1. “Para ser testemunha da espiritualidade franciscana, do afeto fraterno dos religiosos aos franciscanos seculares, e vínculo de comunhão entre a sua Ordem e a OFS, o Assistente espiritual seja de preferência um religioso franciscano, pertencente à Primeira Ordem ou à TOR” (CCGG OFM 89,3).
2. “Os Ministros Provinciais e outros Superiores Maiores asseguram a assistência espiritual às Fraternidades locais, confiadas à própria jurisdição. Compete particularmente a eles, em nome da respectiva jurisdição: erigir canonicamente novas Fraternidades locais, assegurando a elas a assistência da respectiva Ordem; animar espiritualmente, visitar e fazer encontros com as Fraternidades locais assistidas pela respectiva Ordem; manter-se informados sobre a assistência espiritual prestada à OFS e à JUFRA; nomear os Assistentes espirituais” (Estatuto para a Assistência Espiritual à Ordem Franciscana Secular, art. 11).
3. Cabe aos Ministros Provinciais erigir canonicamente. Importante que a Fraternidade a ser erigida tenha mínimas condições de sobrevivência. Os Ministros procurarão, antes de dar o decreto de ereção, certificar-se se há assistência para a Fraternidade e se foram pesadas todas as razões para sua ereção. Fraternidades erigidas sem assistência têm vida curta. No início de sua caminhada, a Fraternidade necessita de um razoável grupo de iniciantes e formandos. Não se pode erigir uma Fraternidade já fadada a ser encerrada.
4. Os Ministros Provinciais nomeiam os Assistentes. Via de regra, eles se apóiam em listas de nomes que lhes são enviadas. Importante não apenas nomear, mas preparar os nomeados para o exercício de seu cargo. Na Carta de apresentação do Estatuto da Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular (2008), os Ministros Gerais afirmam: “Uma vez nomeados, os Assistentes espirituais não poderão ser abandonados a si mesmos, mas devem ser acompanhados e animados a trabalharem com entusiasmo e amor para com os seculares, tanto da parte de sua comunidade, quanto de seu Superior maior, em espírito de autêntica família ...
5. Ser assistente espiritual de uma Fraternidade Secular Franciscana é uma vocação. Desde o período da formação inicial, precisam os jovens frades conhecer a mística dos seculares e serem informados na maneira como se farão presentes na Ordem dos seculares e de como exercerão seu ministério fraterno e pastoral. Não basta apenas que o Ministro Provincial com seu Definitório nomeie o Assistente. Será preciso que este “vista a camisa”.
6. Em nossas visitas pastorais tanto em nível regional quanto local, assistentes e visitadores, ficamos sabendo que existem numerosas fraternidades sem assistência e outras que têm frades nomeados mas que aparecem raramente e não acompanham as reuniões e a vida dos irmãos. Deseja-se que os assistentes se façam presentes efetiva e afetivamente na vida dos irmãos da fraternidade. Deseja-se a presença de irmãos e pastores sem pressa e que se disponham a ser “acompanhadores” das fraternidades. O Assistente precisa sentir-se membro efetivo da fraternidade. Sua ausência precisa ser sentida como uma perda para o grupo. Presença sem pressa e presença que acompanha o andamento de toda a Fraternidade e que não deixa que se enveredem por caminhos que não sejam as autênticas vias de um franciscanismo secular hoje.
7. Não é aqui o caso de evocar todas as funções do assistente. Insistimos no acompanhamento. Há o acompanhamento nas reuniões do conselho. O assistente não é fiscal, mas irmão que deve corrigir fraternalmente quando necessário. Presença importante é a sua na reunião geral: presença alegre, fraterna, presença de um mestre da vida franciscana. O Assistente acompanhará cada irmão que precisar. Não se omitirá no tempo da profissão. Os que professam deveriam ter uma conversa-acompanhamento do assistente.
8. Por vezes, certos frades mais jovens, não experimentam entusiasmo pelo ministério junto aos seculares. Fraternidades envelhecidas, rotineiras e devocionalistas, sem desejo de transformação não podem “alugar” a presença de assistentes que não conseguem orientar o grupo para o verdadeiro sentido da vida franciscana secular.
9.Lamentamos profundamente a ausência de assistentes idealistas e peritos na vida franciscana no meio da Juventude Franciscana. Muitos de nós temos uma eterna dívida a frades que animavam grupos de jovens e que desenharam aos nossos olhos o projeto de nosso futuro de vida. A ausência de frades “carismáticos” no meio da JUFRA é uma lacuna profundamente grave.
10. Situação delicada é aquela vivida por Fraternidades seculares situadas em cidades e locais onde não existe mais uma Fraternidade da 1ª Ordem. Tais grupos nem sempre contam com o apoio de um novo pároco. Pode mesmo acontecer de que suas reuniões no prédio da paróquia sejam dificultadas. A ausência de uma assistente durante um período mais ou menos longo pode significar o fechamento da referida Fraternidade
Concluindo,
Dizemos que nada foi dito de novo. Trata-se de lembretes. Esperamos que os Ministros Provinciais olhem com atenção nossas Fraternidades Seculares, que dentro do possível, escolham os melhores assistentes para a família franciscana secular.
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Assistente Nacional da OFS
Assistente Nacional da OFS
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