3 de fevereiro de 2012

Um Deus que mendiga amor


Francisco de Assis ficava impressionado com a indigência de Deus em Jesus. A cena do presépio lhe entrara até o coração. Um Deus frágil, dependente dos seios da mãe e dos cuidados dos homens. No alto da cruz, pregado, amarrado, preso ele teria querido que alguém o tirasse dali. Um Deus pobre, indefeso, gritando: “Vede, se existe amor maior do que o meu?” Essa foi a tática do Senhor: aproximar-se dos homens gentilmente, sem espalhafato, suplicando-lhes a esmola da atenção. Os que respondem aos apelos do Coração rasgado do Redentor são cumulados de todos os bens e de todas as graças. O Deus que se manifesta em Jesus, sobretudo no alto da cruz, é um indigente. Santo Agostinho comentando o episódio da samaritana diz com muita propriedade: “Jesus pedia água à mulher, mas estava sedento de sua fé”. Bento XVI, por sua vez, escreveu: “Na Cruz, o próprio Deus mendiga o amor de sua criatura. Tem sede do amor de cada um de nós”. Os que se acostumam com a fragilidade Deus conhecem os mistérios do Senhor. Nosso Deus mendiga amor.

Um comentário:

  1. Lindo texto Clay! Parabéns, realmente nosso Deus mendiga amor. E este mendigar esta hoje nos irmãos que sofrem, nos excluídos, os marginalizados, é preciso encontrar Deus que mendiga amor no próximo.

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