18 de maio de 2013

Algumas ideias sobre a Teologia Franciscana - Final


Texto de Frei Vitório Mazzuco Fº.

Existência e Essência são a mesma coisa em todo ser criado. Como sabemos que uma coisa existe? Através do Ver = o imediato visível. A intuição. A maneira imediata de constatar a existência de tudo aquilo que é. O Tocar: tocar o objeto é um modo de ver. O Ouvir: escutar a fala de todas as coisas. Isto tudo traz a percepção pela mediação. É um caminho de fé subjetiva muito maior que as crenças. Crença é o que os outros ouviram e relataram, fé sou eu mesmo que verifico. Ver, pensar, crer e provar não se separam. É deixar vir as interrogações: Vocês duvidam que existe? Alguém já viu a alma? Existe em nós algo que não é corpo, que não é matéria? O Espírito pode ser uma realidade permanente pensado em nossa identidade e consciência? Como lembramos de fatos passados?  Como o nosso hoje é um ontem de lembranças? Porque alguma coisa guardou para nós ou se guardou em nós. A grande questão medieval: como podemos estar certos da existência de Deus?

Teologia e Filosofia medieval sentam-se aos pés uma da outra e escutam-se mutuamente. Tanto a serva filosofia como a serva teologia querem mostrar que Deus é um Ser e uma Essência existencializada. Que Ser?

O Ser Possível = a Essência não inclui uma existência visível. O Ser Necessário = a Essência inclui uma existência. Deus é um Ser que passa da não existência para a existência. Deus existe por ser o que é! Ele existe pelo fato de ser Deus. Ele é “prius natura” = anterior por natureza. Ele não existia e passa a existir.

Deus é um Ser absolutamente Necessário. É forçoso que exista algo absolutamente necessário. Enquanto a Obra, a Criação, o Mundo existir, Deus existe necessariamente. A criação (o mundo) é eterna e necessária. A criação só pode provir de Deus que gera este processo necessário. O mundo é causado por Deus!
A Teologia Medieval, que vai gerar uma Teologia  Franciscana, inaugura o confronto  Fé e Razão. É a Teologia Medieval que traz o conceito da “fides quaerens intellectum”, isto é, a fé que procura compreender; ou o “credo ut intelligam”, creio para compreender. Deus, primeiro você procura e depois você compreende.

Não pode haver um mais ou menos se não houver o Máximo!

Deus est id quod nihil maius cogitari potest!” Cremos que tu é um Ser do qual não é possível pensar nada maior! Um ser é, certamente maior, se pensado na inteligência da realidade do que existente apenas na inteligência. Pensar Deus é pensá-Lo existente na realidade. Não é possível pensar que Deus não existe, nós O pensamos porque Ele existe. Existir na realidade é mais do que existir no pensamento. Quem pensa Deus só pode pensá-lo existente e dizer isto a partir da fé e do coração que crê.

A Filosofia e a Teologia Medieval são meios para assimilar os conteúdos da religião e progredira na fé.

Filósofos judeus também inspiram o pensamento teológico medieval. Ben Joseph (882-942), Ibn Gabriel (1058) e Moisés Maimônides ( 1135-1204) dizem que não é possível a revelação exata de uma verdade religiosa, por isso os profetas usam uma linguagem metafórica que nos ajuda a pensar. É preciso perceber o movimento da existência que revela a força de algo ou de Alguém. Tudo o que se move é movido por outro. É o “panta rei” de Hieráclito... tudo está na fluência de algo maior.

Se não existisse um Ser Necessário não existiria nada. De Deus nasce a realidade de mundo e o mundo tem evidências para encontrar razões necessárias para a existência de Deus. Nosso ser é dado por Deus. Ele não quis reter nada para si, a sua perfeição está em doar-se.

Voltaremos, oportunamente, com este tema!

Extraído de: http://carismafranciscano.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário