10 de janeiro de 2015

10/01 - Bem-aventurado Gil de Lorenzana



Ermita religioso da Primeira Ordem (1443-1518). Seu culto foi aprovado por Leão XIII em 24 de junho de 1880.


Gil nasceu em Lorenzana em 1443. Seus pais lhe formaram piedosamente. Desde jovem, sentiu-se atraído pela vida eremítica. Com oferendas recolhidas de esmolas, construiu um oratório dedicado a Santo Antônio de Pádua, onde passava longas horas em fervorosa oração, absorvido em profunda contemplação. O povo admirava suas virtudes e o tinha como a um santo.


Para fugir da veneração, o piedoso ermitão fez sua morada um pouco mais longe de Lorenzana, junto ao pequeno santuário de “Santa Maria do Céu”, onde o silêncio da solidão era a mais agradável permanência para uma alma sedenta unicamente de Deus. Ali renovou a vida dos antigos anacoretas: silêncio, trabalho, oração. Contentava-se com poucas horas de repouso sobre um duro estrado de arame. Os sentidos eram refreados e a alma alcançava o mais alto auge da contemplação. Mas, também esse eremitério era o lugar de frequentes peregrinações que perturbavam sua solidão. Decidiu então deixar este santuário e trabalhar colaborando com um colono que vivia junto ao convento franciscano de Lorenzana. 

Mais tarde, pediu e obteve o hábito franciscano, na qualidade de irmão. Sua norma de vida foi austera: cilícios e flagelos martirizavam seu corpo e seu alimento era um pouco de pão. Sua alma tinha o ardente desejo do céu, tinha frequentes arrebatamentos. Por algum tempo foi enviado ao convento de Potenza, onde conservou a mesma norma de vida.

O conde Carlos de Guevara viu um dia uma pomba pousar em sua cabeça, enquanto estava em êxtase. A uma mulher, que chorava pela longa ausência do marido, Gil lhe predisse o regresso. Uma senhora Masella Blasi de Lorenzana se curou completamente com o sinal da cruz feito em sua fronte pelo servo de Deus.

Era atormentado por espíritos malignos que o jogavam contra o chão. Às vezes os confrades ouviam os ruídos dessa insídia. Uma grave enfermidade o fez decair em pouco tempo. No leito de morte deu edificante exemplo aos confrades. Com grande devoção recebeu os últimos sacramentos. Morreu em 10 de janeiro de 1518, com 75 anos de idade. Deus o glorificou com numerosos milagres.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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