5 de junho de 2015

1ª Sexta-feira: Aquele que cura nossas feridas



Frei Almir Guimarães

Espetáculo dolorido de ser contemplado é aquele em que temos diante de nossos olhos pessoas com graves ferimentos: um assaltante com arma branca ou de fogo  abre o corpo do assaltado  expondo suas vísceras no combate das guerras,  vemos corpos quase dilacerados feitos uma só ferida.  Temos sempre diante de nossos olhos a delicada parábola do bom samaritano contada por Jesus.

  Um homem jogado à beira do caminho.  O samaritano passa, coloca o homem ferido em sua montaria,  deita óleo em suas chagas, conduz o quase moribundo até uma hospedaria. É profundamente tocado pelas feridas e abandono do homem  que tinha caído nas mãos de assaltantes.  Mostra humanidade e bondade.

Conhecemos nossas feridas. Há, é claro, a fragilidade de nosso corpo.  Há também essas feridas do interior:  negação do amor, o voltar os olhos em direção oposta ao amor e ao dom de nós mesmos, essa  insistência em  buscar nossos interesses em detrimento do outro e dos outros.  Nosso pecado, nossa omissão.  Somos fragilidade. Conhecemos as feridas interiores.

Jesus é o  samaritano que se dobra e nos olha e nos leva até a hospedaria para descansarmos.  Ele nos mostra suas feridas e chagas, sinais patentes de seu amor benevolente.  Suas feridas nos curam.

Conduz-nos até a hospedaria de sua intimidade, de seu coração.  Hoje nos mostra suas chagas preciosas tais quais rubis.  Há, sobretudo, a chaga do coração, que é a porta da hospedaria de seu amor.  Ali nos refugiamos e confiantes levantamos de nossas quedas.

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