O testemunho de caridade da jovem Santa Isabel da Hungria mantém toda sua atualidade para seus compatriotas, para os europeus e para os fiéis do mundo inteiro, reconhece o Papa.
As celebrações especiais pelo VIII centenário do nascimento dessa grande figura da Igreja universal deram ocasião a Bento XVI para relançá-la, em uma carta enviada por esta ocasião ao cardeal Peter Erdo -- arcebispo de Estergom-Budapeste --, primaz da Hungria e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.
Para o Papa, as festas por este centenário -- às quais se une espiritualmente -- serão uma oportunidade «para propor a todo o Povo de Deus, e especialmente à Europa, o esplêndido testemunho dessa santa «européia», cuja fama ultrapassou os confins de sua pátria, envolvendo muitíssimas pessoas também não cristãs em todo o continente».
Nascida em 1207 na nova Hungria cristã, Isabel fez seu o programa de Jesus Cristo, Filho de Deus que, fazendo-se homem -- aponta o Papa -- «se despojou de si mesmo assumindo a condição de servo» (Flp 2,7); com a ajuda de «ótimos mestres», «seguiu os passos de São Francisco de Assis, propondo-se como pessoal e último objetivo conformar sua existência à de Cristo».
Chamada ao matrimônio com o príncipe Luis VI da Turíngia, Isabel «não cessou de dedicar-se à atenção dos pobres, em quem reconhecia o semblante do Divino Mestre», recorda Bento XVI.
Ela viveu de tal forma que «soube unir os dotes de esposa e mãe exemplar -- afirma o Papa -- ao serviço das virtudes evangélicas, aprendidas na escola do santo de Assis»; «revelou-se verdadeira filha da Igreja, oferecendo um testemunho concreto, visível e significativo da caridade de Cristo».
São inúmeras as pessoas que, ao longo dos séculos, «seguiram seu exemplo, contemplando-a como um modelo de virtudes cristãs, vividas de maneira radical no matrimônio, na família e também na viuvez», constata o Santo Padre em sua carta, difundida no sábado -- em italiano, húngaro e alemão -- pela Sala de Informação da Santa Sé.
Em Santa Isabel da Hungria -- falecida aos 24 anos -- também «se inspiraram personalidades políticas, tirando de sua figura impulso para trabalhar na reconciliação dos povos», sublinha Bento XVI.
Em 17 de novembro passado, teve início, em Roma, o ano internacional dedicado a Isabel da Hungria, uma iniciativa -- reconhece o Santo Padre -- «que está dando novos estímulos para compreender melhor a espiritualidade» da santa «que recorda ainda hoje a seus compatriotas e aos habitantes do continente europeu a importância dos valores imperecíveis do Evangelho».
O Papa confia em que o conhecimento mais profundo da personalidade e obra de Santa Isabel da Hungria e Turíngia «ajude a redescobrir cada vez com consciência mais viva as raízes cristãs da Hungria e da própria Europa, impulsionando os responsáveis a desenvolver de forma harmônica e respeitosa o diálogo entre Igreja e sociedade civil, para construir um mundo realmente livre e solidário».
O Santo Padre expressa igualmente seu desejo de que este ano internacional constitua «para húngaros, alemães e para todos os europeus uma ocasião propícia para evidenciar a herança cristã recebida de seus pais», para continuar «tirando daquelas raízes a seiva necessária para uma frutificação abundante no novo milênio, há pouco iniciado».
Papa Bento XVI
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