16 de agosto de 2011

DA ORDEM DOS PENITENTES DO SÉCULO XIII À ORDEM FRANCISCANA SECULAR DO SECULO XXI

Sabemos que essa Ordem surgiu no século XIII, pelo desejo manifestado por Francisco de incluir os leigos entre os seus seguidores (I Fiorette 1,16); em Thomaz de Seleno 1, 15, vemos como o povo gostava de estar junto de Francisco e servi-lo, pela adesão o Luquésio de Poggibonzi e sua esposa Buona Donna, as quais Francisco Prometeu uma Regra para que o pudessem segui-lo sem sair de casa; também na Legenda dos Três Companheiros (14,60), lê-se que os leigos “dedicavam-se a uma penitência muito generosa em suas casas”.
Muitos autores ao falarem do século XIII, relataram que a partir de 1207 Francisco foi um penitente, até 1209, quando fundou a Ordem Primeira, sendo que ele com seus confrades se tornaram “pregadores itinerantes”.
“Se já na metade Século XII se tinha constatado no movimento penitencial um acréscimo, agora, sob o influxo dos frades menores, numerosos guias e orientadores, milhares de pessoas se reuniram, a vidas por viver este ideal”.
O imã atrativo era Francisco mesmo, com sua vivencia autentica aquilo que aspiravam.
A maior parte dos penitentes passou a seguir sua espiritualidade, difundida por seus confrades, e se tornaram então “ Penitentes de São Francisco”, embora nos documentos oficiais continuassem chamados “irmãos e irmã da penitencia”.
Somente no fim do século XIII, decênio depois da morte de Francisco se fala “da Ordem Terceira de São Francisco”.
Francisco é considerado o fundador da Ordem Terceira porque muitos jovens, homens e mulheres casados seguiram fielmente a espiritualidade franciscana e deram a origem à “ Ordem dos irmãos e irmãs da penitencia de São Francisco”, contudo, não existia um documento canônico assinado a respeito.
De 1221 a 1228, viveram o que dispunha “Memoriali Propositi”, regra aprovada pelo papa Gregório IX para todos os penitentes da época, por tanto sem nenhuma influencia franciscana.
Na regra não bulada dos frades menores – “Cap. XXIII, 16 a 22”, consta o ardente desejo de Francisco pelo salvação de toda humanidade.
A inspiração original de Francisco consta da “carta aos fieis”, que é hoje o prólogo da regra de 1978.
O papa Nicolau IV ( que era frade menor) em 18 de agosto de 1289 aprovou a Regra “ supra Montem”, obrigando a Ordem da penitencia do mundo inteiro a aceitar os frades menores como visitadores e procuradores de suas fraternidades. Em 30 de maio de 1883 o papa Leão XIII (franciscano e membro da OFS), aprovou uma regra especifica para os franciscanos seculares, por meio da Encíclica “Misericors dei Filius”. Nota-se menos rigor nesta Regra, pois o papa entendeu que a situação do século XIII era bem diferente do século XIX. Em 25 de agosto de 1957 foram aprovadas as constituições gerais da regra de Leão XIII. Não foram feitas a partir da Própria OFS, mas impostas. Por isso n~]ao atenderam completamente às aspirações de muitos franciscanos seculares.Pelo breve apostólico “Serapticus partriarcha”, em 24 de junho de 1978 foi aprovada a Regra de Paulo VI assinada poucas semans antes de sua morte. Em 27 de setembro de 1982, o papa João Paulo II recebeu peregrinos franciscanos seculares na sala máxima e lhes disse: “Amai e estudai e vivei a Regra e a Ordem Franciscana Secular,... Ela é um autentico tesouro em vossas mãos, sintonizado no espírito do Concilio Vaticano II e correspondente ao que a igreja espera de vós.Amai, estudai e vivei esta regra, porque os valores nela contidos são eminentemente evangélicos. Vivei esses valores em fraternidade e vivei-os no mundo, no qual, pela vossa vocação secular estais, envolvidos e radicados. Vivei estes valores evangélicos nas vossas famílias, transmitindo a fé com a oração, o exemplo com a educação, e vivei as exigências evangélicas do amor recíproco, da fidelidade e do respeito à vida . Cristo, o pobre e crucificado, seja para vós como foi para Francisco de Assis, o inspirador e o centro da vida com Deus e com os homens. Esta regra tem apenas 26 artigos, profundos, belíssimos pelo que contem. Muitos livros já foram escritos sobre ela, mas o capitulo II, relativo a forma de vida é considerado o mais importante. Por isso o Concilio Nacional da OFS do Brasil preparou o Livro: “ a Vida em Fraternidade”, destinado a uso de todos os franciscanos seculares e jufristas, e especialmente dos membros dos conselhos dos diversos níveis. Em 08 de setembro de 1990, foram a provadas em caráter experimental as constituições gerais com três grandes linhas mestras: a secularidade, a unidade e a autonomia. Foram atualizadas e suas emendas aprovadas em 08 de dezembro de 2000, promulgadas em 06 de fevereiro de 2001 e entraram em vigor a partir de 06 de março de 2001. No texto foram observados os seguintes critérios: adesão ao direito comum e ao direito próprio da OFS; respeito pelo texto já aprovado em 1990 pela Santa Sé; flexibilidade organizativa,;adaptação cultural e lingüística. COMO É A PEDAGOGIA FRANCISCANA NA OFS São Francisco deixou que Deus o transforma-se em seu processo de conversão “ O Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, viver uma vida de penitencia, o que antes era amargo, transformou-se em doçura da alma e do corpo” ( RNB 21,23). Quem não converte-se não pode salvar-se. Toda a pedagogia de Francisco é a própria pedagogia do amor. O estilo formativo de Francisco é o “amor cavalheiresco”, amor cortes.Diz-se que a cortesia é uma qualidade de Deus. Tudo ele fazia “por amor do amor”; procurava manter com fundamental a exclusividade de cada pessoa. O antídoto contra o mal é o bem. Com essa pedagogia Francisco tinha uma meta: conduzir todos os seus irmãos e seguidores a uma única fraternidade, onde ninguém tenha procedência sobre o outro. Para Francisco, a fraternidade é o lugar do encontro, da salvação, da pratica do amor. Esta pedagogia nos mostra o valor de cada pessoa humana e de toda criação. O franciscano secular vive sua vocação em seu estado de vida: como chefe de família, como celibatário, ou como viúvo. No seu convívio em casa, no trabalho, no lazer, na fraternidade, seu ser deve revestir-se das seguintes característica: a) seguimento do Cristo na forma de vida evangélica;b) pratica do fraternismo, manifestando ternura e compaixão com os mais fracos e pequenos e com todas as criaturas; c) humildade e pobreza, na coragem de ser menor e simples; viver atitude de serviços. d) alegria e otimismo, vivendo o sentido lúdico da vida; saber brincar para vencer as tentações do pessimismo, ou de tristeza; Esses fatores, é que tão a cada um a identidade franciscana, é o resultado da vivencia da espiritualidade franciscana. Esse é o objetivo da formação que cada membro da OFS recebe durante toda a sua vida na Ordem.A formação inicial se estende até a profissão e após a formação permanente. Francisco viveu intensamente sua espiritualidade identificando-se com Cristo, por isso o Franciscano Secular vive: a) uma espiritualidade cristocêntrica; b) afetiva, sem ser sentimental; c) marcadamente católica; d) contemplativa na ação; e) na intimidade com Deus no coração; f) na secularidade; g) na Fraternidade, na igreja e no mundo. Para ser admitido numa Fraternidade da OFS, verifica-se a vivencia do cristão, se tem espírito de mansidão de equilíbrio para conviver na Fraternidade. Não há restrição quanto ao nível cultural ou social. Contudo, aos mais carentes deve ser dado maior cuidado. Exemplo: se um jovem analfabeto desejar entra na Ordem e for um bom cristão, poderá ser aceito e ser alfabetizado e ajudado a crescer na sua vida pessoal, profissional, espiritual e social. Isto porque o objetivo da OFS é a formação integral das pessoas em toda as fases de sua vida. A OFS é também responsável pela JUFRA ( Juventude Franciscana).As constituições gerais que garantem à JUFRA a participação ativa em Fraternidades no processo de formação por intermédio do Animador Fraterno, que junto com o Assistente Espiritual e os responsáveis pela JUFRA, devem garantir adequada formação Franciscanas aos jovens e crianças.

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