27 de setembro de 2013
NOVOS DESAFIOS PARA UM VELHO TEMA: A FORMAÇÃO FRANCISCANA - 4
Por Frei Vitório Mazzuco Fº
RESISTÊNCIAS A UMA FORMAÇÃO INSTITUCIONALIZADA
>> Sempre vemos a Formação Franciscana a partir do ponto de vista do outro (a). Formadores (as) marcam a nossa vida para sempre, positivamente ou negativamente. Alguns são feridos do sofrimento do passado. Pode tornar-se uma relação de amor e ódio. Não estou de acordo com suas ideias, mas qual é o meu conceito de formação? Não estou de acordo com sua ideia, mas sou seu irmão (ã).
>> Uns são lógicos, outros são críticos, alguns proféticos, muitos santos. Uns atualizam-se outros não têm abertura para mudanças ou para escutar o diferente.
>> Somos acostumados a medir o sucesso. Na escola, isto é mais fácil; mas como medir o sucesso quando a Formação Franciscana é um processo para toda a vida? Não precisamos medir sucesso, temos é que ser fiéis.
>> Medo de perder a segurança do velho sistema e organização (perder o controle, o poder, o status). Não querer mudar o modo de pensar. Não querer envolver-se como pessoa para não mostrar a própria vulnerabilidade.
>> “Isto eu já sei!”; “Isto eu já conheço!”. Viver num plano superior; já sabe de tudo, vive no andar de cima sem querer conhecer o andar de baixo; sabe muito, mas não consegue entender o que é a Pobreza.
>> A nossa Formação Franciscana corre o risco de ser muito espiritual, muito abstrata. Em São Francisco não era assim, o humano e o mundo emergem com naturalidade. Ele tinha um modo interdisciplinar, isto é, uma visão mais holística da vida; uma FF que leve a um modo amplo de viver. Se o Franciscanismo é a religião da Encarnação (cfr. CBCMF), a Encarnação é holística.
>> Não ter medo da riqueza do grupo, do peso da responsabilidade, da Formação Franciscana imposta, mas ter a coragem de questionar quando a FF é apenas intelectual e cerebral e não vem do coração. Não pode ser teórica informativa, tem que ser experiencial formativa.
* O método tem que envolver toda a pessoa.
* Há muito improviso.
* Falta desejo e sonho.
* Distanciamento entre programa e vida.
* Não se abraça como um dever para toda a vida.
* Interroga-se mais os métodos do que os conteúdos.
* A FF não pode ser apenas o que está na cabeça do Formador (a).
NOVOS DESAFIOS PARA UM VELHO TEMA: A FORMAÇÃO FRANCISCANA
>> Que ela leve a um confronto com a vida pessoal e comum e não apenas a um confronto com os textos.
>> A fragmentação pós moderna também atingiu a Formação Franciscana. Cresce o valor da Espiritualidade, mas a multiplicidade de escolhas de outras espiritualidades pode tirar, de certa forma, o foco da espiritualidade escolhida como Forma de Vida.
>> Nas diversas entidades (Ordem, Províncias, Congregações, OFS), a formação tem um programa, nas Fraternidades Locais não.
>> É preciso ter mais consciências que encontros, cursos e retiros são grandes momentos privilegiados da Formação Franciscana. Tudo é Formação Franciscana... mas, busca-se outras atividades.
>> Que a Formação Franciscana seja um processo de transformação da pessoa. A raiz de toda Formação Franciscana é a transformação. Até então, o centro da Formação Franciscana era (e continuará sendo) o Seguimento; a partir da convocação dos tempos de hoje, a ideia de pessoa muda o conceito da Formação. A modernidade usa a Liberdade como caminho de busca da pessoa. Liberdade é entender-se e realizar-se como pessoa.
>> A Liberdade de não estar tão preso a leis, normas, conceitos e autoridade.
>> A Liberdade para optar por uma escolha grandiosa. A liberdade de confrontar-se com valores que dão consistência à existência. Uma responsabilidade de converter-se em pessoas livres para comprometer-se com valores.
>> A liberdade de sentir-se finito, limitado, pequeno... mas... livre!
Continua...
Extraído de: http://carismafranciscano.blogspot.com.br/
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