19 de maio de 2015

Especial - Mês de Maria, Mãe do Redentor


Maria, a força da piedade popular.


Por Lina Boff

O que levou o magistério da Igreja a proclamar o dogma da Imaculada Conceição de Maria foi a força da piedade popular, que se expressou através de sua fé e seu culto a Maria, desde as primeiras comunidades do cristianismo primitivo. A contribuição da teologia neste caso, ainda que com suas justas reservas, foi a de acompanhar tal processo, numa atitude de vigilância, no sentido de perceber a força da experiência da fé nas comunidades e debruçar-se, com desprendimento, sobre a afirmação do magistério eclesial, com a finalidade de dar às palavras do dogma uma interpretação que não anulasse uma experiência de fé popular mariana, que já vinha, há séculos, crescendo.

A explicação do dogma se dá levando em conta a maturação da verdade professada pelo culto e pela piedade popular, que vem sendo legitimada, percebida e praticada pelas comunidades de fé. Maria torna-se, gradativamente, não só figura e símbolo, mas ela realiza o plano do Pai com uma missão específica: a de ser a mulher cheia de graça, a mulher que está com o Senhor, a bendita entre as mulheres e aquela que traz em seu seio o fruto bendito, obra do Espírito Santo.

A reflexão teológica, então, busca penetrar o sentido das palavras do dogma para a fé popular para expô-la, com maturidade, dentro do plano divino. Por isso tudo, Maria invocada, cultuada e se encontra profundamente arraigada na fé e no culto popular como a santa e toda imaculada, sobretudo a santa poderosa que intercede junto a Jesus em favor de seus filhos e filhas, peregrinos nesta terra. Ela é a companheira do povo que caminha em direção ao Pai, que enviou o Filho para reconciliar toda a humanidade com Deus, pela força do Espírito Santo.

Texto do livro “Imaculada Maria do Povo, Maria de Deus”, do capítulo “A mulher toda santa e imaculada”, de Lina Boff, que é teóloga e ensina Teologia Sistemática na Faculdade Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

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