Sacerdote e mártir em Gorcum, da Primeira Ordem (1482-1572). Canonizado por Pio IX no dia 29 de junho de 1867.
Willehad da Dinamarca nasceu em 1482, tinha 90 anos quando sofreu o martírio, depois de ter fugido uma vez da perseguição dos luteranos na Dinamarca. Muito jovem se consagrou ao serviço do Senhor tomando o hábito e seguindo a Regra de São Francisco de Assis da Ordem dos Frades Menores.
No século XVI os Frades Menores da Dinamarca tinham 15 conventos e numerosos religiosos. O protestantismo se abateu como um raio sobre os católicos e em parte sobre o clero. Os franciscanos defenderam valentemente a fé católica, alguns deles sofreram perseguições e prisões, outros enfrentaram o martírio, outros foram expulsos brutalmente de seus conventos e tomaram o caminho do desterro, fixando-se na Noruega, Suécia, Finlândia, Lapônia e outras regiões nórdicas, onde exerceram um difícil ministério apostólico.
Willehad se refugiou na Holanda, onde Deus o preparava para um novo campo de batalha e reservava a palma do martírio. Foi acolhido no Convento de Gorcum, onde viveu uma vida de penitência e oração. Vivia a “pão e água” e só tinha como bem o breviário para rezar o ofício divino.
São Willehad era o mais antigo dos mártires de Gorcum.
Os Mártires Gorcumienses (ou mártires de Gorcum) foram um grupo de dezenove religiosos católicos mortos em 1572 na cidade holandesa de Gorcum.
Em 1572, durante a guerra dos oitenta anos que os rebeldes holandeses mantinham contra a Espanha para realizar sua independência, a iconoclasia se estendia pelas dezessete Províncias dos Países Baixos; a luta entre luteranos e calvinistas mantinha o país em um estado de intransigência com a liberdade de culto religioso. Em abril de 1572, os mendigos do mar, corsários holandeses de confissão calvinista, tomaram Brielle, Flandres e outras cidades da zona, até então em poder da coroa espanhola. Em junho, Dordrecht e Gorcum caíram também em suas mãos.
Nesta última cidade prenderam vários religiosos: Nicolás Pieck, franciscano; Jerónimo de Weert, vigário; Teodoro de Eem, de Amersfoort; Nicasio Janssen, de Heeze; Willehald da Dinamarca; Godofredo de Melveren; Antônio de Weer; Antônio de Hoornaert; Francisco van Rooy; Padre Guillermo; Pedro de Assche; Cornelio de Wyk de Duurnstende; Fray Enrique; João de Oisterwljk, agustinho; Pontus van Huyter, administrador da comunidade.
A estes quinze se aderiram mais tarde outros quatro: João de Hoornaer, chamado João de Colônia, dominicano; Jacobo Lacops de Oudenaar, norbertino; Adriano Janssen de Hilvarenbeek e Andreas Wouters de Heynoord.
Após serem torturados na prisão de Gorcum entre 26 de junho e 6 de julho foram trasladados a Brielle. No dia seguinte, Guilherme II de la Marck, líder dos mendigos do mar, ordenou o interrogatório do grupo.
Foram instigados a abandonar a fé católica e a retirar sua obediência ao Papa, ao que eles se recusaram; só Pontus van Huyter e Andreas Wouters aceitaram, liberando-se assim da morte; Guilherme de Orange enviou uma carta em que pedia às autoridades competentes liberar os religiosos, mas a mesma chegou depois que tinham sido torturados e executados no dia 9 de julho de 1572.
Foram beatificados pelo papa Clemente X em 1673 e canonizados por Pio IX em 29 de junho de 1865. Sua festividade se celebra em 9 de julho, data da morte do grupo.
Sua história foi reconhecida por Guillermo Hessels van Esten em sua “Historia Martyrum Gorcomiensium”, publicada en Douai en 1603.
Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.
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