria vai mostrando-nos que todo conhecimento deve ser compartilhado, em favor da vida no planeta, nossa Casa Comum. Sábios seremos quando aprendermos a CUIDAR da Terra e da vida humana, expressão do amor e da ternura de Deus.

Lembre-se: a sabedoria não nos é dada gratuitamente! É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós. E nessa jornada devemos aprender que a sabedoria está nas coisas simples e pequenas… Ela está na capacidade de proporcionar alegria, de semear amor e esperança nos corações das pessoas…


Frei Paulo Sérgio, ofm

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Extraído de : http://www.franciscanos.org.br/

24/06 - Santa Vicência Gerosa


Virgem da Terceira Ordem (1784-1847). Fundadora da Congregação Nossa Senhora Menina. Canonizada por Pio XII no dia 18 de maio de 1950

Catarina Gerosa nasceu em 29 de outubro de 1784, em Lovere, no norte da Itália. Reservada e tímida, viveu um período da sua infância atrás do balcão do pequeno comércio da família. De saúde muito débil, não podia estudar. Modesta e caridosa, vivia uma espiritualidade simples, desenvolvida na missa, que frequentava todos os dias.


Os anos seguintes à invasão napoleônica da Itália mudaram sua vida. A crise econômica levou à morte primeiro seu pai, depois sua irmã Francisca e, por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável, Gerosa aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus, sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência.

Teve o grande amparo de seu confessor e orientador espiritual, que pediu ajuda a Gerosa nas atividades religiosas desenvolvidas pela paróquia às jovens carentes. Com zelo, ela organizou um oratório feminino com encontros de orações e palestras religiosas.
Foi lá que, em 1824, conheceu Bartolomeia Capitanio. Era uma jovem professora de dezassete anos, nascida também numa família humilde, em Lovere. Desde menina, pensava em dedicar-se a praticar a caridade aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das clarissas de sua cidade natal.

Conheceram-se por meio do pároco, porque ele queria que Gerosa criasse alguns grupos de orações para jovens. Ele sabia que Bartolomeia havia criado uma escola para instruir e dar formação religiosa às meninas pobres e abandonadas. Lá, Gerosa daria orientação nas práticas das atividades domésticas. A escola tornou-se um centro de encontro para jovens e muitos grupos de orações também foram criados.

Estavam tão empenhadas em auxiliar os pobres e enfermos que foram chamadas para ajudar no hospital de Lovere. Na oportunidade, tiveram a inspiração de dar vida a uma comunidade religiosa feminina do tipo das irmãs de caridade vicentinas. A situação política, entretanto, era desfavorável, não permitia essa interdependência. Um pouco antes, ingressou na Terceira Ordem Franciscana e absorveu um profundo espírito evangélico.
Com muita dificuldade, junto com a companheira, Gerosa fundou, em 1827, um novo instituto religioso regular, para dar assistência aos doentes, instrução gratuita às meninas abandonadas, fundar orfanatos e dar assistência à juventude. Foi chamado de Instituto das Irmãs de Maria Menina, com sede em Lovere e com as regras escritas por Bartolomeia. Para evitar objeções de caráter político, o instituto foi fundado autônomo. E assim independente ele permaneceu, cresceu e se difundiu nos anos subsequentes. Catarina Gerosa emitiu os votos, vestiu o hábito e tomou o nome de Vicência, sendo eleita madre superiora.

Em 1840, uma carta apostólica de Gregório XVI aprovou o Instituto de Lovere. A morte de Vicenta, aos 63 anos de idade, em 20 de junho de 1847, aconteceu quando já existiam 24 casas das “Irmãs de Maria Menina” espalhadas por todo o mundo, da Palestina até a América. Isso também motivou o Papa Pio XII na sua canonização em 18 de maio de 1950.
Morreu depois de uma longa doença, em 28 de junho de 1847, e foi sepultada ao lado da co-fundadora, no santuário da Casa-mãe, em Lovere. Atualmente, o Instituto das Irmãs da Caridade das Santas Bartolomeia Capitanio e Vicência Gerosa, ou Irmãs de Maria Menina, atua em toda a Europa, África, Ásia e nas Américas.

23 de junho de 2015

23/06 - São José Cafasso


Sacerdote da Terceira Ordem (1811-1860). Foi canonizado por Pio XII no dia 22 de junho de 1947.

É comum apresentar-se São José Cafasso como um santo da Congregação Salesiana, e isto é compreensível, porque ele era amigo íntimo e diretor espiritual de São João Bosco. Mas trata-se de um engano. São José Cafasso era sacerdote secular, e sua vida, nobre e espiritualmente rica, em geral foi desprovida de episódios externos, como costuma acontecer com o clérigos de vida pastoral da Igreja.


Sua terra natal foi a mesma de São João Bosco e de outros eclesiásticos notáveis, a pequena cidade campestre de Castelnuovo d’Asti, onde nasceu em 1811. Seus pais, João Cafasso e Úrsula Beltramo, eram camponeses abastados, e ele foi o terceiro de quatro irmãos, dos quais a última, Maria Ana, seria a mãe do cônego José Allamano, fundador dos padres missionários da Consolata de Turim.

Quando criança, José Cafasso se distinguia na escola local e sempre se mostrava disposto a ajudar os outros em suas lições: anos mais tarde, um de seus antigos companheiros afirmava que ainda devia dois melros a José por esses serviços. Quando ele completou treze anos, seu pai o mandou para a escola de Chieri, de onde se transferiu para o seminário, aberto recentemente no mesmo lugar pelo arcebispo de Turim.

Foi ali o melhor aluno de seu tempo; foi nomeado prefeito desse estabelecimento durante o último ano, e foi ordenado sacerdote em 1833, com dispensa de idade, por ser ainda muito jovem.

Depois de sua ordenação, em 1832, alugou um modesto apartamento, juntamente com seu amigo e colega de estudos, João Allamano, a fim de continuar seus estudos de Teologia. Logo se desgostou do seminário metropolitano e da universidade, e encontrou seu verdadeiro lar espiritual no Instituto (Convitto) ligado à igreja de São Francisco de Assis, fundado alguns anos antes pelo seu reitor, o teólogo Luigi Guala, para sacerdotes jovens. Se fez filho de São Francisco de Assis inscrevendo-se na Terceira Ordem Franciscana, como assim fizeram seus ilustres irmãos São João Bosco e São José Cottolengo. Depois de três anos de estudos nessa casa, Dom Cafasso foi aprovado nos exames diocesanos com grande distinção, e foi imediatamente colocado como professor no Instituto por Dom Guala.

Quando Guala perguntou a seu auxiliar quem devia escolher como professor, esse lhe respondeu: “Escolha o pequeno”, referindo-se a Cafasso. De fato, a primeira coisa que logo chamava a atenção em sua pessoa era sua pequena estatura e seu corpo recurvado, em consequência de uma deformação da coluna vertebral. Mas seus traços eram finos e regulares; seus olhos, negros e brilhantes; seu cabelo, vasto e preto; e de sua boca, geralmente iluminada por um meio sorriso, saía uma voz de sonoridade e qualidade incomuns.

Apesar de sua pequenez e de seu corpo recurvado, a aparência de Dom Cafasso era impressionante e quase majestática. Seus contemporâneos se referem frequentemente a São Filipe Néri e a São Francisco de Sales quando falam dele, e, na verdade, parece que esses santos foram seus modelos. Distinguia-se por uma alegria e uma bondade serenas; e São João Bosco, entre outros, chama a atenção para a sua “tranquilidade imperturbável”. E, assim, logo se propagou a notícia de que o Instituto de São Francisco de Sales de Turim tinha um novo professor que era pequeno de corpo mas grande de alma.

A disciplina ministrada em suas aulas era a teologia moral, e ele não se contentava em instruir sem educar. Seu objetivo não era apenas “ensinar coisas”, mas, iluminando e dirigindo as inteligências, iluminar e dirigir os corações, apresentando o conhecimento não como uma abstração, mas como uma chama viva que comunica vida ao espírito.

Dom Cafasso logo se tornou muito conhecido como pregador. Ele nada tinha de retórico: as palavras lhe afluíam aos lábios com facilidade: “Jesus, a Sabedoria Infinita”, dizia ele a Dom Bosco, “empregava as palavras e expressões que eram correntes entre aqueles aos quais se dirigia. Faça o mesmo”. E não havia tendência ou doutrina que ele não fosse capaz de enfrentar, ora em linguagem coloquial para as multidões, ora em termos mais técnicos para o jovem clero.

Dom Cafasso se destacou entre aqueles que destruíram os últimos vestígios do jansenismo na Itália do Norte, encorajando os fiéis com a esperança e a confiar, com humildade, no amor e na misericórdia de Deus, e combatendo uma moralidade que considerava a menor falta como um pecado grave. “Quando ouvimos confissões”, escrevia ele, “Nosso Senhor quer que sejamos amáveis e compassivos, paternais para com todos aqueles que nos procuram, sem nos preocuparmos com o que eles sejam ou o que tenham feito. Se repelimos alguém, se alguma alma se perde por nossa culpa, lembremo-nos de que um dia seremos chamados a prestar contas disto: seu sangue será requerido de nossas mãos”.

E Dom Cafasso desempenhou um grande papel na formação de uma geração de clérigos que combateria em todos os sentidos e se negaria a transigir com as autoridades civis cuja ideia a respeito das relações entre Igreja e Estado era a de dominação e interferência.
Dom Guala morreu em 1848 e Dom Cafasso foi indicado para lhe suceder como reitor da igreja de São Francisco e do Instituto anexo. Ele mostrou-se tão bom superior quanto fora bom subordinado, e o cargo não era fácil, porque havia uns sessenta padres jovens, provenientes de várias dioceses e de formação e cultura diversas, e, o que era importante naquela época e naquele lugar, de pontos de vista políticos diferentes. Dom Cafasso fez deles um só corpo, com um só coração e uma só alma, e se uma mão forte e uma disciplina rígida tiveram a sua parte neste desempenho, mais tiveram a santidade do novo reitor e suas elevadas normas.

Seu amor e seu cuidado com os sacerdotes jovens e pastores inexperientes e sua insistência em afirmar que seu pior inimigo era um espírito de mundanidade, tiveram influência marcante no clero do Piemonte. E seu cuidado não se restringia apenas a este: religiosas contemplativas e ativas e leigos, especialmente os jovens, eram indistintamente objeto de seu interesse e de sua solicitude. Ele tinha uma intuição notável no trato com seus penitentes, e pessoas de todos os tipos, grandes e pequenos, clérigos e leigos, acorriam ao seu confessionário. O arcediago de Ivrea, Mons. Francisco Favero, foi um dos que deram seu testemunho pessoal sobre o poder que Dom Cafasso tinha de curar as almas quebrantadas.

Suas atividades, seja na pregação e no atendimento espiritual a todos, indistintamente, seja na orientação e na formação do clero jovem, não se limitavam à igreja de São Francisco e seu Instituto, e, dos lugares em que ele era muito conhecido, se sobressaía o santuário de Santo Inácio, situado fora da cidade, nas colinas de Lanzo. Com a supressão da Companhia de Jesus, este santuário ficou aos cuidados da arquidiocese de Turim, e Dom Luigi Guala foi nomeado seu administrador, em tempo oportuno, e depois de sua morte foi sucedido por Dom Cafasso. Este continuou a obra de seu predecessor, pregando aos romeiros e dando retiros para o clero e para os leigos, ampliando as acomodações e terminando a estrada que conduz ao santuário, iniciada por Dom Guala. Mas de todas as atividades de Dom Cafasso nenhuma tocou mais a imaginação do público, em geral, do que sua obra em favor dos detentos e sentenciados. As prisões de Turim naquela época eram instituições horríveis, cujos ocupantes viviam apinhados em condições bárbaras, mais próprias a degradar aqueles que as suportavam. Isto constituía um desafio para Dom Cafasso, e um desafio que ele agarrou com ambas as mãos.

O mais conhecido de seus convertidos, nessas condições pouco promissoras, foi Pedro Mottino, um desertor do exército que se tornara o chefe de um bando de salteadores, particularmente mal afamados. Havia execuções em público, e Dom Cafasso acompanhou mais de setenta condenados até o cadafalso, em várias localidades, e nenhum deles morreu impenitente: ele os chamava seus “santos enforcados”, e lhe pedia que intercedessem por ele. Entre estes condenados se achava o general Jerônimo Ramorino, que tinha sido oficial de artilharia do exército de Napoleão I e, posteriormente, mercenário na Espanha, na Polônia e na Itália. Foi condenado à morte por desobedecer às ordens na batalha de Mortara, e, ao ser convidado a se confessar, na véspera de sua execução, respondeu: “Minha condição não é tal que me obrigue a semelhante humilhação”. Dom Cafasso não concordou e perseverou, e Ramorino foi ao encontro da morte como bom cristão.

João Bosco e José Cafasso se encontraram pela primeira vez no outono de 1827, quando o primeiro era ainda uma criança, muito viva, e o segundo já tonsurado. “Eu o vi! Eu falei com ele!”, anunciou João, quando voltou para casa. “Viste quem?”, perguntou-lhe a mãe. “José Cafasso. E eu te digo que ele é santo”. Quatorze anos mais tarde, Dom Bosco celebrava sua primeira missa na igreja de S. Francisco de Turim, e depois ingressou no Instituto, estudando sob a direção de Cafasso e tomando parte em muitos de seus empreendimentos, especialmente ajudando-o na instrução religiosa dos meninos. Foi Dom Cafasso que o convenceu de que o trabalho em favor dos meninos era sua vocação. E assim um salesiano, João Cagliero, pôde escrever: “Nós amamos e veneramos nosso querido pai e fundador
Dom Bosco, mas amamos igualmente José Cafasso, porque foi mestre, conselheiro e guia espiritual de Dom Bosco nas coisas espirituais e nos empreendimentos, durante mais de vinte anos; e ouso dizer que a bondade, as realizações e a sabedoria de Dom Bosco são a glória de Dom Cafasso.

Na primavera de 1860, Dom Cafasso predisse que a morte o levaria no decorrer daquele ano. Ele redigiu um testamento espiritual, estendendo-se sobre as formas de se preparar para uma boa morte, que ele tantas vezes expusera aos participantes dos retiros do Santuário de S. Inácio, a saber, uma vida piedosa e íntegra, o desprendimento do mundo e o amor ao Cristo crucificado. E fez um testamento dispondo de seus bens, cujo herdeiro universal era o reitor da Pequena Casa da Divina Providência de Turim, fundação de S. José Cotolengo. Entre os outros herdeiros se achava S. João Bosco, que recebeu certa quantia de dinheiro e alguma terra e edifícios vizinhos ao oratório salesiano de Turim. Por essa época, Dom Bosco estava tendo dificuldades com o governador civil do Piemonte, fato este que era motivo de preocupações para Dom Cafasso e lhe afetou a saúde.

Depois de ouvir confissões em 11 de junho, ele se recolheu ao leito, exausto e doente. Manifestou-se uma pneumonia, e ele morreu no sábado, dia 23 de junho de 1860, à hora do Angelus da manhã. Multidões imensas assistiram-lhe os funerais, na Igreja de S. Francisco e na igreja dos Santos Mártires, onde, como convinha ao momento, pregou S. João Bosco. Trinta e cinco anos mais tarde, foi dado início ao processo de beatificação de Dom Cafasso no tribunal diocesano de Turim, e ele foi canonizado em 1947.

Fonte: “A vida dos Santos”, de Butler, Editora Vozes
Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

22 de junho de 2015

22/06 - Bem-aventurada Florida Cevoli (Lucrécia Helena)


Virgem da Segunda Ordem (1685-1767). Beatificada por São João Paulo II no dia 16 de maio de 1993

De nobre família, nasceu em Pisa a 11 de novembro de 1685. Filha do Conde Cúrcio Cévoli e da condessa Laura Della Seta. Foi batizada com o nome de Lucrécia Helena. Estudou com as Clarissas no Mosteiro São Martinho, em Pisa, onde nasceu o desejo da vida religiosa.


Aos dezoito anos, ingressou no Mosteiro de Clarissas Capuchinhas de Città di Castelo, e no ano de 1703 fez sua vestição, recebendo o nome de Flórida. Sua mestra foi Santa Verônica Giuliani. Demonstrou grande espírito de oração e intenso desejo de progredir na vida contemplativa e o demonstrou pela disponibilidade em cumprir qualquer trabalho: na cozinha, despensa, fazendo pão, tornando-se responsável pela farmácia do mosteiro, serviço que exerceu toda a vida.

Em 1716 foi eleita vigária, era abadessa Verônica e aos quarenta e dois anos foi abadessa, cargo que assumiu até a morte (1767), com alguns anos de intervalos. Ela soube renovar o fervor religioso na comunidade: intensificou os atos de piedade e a comunhão sacramental durante a semana, zelou pela vida contemplativa cuidando do silêncio e da clausura. Favoreceu a pobreza e austeridade ao mesmo tempo em que alimentou o clima evangélico de fraternidade com o trato comum e respeitoso que abolia os títulos e fazia todas se sentirem irmãs.

Com seu senso prático da vida e com as boas maneiras de governar, soube concretizar os valores sobrenaturais em todos os atos do cotidiano. Nutriu devoção à Virgem das Dores, ao Anjo da Guarda, e confiou na proteção de São Francisco e de Santa Clara; sentia-se unida às almas do purgatório, exercitava-se continuamente na purificação interior. Desde jovem, pedia a Deus para não sentir gosto pelas coisas terrenas e saber renunciar à própria vontade. Sua caridade foi ativa e generosa com suas irmãs, com os pobres que batiam às portas do mosteiro e com algumas famílias que sabia estarem em dificuldades.

Sua correspondência era vasta e atingia todas as categorias sociais. A pedido do Pe. Inocêncio Cappelletti, confessor da comunidade, escreveu quatro cadernos sobre sua vida, rica de comunicações místicas. Após o falecimento deste, fez tudo para reavê-los, e quando os pode ter em mãos, jogou-os no fogo. Sofreu internamente angústias de espírito e externamente, com misteriosas doenças corporais, febres altíssimas, dores que martirizavam sua face impedindo-lhe até de falar.

Recebeu as cinco chagas como Santa Verônica, mas ao dar-se conta disso, pediu a Deus que no lugar da coroa de espinhos, chagas nos pés e nas mãos, tivesse algum sofrimento interno e foi atendida com uma impertinente herpes que cobriu todo seu corpo ao longo de vinte anos até à morte, manifestando o grande ímpeto de amor com estas palavras: “Ajudai-me a amar a Deus! Ajudai-me a amá-lo!” Seu confessor, que a acompanhou durante a última doença, comentou: “Morreu de puro amor de Deus”. Destacou-se por seu espírito de oração e responsabilidade. Morreu a 12 de junho em 1767. Foi beatificada em maio de 1993 pelo Papa João Paulo II. Sua festa é celebrada no dia 12 de junho.

Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

21 de junho de 2015

21/06 - São Nicasio Jonson

Sacerdote e mártir de Gorcum, da Primeira Ordem (1522-1572).Canonizado por Pio IX em 29 de junho de 1867.

Nicasio Jonson nasceu no castelo de Heeze em 1522. Seu pai, Adriano, era ilustre por sua honestidade de vida e, sobretudo, por sua inflexível fé. Nicasio foi enviado por ele uma vez terminados seus estudos e alcançada a idade, à célebre universidade de Lovaina, onde por seus rápidos progressos no estudo, obteve o bacharelado em Filosofia e Teologia.

Depois de ter meditado seriamente sobre suas possibilidades e uma vez formado, decidiu fazer-se religioso. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, onde se distinguiu por sua piedade e mortificação. Consagrado sacerdote, se dedicou ao apostolado da evangelização e do ensino. Foi um pregador persuasivo e assíduo.

Sofreu o martírio em Gorcum quando tinha 50 anos de idade.

Os Mártires Gorcumienses (ou mártires de Gorcum) foram um grupo de dezenove religiosos católicos mortos em 1572 na cidade holandesa de Gorcum.

Em 1572, durante a guerra dos oitenta anos que os rebeldes holandeses mantinham contra a Espanha para realizar sua independência, a iconoclasia se estendia pelas dezessete Províncias dos Países Baixos; a luta entre luteranos e calvinistas mantinha o país em um estado de intransigência com a liberdade de culto religioso. Em abril de 1572, os mendigos do mar, corsários holandeses de confissão calvinista, tomaram Brielle, Flandres e outras cidades da zona, até então em poder da coroa espanhola. Em junho, Dordrecht e Gorcum caíram também em suas mãos.

Nesta última cidade prenderam vários religiosos: Nicolás Pieck, franciscano; Jerónimo de Weert, vigário; Teodoro de Eem, de Amersfoort; Nicasio Janssen, de Heeze; Willehald da Dinamarca; Godofredo de Melveren; Antônio de Weer; Antônio de Hoornaert; Francisco van Rooy; Padre Guillermo; Pedro de Assche; Cornelio de Wyk de Duurnstende; Fray Enrique; João de Oisterwljk, agustinho; Pontus van Huyter, administrador da comunidade.
A estes quinze se aderiram mais tarde outros quatro: João de Hoornaer, chamado João de Colônia, dominicano; Jacobo Lacops de Oudenaar, norbertino; Adriano Janssen de Hilvarenbeek e Andreas Wouters de Heynoord.

Após serem torturados na prisão de Gorcum entre 26 de junho e 6 de julho foram trasladados a Brielle. No dia seguinte, Guilherme II de la Marck, líder dos mendigos do mar, ordenou o interrogatório do grupo.

Foram instigados a abandonar a fé católica e a retirar sua obediência ao Papa, ao que eles se recusaram; só Pontus van Huyter e Andreas Wouters aceitaram, liberando-se assim da morte; Guilherme de Orange enviou uma carta em que pedia às autoridades competentes liberar os religiosos, mas a mesma chegou depois que tinham sido torturados e executados no dia 9 de julho de 1572.

Foram beatificados pelo papa Clemente X em 1673 e canonizados por Pio IX em 29 de junho de 1865. Sua festividade se celebra em 9 de julho, data da morte do grupo.

Sua história foi reconhecida por Guillermo Hessels van Esten em sua “Historia Martyrum Gorcomiensium”, publicada en Douai en 1603.

Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

20 de junho de 2015

20/06 - São Willehad da Dinamarca

Sacerdote e mártir em Gorcum, da Primeira Ordem (1482-1572). Canonizado por Pio IX no dia 29 de junho de 1867.

Willehad da Dinamarca nasceu em 1482, tinha 90 anos quando sofreu o martírio, depois de ter fugido uma vez da perseguição dos luteranos na Dinamarca. Muito jovem se consagrou ao serviço do Senhor tomando o hábito e seguindo a Regra de São Francisco de Assis da Ordem dos Frades Menores.

No século XVI os Frades Menores da Dinamarca tinham 15 conventos e numerosos religiosos. O protestantismo se abateu como um raio sobre os católicos e em parte sobre o clero. Os franciscanos defenderam valentemente a fé católica, alguns deles sofreram perseguições e prisões, outros enfrentaram o martírio, outros foram expulsos brutalmente de seus conventos e tomaram o caminho do desterro, fixando-se na Noruega, Suécia, Finlândia, Lapônia e outras regiões nórdicas, onde exerceram um difícil ministério apostólico.

Willehad se refugiou na Holanda, onde Deus o preparava para um novo campo de batalha e reservava a palma do martírio. Foi acolhido no Convento de Gorcum, onde viveu uma vida de penitência e oração. Vivia a “pão e água” e só tinha como bem o breviário para rezar o ofício divino.

São Willehad era o mais antigo dos mártires de Gorcum.

Os Mártires Gorcumienses (ou mártires de Gorcum) foram um grupo de dezenove religiosos católicos mortos em 1572 na cidade holandesa de Gorcum.

Em 1572, durante a guerra dos oitenta anos que os rebeldes holandeses mantinham contra a Espanha para realizar sua independência, a iconoclasia se estendia pelas dezessete Províncias dos Países Baixos; a luta entre luteranos e calvinistas mantinha o país em um estado de intransigência com a liberdade de culto religioso. Em abril de 1572, os mendigos do mar, corsários holandeses de confissão calvinista, tomaram Brielle, Flandres e outras cidades da zona, até então em poder da coroa espanhola. Em junho, Dordrecht e Gorcum caíram também em suas mãos.

Nesta última cidade prenderam vários religiosos: Nicolás Pieck, franciscano; Jerónimo de Weert, vigário; Teodoro de Eem, de Amersfoort; Nicasio Janssen, de Heeze; Willehald da Dinamarca; Godofredo de Melveren; Antônio de Weer; Antônio de Hoornaert; Francisco van Rooy; Padre Guillermo; Pedro de Assche; Cornelio de Wyk de Duurnstende; Fray Enrique; João de Oisterwljk, agustinho; Pontus van Huyter, administrador da comunidade.
A estes quinze se aderiram mais tarde outros quatro: João de Hoornaer, chamado João de Colônia, dominicano; Jacobo Lacops de Oudenaar, norbertino; Adriano Janssen de Hilvarenbeek e Andreas Wouters de Heynoord.

Após serem torturados na prisão de Gorcum entre 26 de junho e 6 de julho foram trasladados a Brielle. No dia seguinte, Guilherme II de la Marck, líder dos mendigos do mar, ordenou o interrogatório do grupo.

Foram instigados a abandonar a fé católica e a retirar sua obediência ao Papa, ao que eles se recusaram; só Pontus van Huyter e Andreas Wouters aceitaram, liberando-se assim da morte; Guilherme de Orange enviou uma carta em que pedia às autoridades competentes liberar os religiosos, mas a mesma chegou depois que tinham sido torturados e executados no dia 9 de julho de 1572.

Foram beatificados pelo papa Clemente X em 1673 e canonizados por Pio IX em 29 de junho de 1865. Sua festividade se celebra em 9 de julho, data da morte do grupo.

Sua história foi reconhecida por Guillermo Hessels van Esten em sua “Historia Martyrum Gorcomiensium”, publicada en Douai en 1603.

Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

19 de junho de 2015

19/06 - Bem-aventurada Miquelina de Pesaro


Viúva da Terceira Ordem (1300-1356). Aprovou seu culto Clemente XII no dia 24 de abril de 1737.
 
A cidade de Pesaro, na costa oriental da Itália, consagra uma devoção especial a esta viúva santa que foi um de seus membros. Nascida de pais ricos e ilustres, Miquelina Metellí se casou aos doze anos de idade com um membro da família Malatesta de Rimini. A união foi feliz, mas quando a morte de seu marido a deixou viúva aos vinte anos, com um único filho pequeno, parece que ela de modo nenhum ficou desolada. Sempre gostara dos prazeres da vida, e durante algum tempo continuou a levar a mesma vida de antes, dando pouca ou nenhuma atenção às práticas religiosas.

Vivia em Pesara por essa época uma terceira franciscana de origem e antecedentes desconhecidos, que atendia pelo nome de Siríaca. Vivia de esmolas, passava a maior parte de seu tempo em oração, e, para se abrigar de noite, dependia da hospitalidade casual das pessoas caridosas. Miquelina, que era uma daquelas que abriam suas portas à estranha, pouco a pouco foi sendo influenciada por ela.

Surgiu entre as duas uma familiaridade que resultou na conversão completa de Miquelina. Somente seu filho a prendia agora ao mundo, e quando ele foi vítima de certas queixas infantis, resolveu renunciar a tudo. Aconselhada por Siríaca, tomou o hábito de terceira franciscana, distribuiu seus bens aos pobres e passou a mendigar seu pão de porta em porta. Não era fácil para uma pessoa que sempre vivera no bem-estar e no conforto acostumar-se com restos de comida que ninguém mais queria. Certa vez, no início de sua nova vida, revelou a uma antiga colega que desejava muito saborear um pedaço de carne de porco assada de fresco. Ansiosa por lhe proporcionar este pequeno prazer, sua amiga convidou-a imediatamente para o jantar. Mas quando o prato com a carne foi trazido à mesa e o cheiro saboroso da iguaria lhe invadiu as narinas, Miquelina caiu repentinamente em si.

Recusando-se a sentar-se à mesa, retirou-se da companhia da amiga e açoitou-se com uma corrente de ferro até o sangue escorrer.

A cada golpe, ela se apostrofava irada, exclamando para si mesma: “Ainda queres carne de porco, Miquelina? Ainda queres mais?” Teve de suportar muitas outras provações interiores e exteriores. Seus parentes criticavam severamente sua conduta, e durante certo tempo chegaram até mesmo a metê-la numa prisão como lunática. Sua paciência e brandura, porém, desarmaram-nos: concluíram que, embora iludida, ela não representava nenhum perigo, e a puseram em liberdade. O resto de sua vida ela o passou na renúncia de si mesma e na prática das boas obras.

Cuidava dos leprosos e de outros portadores de doenças repugnantes, exercendo os ofícios mais humildes em favor deles; e conta-se que curou vários deles, beíjando-lhes as chagas. No final de sua vida, Miquelina fez uma peregrinação a Roma, onde, em certa ocasião, lhe foi dada a graça de participar misticamente nos sofrimentos do Senhor. Morreu no Domingo da Santíssima Trindade de 1356, talvez aos cinquenta e seis anos de idade.

Desde o instante de sua morte foi venerada pelos seus concidadãos, que mantinham uma lâmpada acesa dia e noite diante de seu túmulo na igreja franciscana. Em 1580, a casa em que ela vivera, em Pesaro, foi convertida em igreja, e seu culto foi aprovado em 1737.

Encontra-se um breve relato de sua vida em “Acta sanctorum”, junho, voL IV, e em Wadding, “Annales Ordinis Minorum”, vol VIII, p. 140·143; diversas vidas foram publicadas no século XVIII por Bonuccí, Matthaei, Ermanno, Bagnocavallo e outros. Veja-se também Léon, “Auréole Séraphique” (traduzida para o inglês), voL II, p. 422·426.
Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

18 de junho de 2015

18/06 - São Godofredo de Merville

Sacerdote e mártir em Gorcum, da Primeira Ordem (1512-1572). Canonizado por Pio IX no dia 29 de junho de 1867.

Godofredo nasceu em 1512 em Merville, cidade da França setentrional na margem esquerda do rio Lys. Quando ainda jovem abraçou a vida franciscana na Ordem dos Frades Menores. Fez o noviciado e cumpriu o processo formativo requerido, foi ordenado sacerdote. Exerceu o ministério sacerdotal com zelo e fervor. Foi logo enviado ao convento de Gorcum, onde dedicou sua vida ao ministério da penitência.

Foi também sacristão e cuidou do culto divino e da devoção, sobretudo, à Eucaristia e à Virgem Maria. Outra coisa digna de observar na vida de São Godofredo era seu amor pela pintura. De seu pincel saíram numerosas imagens sacras que ele presenteava as famílias pobres.

Sofreu o martírio em Gorcum no dia 9 de julho de 1572 quando tinha 60 anos.
Os Mártires Gorcumienses (ou mártires de Gorcum) foram um grupo de dezenove religiosos católicos mortos em 1572 na cidade holandesa de Gorcum.

Em 1572, durante a guerra dos oitenta anos que os rebeldes holandeses mantinham contra a Espanha para realizar sua independência, a iconoclasia se estendia pelas dezessete Províncias dos Países Baixos; a luta entre luteranos e calvinistas mantinha o país em um estado de intransigência com a liberdade de culto religioso. Em abril de 1572, os mendigos do mar, corsários holandeses de confissão calvinista, tomaram Brielle, Flandres e outras cidades da zona, até então em poder da coroa espanhola. Em junho, Dordrecht e Gorcum caíram também em suas mãos.

Nesta última cidade prenderam vários religiosos: Nicolás Pieck, franciscano; Jerónimo de Weert, vigário; Teodoro de Eem, de Amersfoort; Nicasio Janssen, de Heeze; Willehald da Dinamarca; Godofredo de Melveren; Antônio de Weer; Antônio de Hoornaert; Francisco van Rooy; Padre Guillermo; Pedro de Assche; Cornelio de Wyk de Duurnstende; Fray Enrique; João de Oisterwljk, agustinho; Pontus van Huyter, administrador da comunidade.

A estes quinze se aderiram mais tarde outros quatro: João de Hoornaer, chamado João de Colônia, dominicano; Jacobo Lacops de Oudenaar, norbertino; Adriano Janssen de Hilvarenbeek e Andreas Wouters de Heynoord.

Após serem torturados na prisão de Gorcum entre 26 de junho e 6 de julho foram trasladados a Brielle. No dia seguinte, Guilherme II de la Marck, líder dos mendigos do mar, ordenou o interrogatório do grupo.

Foram instigados a abandonar a fé católica e a retirar sua obediência ao Papa, ao que eles se recusaram; só Pontus van Huyter e Andreas Wouters aceitaram, liberando-se assim da morte; Guilherme de Orange enviou uma carta em que pedia às autoridades competentes liberar os religiosos, mas a mesma chegou depois que tinham sido torturados e executados no dia 9 de julho de 1572.

Foram beatificados pelo papa Clemente X em 1673 e canonizados por Pio IX em 29 de junho de 1865. Sua festividade se celebra em 9 de julho, data da morte do grupo.

Sua história foi reconhecida por Guillermo Hessels van Esten em sua “Historia Martyrum Gorcomiensium”, publicada en Douai en 1603.