30 de dezembro de 2013

O amor que precisa ser amado


Por Frei Almir Ribeiro Guimarães 

Francisco é o amante do Amado. Não podia se consolar que tão grande amor do Senhor não tivesse reconhecimento por parte dos homens e mulheres tão largamente agraciados. Francisco “chorava em alta voz pela Paixão de Cristo, como se tivesse diante de si constantemente visão dela. Na rua ouviam-se os seus gemidos; lembrando-se das chagas de Cristo, recusava todo consolo” (2Celano 11).

Os discípulos do Senhor, na certeza de terem sido chamados, têm duas posturas: de um lado contemplam o amor do Senhor e de outro se tornam missionários.Desejam impregnar-se do amor do Senhor no silêncio do quarto, na meditação das passagens que falam da superabundância do amor do Senhor. Detêm-se eles de modo especial diante da cruz do Senhor. E Francisco o fez de modo todo particula.

Ficou encantado com esse Senhor tão amante e tão pobre. No alto da cruz, nos momentos de total abandono, o amor se torna total despojamento. Os discípulos fogem e, condenado na solidão inominável, Jesus se contorce de dor de se ver abandonado… aparentemente até pelo Pai.Francisco deseja que os mortais se lembrem de tanto amor.

 Que se abram ao Mistério, que acolham o mundo novo de Jesus em suas vidas, que retribuam tanto amor com amor, que sejam operários de um mundo novo. Que coloquem corpo, voz, anseios, projetos à disposição do projeto de um mundo novo, mundo de justiça, de paz, de fraternismo, de respeito cortês de uns pelos outros.

Francisco chorava por ver que o Amor não era suficientemente amado.

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