Martir japonês da Terceira Ordem Franciscana (+1597). Canonizado por Pio IX no dia 8 de junho de 1862.
A evangelização no Japão teve a sua etapa inaugural entre os anos de 1549 e 1561, por obra de São Francisco Xavier, e desenvolveu-se nos decênios seguintes com notáveis resultados. Em 1587 a comunidade católica japonesa já contava uns 205.000 fiéis, com o centro principal em Nagasaki.
Nesse ano começou a perseguição, com um decreto de expulsão dos jesuítas que, no entanto, permaneceram em grande parte clandestinos no país, continuando silenciosamente a sua atividade apostólica. Em 1593, vindos das Filipinas, desembarcaram no Japão alguns franciscanos, que encetaram nova fase de ação missionária: pregação da Palavra, coroada com numerosas conversões, construção de igrejas, conventos, hospitais e escolas para crianças. Estas dinâmicas iniciativas provocaram a reação do governo, que ordenou a prisão dos religiosos franciscanos e seus colaboradores mais próximos. As detenções foram levadas a cabo em datas diversas: em 9 de dezembro de 1596 foram presos seis franciscanos em Osaka; em 31 de dezembro foram capturados em Meaco quinze leigos japoneses; e no ano seguinte foram incluídos no grupo dos condenados outros cristãos japoneses.
Entre estes últimos contava-se Joaquim Sakakibara, natural de Osaka, que estivera ao serviço dos franciscanos, como ecônomo de hospitais e de outras obras de assistência da missão. Era ainda catecúmeno quando adoeceu. A esposa, que já era cristã, pediu aos padres que antecipassem o batismo do marido. Eles, porém, preferiram adiá-lo, a fim de ter mais tempo de se preparar bem para tão importante sacramento. E o batismo transformou-o noutro homem, aumentando-lhe o entusiasmo na prática do bem. Fez-se Terceiro Franciscano e dedicou toda a vida, como ecônomo e enfermeiro, a trabalhar em hospitais e noutras obras de assistência.
Também ele teve a sorte de ser contado entre os confessores da fé. Ao subirem para a Santa Colina, esses heróis são seguidos por numerosos cristãos que deploram a sua morte. Eles vão consolando os fiéis e pregando aos pagãos. Ao verem as cruzes onde iriam consumar o holocausto, ajoelham-se e cantam o “Bendictus”. Depois, cada um procura a sua cruz, à qual se abraça, apertando-a amorosamente ao coração.
Os soldados atam cada um ao seu madeiro. Do alto desse trono, cada um continua a pregar, de rosto sereno e iluminado. Às dez da manhã os soldados esperam ordem do governador para trespassarem as vítimas. Quando chega o veredicto, os mártires são horrivelmente destroçados e expiram a pronunciar os nomes de Jesus e Maria, ou a exclamar “Senhor, nos Vossas mãos encomendo o meu espírito”, ou a cantar “Louvai ao Senhor todas as nações!”. A última vítima a ser sacrificada foi São Pedro Baptista, que animou os cristãos à perseverança, convidou os pagãos à conversão e implorou perdão para os verdugos. Assim se completou a imolação dos 26 mártires, que seria sementeira fecunda de novos cristãos. Era uma quarta-feira, 5 de fevereiro de 1597.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola
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