1 de fevereiro de 2014
O grito de Francisco continua ecoando
Por Frei Almir Ribeiro Guimarães, Ofm
“É isto que eu quero, isto que desejo de todo o coração!” Este foi o grito de Francisco depois de ter ouvido o Evangelho do envio dos apóstolos, dois a dois, despojadamente, pelo mundo afora.
Vamos pedir a Frei Antonin Alis, OFMCap, que nos introduza no mistério de Francisco:“Por sua exclamação, por seu gesto, Francisco nos convida a levar a sério o Evangelho. Antes de tudo numa atitude de verdade com respeito a si mesmo e com o que percebe como vontade de Deus para com ele é que ele agir . O que deve ser feito é aquilo que manda o Evangelho. Uma tal evidência provém do mais profundo de seu ser.
Abandonando a tudo, começa ele a palmilhar o caminho da conversão. Despoja-se antes de tudo dos bens exteriores, conservando apenas o essencial. Progressivamente depois vai se despojar de seu orgulho, suficiência e narcisismo. E isso vai durar todo o tempo de sua vida. Começará a percorrer um caminho de serviço, de minorismo, de fraternidade, de tal sorte que vai abandonar todo desejo de poder, de dominação sobre o que quer que seja, imitando assim Cristo servo.
Vai se abrindo à ação do Espirito Santo e a seu santo modo de operar, transformando-se a partir do interior. Um tal despojamento, desencadeado pela escuta da Palavra vai durar até o final de seus dias, nu sobre a terra nua. Lentamente, a Palavra nele germina e se torna tão fecunda que faz com que se identifique com seu Senhor e Mestre; lentamente a Palavra se torna fecunda para os outros, para todos os o escutam e veem o trabalho do Espírito nele. Testemunha, Francisco o é antes de tudo porque deixa a Palavra transformá-lo por inteiro. Por tudo isso, ele experimenta a alegria, a verdadeira alegria, a alegria perfeita que o plenifica e faz com que ele transborde em ação de graças” (Évangile Aujurd’hui, n. 205, p. 38).
Os franciscanos de hoje, nas novas condições do mundo, buscam escutar o Evangelho com todas as veras de seu coração não se deixando instalar nas penúltimas realizações mas tendo os olhos fixos nesse amanhã que o Evangelho pode descortinar.
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