Virgem da Terceira Ordem (1850-1917)
Fundadora das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Canonizada por Pio XII no dia 7 de julho de 1946.
Nascida a 17 de julho de 1850 em S. Ângelo Lodigiano, de uma família
de agricultores, tinha bebido, do ambiente e das pessoas que a cercavam,
uma fé autêntica, vivida cotidianamente. Francisca Cabrini foi a
penúltima de quinze filhos de Antônio e Estela. Desde pequena se
entusiasmava ao ler a vida dos santos. A preferida era a de São
Francisco Xavier, a quem venerou tanto que assumiu seu sobrenome, se
auto-intitulando Xavier. Sua infância e adolescência foram tristes e
simples, cheia de sacrifícios e pesares.
Franzina, de saúde fraca, não conseguiu ser aceita nos conventos.
Apesar disso, era dona de uma alma grandiosa, digna de figurar entre os
santos. Assim pode ser definida santa Francisca Cabrini, com sua vida
voltada somente para a caridade e o bem do próximo.
Sua formação pessoal e profissional desenvolveu-se nos anos das
guerras da independência e das lutas políticas, que trouxeram a
unificação da Itália; lutam que sacudiram também o quieto curso da vida
provinciana e nela inseriram elementos insatisfeitos e contrastes entre
grupos opostos.
Foi educada com firmeza e fidelidade aos princípios da fé, na
obediência à Igreja e aos seus representantes e sua fé tornou-se para
ela em estilo de vida, sempre animado e alimentado pelo vivo desejo de
transmitir a riqueza do conhecimento de Cristo e de sua mensagem de amor
e salvação. Como professora teve sempre em mira a formação da pessoa,
cuidando do desenvolvimento dos valores humanos e cristãos com o método
da simplicidade e da clareza, do respeito ao outro, que procura
convencer, sem impor.
Francisca, porém, gostava tanto de ler e se aplicava de tal forma nos
estudos que seus pais fizeram o possível para que ela pudesse tornar-se
professora.
Mal se viu formada, porém, encontrou-se órfã. No prazo de um ano
perdeu o pai e a mãe. Enquanto lecionava e atuava em obras de caridade
em sua cidade, acalentava o sonho de entregar-se de vez à vida
religiosa. Aos poucos, foi criando coragem e, por fim, pediu admissão em
dois conventos, mas não foi aceita em nenhum. A causa era a sua
fragilidade física. Mas também influiu a displicência e o egoísmo do
padre da paróquia, que a queria trabalhando junto dele nas obras de
caridade da comunidade.
Francisca, embora decepcionada, nunca desistiu do sonho. Passado o
tempo, quando já tinha trinta anos de idade, desabafou com um bispo o
quanto desejava abraçar uma obra missionária e esse a aconselhou: “Quer
ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para
esse fim, funde um”. Foi, exatamente, o que ela fez.
Com o auxílio do vigário, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs
Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de
são Francisco Xavier. Ainda: obteve o apoio do papa Leão XIII, que
apontou o alvo para as missões de Francisca: “O Ocidente, não o Oriente,
como fez são Francisco”. Era o período das grandes migrações rumo às
Américas por causa das guerras que assolavam a Itália. As pessoas
chegavam aos cais do Novo Mundo desorientadas, necessitadas de apoio,
solidariedade e, sobretudo, orientação espiritual. Francisca preparou
missionárias dispostas e plenas de fé, como ela, para acompanhar os
imigrantes em sua nova jornada.
Tinham o objetivo de fundar, nas terras aonde chegavam, hospitais,
asilos e escolas que lhes possibilitassem calor humano, amparo e
conforto.
Em trinta anos de intensa atividade, Francisca Cabrini fundou
sessenta e sete Casas na Itália, França e nas Américas, no Brasil
inclusive. Mais de trinta vezes cruzou os oceanos aquela “pequena e
fraca professora lombarda”, que enfrentava, destemida, as autoridades
políticas em defesa dos direitos de seus imigrantes nos novos lares.
Madre Cabrini, como era popularmente chamada, morreu em Chicago,
Estados Unidos, em 22 de dezembro de 1917. Solenemente, seu corpo foi
transportado para New York, onde o sepultaram na capela anexa à Escola
Madre Cabrini, para ficar mais próxima dos imigrantes. Canonizada em
1946, santa Francisca Xavier Cabrini é festejada no mundo todo, no dia
de sua morte, como padroeira dos imigrantes.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola
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