11 de fevereiro de 2015

11/02 - Bem-aventurada Clara de Rimini



Viúva da Segunda Ordem (1260-1326). Aprovou seu culto Pio VI no dia 22 de dezembro de 1784.



Nascida em Rimini por volta de 1260, esta Clara durante bastante tempo não foi motivo de honra para sua homônima de Assis. Foi aliciada e dominada pelo ambiente mundano da época e da família. Tendo perdido a esposa, o pai casou-se com uma viúva rica e, para fortalecer a união das duas famílias, persuadiu Clara a casar com o filho dessa viúva. Mas Clara não tardou a perder o marido e, pouco depois, o pai. No entanto, estes dois desastres não lhe fizeram grande dano.


Era ainda uma mulher jovem e bela, rica e admirada. Não teve dificuldade em arranjar para novo marido um herdeiro rico duma das principais famílias de Rimini. Não tendo filhos, sentiu-se inteiramente livre e perseguiu uma vida dissipada até os 34 anos. Nessa altura deu-se uma mudança inesperada. Conta-se que, certo dia, ao entrar numa igreja franciscana, escutou uma voz a convidá-la para rezar com atenção um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. Clara obedeceu e, enquanto rezava devotamente essas orações, que já tinha quase esquecido, sentiu-se acometida por uma viva compunção pelos pecados cometidos e, ao mesmo tempo, inundada por uma alegria, até então desconhecida, e por uma paz interior como nunca sentira. Ficou comovida e resolveu abandonar definitivamente a vida dissipada que levava, as companhias, vaidades e futilidades anteriores.

Teve uma conversa com o marido, com uma seriedade difícil de imaginar nela. Pediu-lhe autorização para se retirar do mundo a fim de se dedicar a uma vida de solidão e penitência. O marido, após a surpresa inicial, compreendeu o que se passava com ela e concedeu-lhe permissão. Nasceu, então, uma nova Clara. Foi um modelo exemplar de penitência, sobretudo após a morte do segundo marido, ocorrida dois anos mais tarde. Por debaixo do pobre vestido cinzento usava sobre a carne cilícios e argolas de ferro; dormia em cima de tábuas, alimentava-se de restos que pedia. O seu verdadeiro alimento era a oração e a Eucaristia.

Mas se por um lado foi agraciada com êxtases e revelações, por outro lado foi vítima de desgraças políticas e teve de se retirar de Urbino, onde se refugiara com um irmão, gravemente enfermo. Nessa cidade foi um anjo de misericórdia para os doentes, pobres e encarcerados. Voltou para Rimini com 12 companheiras e aí fundou um convento onde vestiu o hábito e professou a regra das clarissas. Era em 1306. Ali veio a falecer 20 anos mais tarde, com 66 anos de idade, depois de suportar inúmeras provações, entre elas, a cegueira e um coma prolongado. Foi-se extinguindo lentamente, serena como uma criança, e logo começou a ser venerada como uma santa.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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