A OFS do Brasil, por ocasião de seu Capítulo Nacional realizado em Brasília (agosto de 2012), escolheu como uma das prioridades do triênio 2012-2015, no campo da formação, o tema da família. Nossas fraternidades concretas desejam estudar a problemática que envolve esta pequena célula do mundo e da Igreja. Hoje queremos refletir sobre a realidade do casal e sua construção.
Pensamento de abertura
Um amigo disse no aniversário de sua mulher uma das coisas mais bonitas que ouvi: Todos os dias de nosso casamento (de uns 40 anos) eu te escolhi de novo como minha mulher. O casal mais feliz haveria de ser aquele que não desiste de correr atrás do sonho de que, apesar dos pesares, a gente cada dia se olharia, como da primeira vez, se enxergaria e se escolheria novamente (Lya Luft, in Perdas e Ganhos, Record, p.77).
Por Frei Almir Ribeiro Guimarães, Ofm
1. Uma das realidades mais importantes da vida de cada um de nós é a família: a família de que proviemos, a família em que vivemos, a família que gostaríamos que nossos filhos constituíssem. Não se pode viver sem pertença a uma precisa família, que chamamos de nossa família. Ela constitui nossa identidade e diz a quem pertencemos. É uma realidade camaleoa: uma coisa é a família antes da chegada dos filhos, outra com filhos pequenos, diferente da família com adolescentes e jovens, depois a casa vazia quando os filhos partem para estudar ou se casam, casal sozinho, tempo da viuvez, tempo dos netos, famílias desfeitas e refeitas. Família que é comunhão de vida e de amor, lugar de encontro, espaço de crescimento como pessoa e como seguidor de Cristo conhece também sombras: fragilidade do vínculo, multiplicação das uniões consensuais, fenômeno do mãe/e/ou/pai, solteirismo, desemprego, questões ligadas à sexualidade do casal e dos filhos, drogas, dificuldade de formação de personalidades maduras e cristãs. Por detrás de tudo o que acabamos de elencar está o casal. E é sobre ele que queremos nos debruçar neste tema. O casal não acontece sem empenho. Lya Luft fala que o casal feliz é aquele em que ele e ela se escolheriam novamente, cada dia. Somos obrigados a reconhecer que um sem número de casados viveram e vivem como que justapostos sem serem efetivamente casais, na realidade casais solteiros. Um dos maiores benefícios que a Pastoral Familiar pode prestar aos homens e mulheres é o de ajudar os casais a serem casais de fato casais.
2. O mistério do casal – O livro do Gênesis, nas suas primeiras páginas, fala da criação do mundo, do homem e da mulher. Adão percorre com o olhar tudo o que o Senhor colocara diante dele. Experimenta uma sombra de tristeza meio melancólica. Não encontra ninguém igual a ele. Não acha auxiliar que lhe correspondesse . “Então o Senhor Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e fez crescer carne em seu lugar. Depois da costela que tirara do homem, o Senhor modelou uma mulher e a trouxe ao homem. Então o homem exclamou: Esta sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem. Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2, 21). Homem e mulher são iguais e diferentes. Entre os dois há uma fortíssima atração. Dois numa carne. Assim, homem e mulher se buscam, se complementam, sentem que são feitos um para o outro. Há essa peregrinação do masculino para o feminino. E ao longo de um tempo nada curto os dois vão construir seu nós conjugal. Leva tempo para construir o casal!
3. Homem e mulher, no casamento, passam a ser companheiros de caminhada. O casamento é fruto de um enamoramento e de uma escolha livre. Normal que as pessoas se casem para serem amadas. Não é tão fácil surpreender o momento em que começa, efetivamente, a existir o laço amoroso para além do mero sentimento amoroso. Nos primeiros tempos e antes do casamento parece predominar esse sentimento amoroso forte e difuso, sensível, quase epidérmico. Antes do envolvimento dos corpos há o tempo do conhecimento. Antes do casamento deveria haver um tempo de noivado, como sempre houve no passado. Vai sendo desenhado um projeto familiar Há o tempo das conversas, das clarificações. A impressão que têm os que se amam é que o amor é um descentrar-se para centrar no outro. Uma moça e um rapaz fazem a experiência de terem sido escolhidos por alguém de fora do círculo familiar e de uma forma forte e única. Querem e precisam deixar pai e mãe e seu universo. Insisto na dimensão de companheirismo. Duas finalidades do casamento: expressão do amor mútuo de um homem e de uma mulher e a procriação. Há essas manifestações carinhosas entre os esposos e, de outro lado, marido e mulher assumem a belíssima missão de serem colaboradores da obra da criação. São os gestores da vida. Para nós, cristãos, tudo ganha uma dimensão de beleza e nobreza do sacramento dos casados: o matrimônio.
4. Nos últimos cinquenta anos verificou-se a redescoberta do casal. Tempos houve em que a atenção era dirigida somente para a família. A impressão que se tinha é que o tempo do namoro e os primeiros tempos de casamento antes da chegada dos filhos eram o único tempo do casal. Ai o casal se olhava, se degustava. Depois vinham os filhos, serões, trabalhos, mamadeira, um, dois, três, muitos filhos. Fraldas, vacinas, filhos com deficiências sérias. O casal não tinha tempo de se olhar. Não tinha tempo de se construir casal como casal, e não dois seres apenas um ao lado do outro. Marido e mulher se “perdiam” na vida familiar: cozinha, trabalho, ganhar dinheiro, construir a casa, cuidar dos pais e sogros idosos. Aos poucos os filhos iam embora e o casal tinha esquecido de se amar como casal. Agora nada têm a se dizer. Não tiveram tempo de cuidar do casamento. As pessoas ficavam velhas antes da hora. O importante eram os filhos e depois os netos. A sexualidade do casal, ou seja, a qualidade desse envolvimento não era levada em consideração. As mais das vezes era mesmo descuidada. Não se ousava falar do tema. Os homens conversavam sobre o tema com seus colegas, meio pornograficamente. As mulheres não ousavam abordar. Poderiam ser vistas como mulheres menos nobres, mulheres da vida. E assim o casal não tinha uma bela vida sexual.
5. Conhecemos um tempo de valorização do casal como casal. Assistimos a uma valorização da mulher e tentativa de eliminação de todo machismo. Discute-se a relação. Deseja-se construir o casal e o casamento. A construção requer tempo e dedicação. Nunca se falou tanto em diálogo conjugal. Os casais não aceitam colocar todas as fichas nos filhos que vivem fora de casa e precisam aprender a voar com as próprias asas. Com a profissionalização da mulher nem sempre os filhos são suficientemente atendidos, nem o casal tem tempo para se construir. Há um estresse também no envolvimento do casal. Mas fica a convicção de que o casal será construído. Foram surgindo movimentos conjugais que ajudam a construir o laço conjugal. Marie Noël afirmava: “O amor é trabalho que leva tempo”.
6. No momento atual estamos conhecendo mudança de mentalidade na questão do casamento, mudanças que ainda levarão tempo para deitar raízes mais profundas. A vida conjugal se compreende como encontro e relação pessoal, íntima e responsável entre um homem e uma mulher. O casamento não é apenas um estado de vida, mas um projeto que se vai construindo. Parte de uma escolha livre. É tarefa e desenvolvimento contínuo baseado na recíproca interação. Com o casamento começa o tempo de realização das promessas. O amor dos noivos, emotivo e romântico, vai se convertendo num amor conjugal, realista e racional. O “sim” vai acontecendo no cotidiano. A aliança de amor se apresenta como um vocação de amor na convivência.
7. O relacionamento conjugal se especifica pela vida e pelo afeto. Depende de decisões livres tomadas com coragem para que o vínculo não se rompa, para que os laços se tornem fortes. O sucesso de um casamento se mensura pelo fato de ele poder dar aos dois sentido de vida, alegria existencial, companheirismo conjugal extremamente delicado. Não basta estar um lado do outro. É preciso uma qualidade do estar junto. Ninguém se casa para ser feliz, mas para viver a aventura do amor. Cada um terá reservas interiores tais que, aos poucos, sintam que entre os dois se criou uma realidade invisível que é o laço conjugal. Nada está garantido. Tudo está em movimento. Por isso será fundamental construir o casamento.
8. “O processo do encontro matrimonial é lento e ambíguo. Precisa superar o comodismo, as feridas, cansaço, a dificuldade de aprender com a própria experiência. O casamento traz felicidade somente quando é conquista progressiva e aquisição crescente. O casamento é sólido e forte quando é satisfatório para os cônjuges, mesmo à custa de luta e de esforço” (Bonifácio Fernández). O amor conjugal se insere num projeto de convivência. Belíssimo quando o casal chega às bodas de ouro de mãos dadas, tendo feito a experiência de viverem juntos o amor conjugal, paternidade, maternidade. Belo quando como casal participaram da vida da Igreja, belo quando se tornaram um só corpo e um só coração. A base de uma família sólida é um casal que seja casal.
9. Cria-se uma família a partir do amor de um casal. Para haver uma família se faz mister “construir um casal”. Casais frágeis não são bom fundamento para a família. Quanto mais solido o casal, mais chances de êxito. O amor é fundamento do casal e fundamento da família. “O amor é uma apelo para sairmos de nós mesmos ao encontro do outro: isso se concretizou em nossas vidas no dia em que ficamos apaixonados. Ficar apaixonado é, antes de tudo, um dom de Deus (…) A solidão e a incerteza do futuro desaparecem porque uma pessoa nos escolheu, nos amou e nos deu a segurança de que tínhamos necessidade para enfrentar a vida, para curar o passado. Isso nos levou a nos examinarmos em profundidade com o desejo de oferecer nossa verdade ao outro. O outro, por sua vez, nos ofereceu seu tempo, seus pensamentos e essa correspondência de amor parece um dom imerecido. O mundo encheu-se de significado e nossa vida se unificou (…). No decorrer dessa caminhada, passamos talvez por crises conjugais às quais se juntaram, quem sabe, problemas causados pela adolescência e pela puberdade dos filhos; tivemos também problemas de saúde. Depois veio o tempo da dispersão dos filhos: às vezes a casa se enche de filhos e netos, às vezes ela fica vazia. O círculo se fecha e voltamos a ser o casal que éramos no começo, mas com uma bagagem de amor maior, com uma noção mais positiva do sofrimento, com um conhecimento mais fundo do mundo”
(Ser família hoje na Igreja e no mundo, Equipes de Nossa Senhora, Vozes 1993, p. 48-49).
Concluindo sem concluir
1. Uma das realidades mais importantes da vida de cada um de nós é a família: a família de que proviemos, a família em que vivemos, a família que gostaríamos que nossos filhos constituíssem. Não se pode viver sem pertença a uma precisa família, que chamamos de nossa família. Ela constitui nossa identidade e diz a quem pertencemos. É uma realidade camaleoa: uma coisa é a família antes da chegada dos filhos, outra com filhos pequenos, diferente da família com adolescentes e jovens, depois a casa vazia quando os filhos partem para estudar ou se casam, casal sozinho, tempo da viuvez, tempo dos netos, famílias desfeitas e refeitas. Família que é comunhão de vida e de amor, lugar de encontro, espaço de crescimento como pessoa e como seguidor de Cristo conhece também sombras: fragilidade do vínculo, multiplicação das uniões consensuais, fenômeno do mãe/e/ou/pai, solteirismo, desemprego, questões ligadas à sexualidade do casal e dos filhos, drogas, dificuldade de formação de personalidades maduras e cristãs. Por detrás de tudo o que acabamos de elencar está o casal. E é sobre ele que queremos nos debruçar neste tema. O casal não acontece sem empenho. Lya Luft fala que o casal feliz é aquele em que ele e ela se escolheriam novamente, cada dia. Somos obrigados a reconhecer que um sem número de casados viveram e vivem como que justapostos sem serem efetivamente casais, na realidade casais solteiros. Um dos maiores benefícios que a Pastoral Familiar pode prestar aos homens e mulheres é o de ajudar os casais a serem casais de fato casais.
2. O mistério do casal – O livro do Gênesis, nas suas primeiras páginas, fala da criação do mundo, do homem e da mulher. Adão percorre com o olhar tudo o que o Senhor colocara diante dele. Experimenta uma sombra de tristeza meio melancólica. Não encontra ninguém igual a ele. Não acha auxiliar que lhe correspondesse . “Então o Senhor Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e fez crescer carne em seu lugar. Depois da costela que tirara do homem, o Senhor modelou uma mulher e a trouxe ao homem. Então o homem exclamou: Esta sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem. Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2, 21). Homem e mulher são iguais e diferentes. Entre os dois há uma fortíssima atração. Dois numa carne. Assim, homem e mulher se buscam, se complementam, sentem que são feitos um para o outro. Há essa peregrinação do masculino para o feminino. E ao longo de um tempo nada curto os dois vão construir seu nós conjugal. Leva tempo para construir o casal!
3. Homem e mulher, no casamento, passam a ser companheiros de caminhada. O casamento é fruto de um enamoramento e de uma escolha livre. Normal que as pessoas se casem para serem amadas. Não é tão fácil surpreender o momento em que começa, efetivamente, a existir o laço amoroso para além do mero sentimento amoroso. Nos primeiros tempos e antes do casamento parece predominar esse sentimento amoroso forte e difuso, sensível, quase epidérmico. Antes do envolvimento dos corpos há o tempo do conhecimento. Antes do casamento deveria haver um tempo de noivado, como sempre houve no passado. Vai sendo desenhado um projeto familiar Há o tempo das conversas, das clarificações. A impressão que têm os que se amam é que o amor é um descentrar-se para centrar no outro. Uma moça e um rapaz fazem a experiência de terem sido escolhidos por alguém de fora do círculo familiar e de uma forma forte e única. Querem e precisam deixar pai e mãe e seu universo. Insisto na dimensão de companheirismo. Duas finalidades do casamento: expressão do amor mútuo de um homem e de uma mulher e a procriação. Há essas manifestações carinhosas entre os esposos e, de outro lado, marido e mulher assumem a belíssima missão de serem colaboradores da obra da criação. São os gestores da vida. Para nós, cristãos, tudo ganha uma dimensão de beleza e nobreza do sacramento dos casados: o matrimônio.
4. Nos últimos cinquenta anos verificou-se a redescoberta do casal. Tempos houve em que a atenção era dirigida somente para a família. A impressão que se tinha é que o tempo do namoro e os primeiros tempos de casamento antes da chegada dos filhos eram o único tempo do casal. Ai o casal se olhava, se degustava. Depois vinham os filhos, serões, trabalhos, mamadeira, um, dois, três, muitos filhos. Fraldas, vacinas, filhos com deficiências sérias. O casal não tinha tempo de se olhar. Não tinha tempo de se construir casal como casal, e não dois seres apenas um ao lado do outro. Marido e mulher se “perdiam” na vida familiar: cozinha, trabalho, ganhar dinheiro, construir a casa, cuidar dos pais e sogros idosos. Aos poucos os filhos iam embora e o casal tinha esquecido de se amar como casal. Agora nada têm a se dizer. Não tiveram tempo de cuidar do casamento. As pessoas ficavam velhas antes da hora. O importante eram os filhos e depois os netos. A sexualidade do casal, ou seja, a qualidade desse envolvimento não era levada em consideração. As mais das vezes era mesmo descuidada. Não se ousava falar do tema. Os homens conversavam sobre o tema com seus colegas, meio pornograficamente. As mulheres não ousavam abordar. Poderiam ser vistas como mulheres menos nobres, mulheres da vida. E assim o casal não tinha uma bela vida sexual.
5. Conhecemos um tempo de valorização do casal como casal. Assistimos a uma valorização da mulher e tentativa de eliminação de todo machismo. Discute-se a relação. Deseja-se construir o casal e o casamento. A construção requer tempo e dedicação. Nunca se falou tanto em diálogo conjugal. Os casais não aceitam colocar todas as fichas nos filhos que vivem fora de casa e precisam aprender a voar com as próprias asas. Com a profissionalização da mulher nem sempre os filhos são suficientemente atendidos, nem o casal tem tempo para se construir. Há um estresse também no envolvimento do casal. Mas fica a convicção de que o casal será construído. Foram surgindo movimentos conjugais que ajudam a construir o laço conjugal. Marie Noël afirmava: “O amor é trabalho que leva tempo”.
6. No momento atual estamos conhecendo mudança de mentalidade na questão do casamento, mudanças que ainda levarão tempo para deitar raízes mais profundas. A vida conjugal se compreende como encontro e relação pessoal, íntima e responsável entre um homem e uma mulher. O casamento não é apenas um estado de vida, mas um projeto que se vai construindo. Parte de uma escolha livre. É tarefa e desenvolvimento contínuo baseado na recíproca interação. Com o casamento começa o tempo de realização das promessas. O amor dos noivos, emotivo e romântico, vai se convertendo num amor conjugal, realista e racional. O “sim” vai acontecendo no cotidiano. A aliança de amor se apresenta como um vocação de amor na convivência.
7. O relacionamento conjugal se especifica pela vida e pelo afeto. Depende de decisões livres tomadas com coragem para que o vínculo não se rompa, para que os laços se tornem fortes. O sucesso de um casamento se mensura pelo fato de ele poder dar aos dois sentido de vida, alegria existencial, companheirismo conjugal extremamente delicado. Não basta estar um lado do outro. É preciso uma qualidade do estar junto. Ninguém se casa para ser feliz, mas para viver a aventura do amor. Cada um terá reservas interiores tais que, aos poucos, sintam que entre os dois se criou uma realidade invisível que é o laço conjugal. Nada está garantido. Tudo está em movimento. Por isso será fundamental construir o casamento.
8. “O processo do encontro matrimonial é lento e ambíguo. Precisa superar o comodismo, as feridas, cansaço, a dificuldade de aprender com a própria experiência. O casamento traz felicidade somente quando é conquista progressiva e aquisição crescente. O casamento é sólido e forte quando é satisfatório para os cônjuges, mesmo à custa de luta e de esforço” (Bonifácio Fernández). O amor conjugal se insere num projeto de convivência. Belíssimo quando o casal chega às bodas de ouro de mãos dadas, tendo feito a experiência de viverem juntos o amor conjugal, paternidade, maternidade. Belo quando como casal participaram da vida da Igreja, belo quando se tornaram um só corpo e um só coração. A base de uma família sólida é um casal que seja casal.
9. Cria-se uma família a partir do amor de um casal. Para haver uma família se faz mister “construir um casal”. Casais frágeis não são bom fundamento para a família. Quanto mais solido o casal, mais chances de êxito. O amor é fundamento do casal e fundamento da família. “O amor é uma apelo para sairmos de nós mesmos ao encontro do outro: isso se concretizou em nossas vidas no dia em que ficamos apaixonados. Ficar apaixonado é, antes de tudo, um dom de Deus (…) A solidão e a incerteza do futuro desaparecem porque uma pessoa nos escolheu, nos amou e nos deu a segurança de que tínhamos necessidade para enfrentar a vida, para curar o passado. Isso nos levou a nos examinarmos em profundidade com o desejo de oferecer nossa verdade ao outro. O outro, por sua vez, nos ofereceu seu tempo, seus pensamentos e essa correspondência de amor parece um dom imerecido. O mundo encheu-se de significado e nossa vida se unificou (…). No decorrer dessa caminhada, passamos talvez por crises conjugais às quais se juntaram, quem sabe, problemas causados pela adolescência e pela puberdade dos filhos; tivemos também problemas de saúde. Depois veio o tempo da dispersão dos filhos: às vezes a casa se enche de filhos e netos, às vezes ela fica vazia. O círculo se fecha e voltamos a ser o casal que éramos no começo, mas com uma bagagem de amor maior, com uma noção mais positiva do sofrimento, com um conhecimento mais fundo do mundo”
(Ser família hoje na Igreja e no mundo, Equipes de Nossa Senhora, Vozes 1993, p. 48-49).
Concluindo sem concluir
Dissertamos sobre muitos aspectos do tema
do casal, mas ainda faltam elementos fundamentais. Continuaremos a
refletir sobre a construção da conjugalidade no próximo tema neste
site dos franciscanos abordando: Elementos práticos para a construção do casal em nossos dias.
Questionamentos
1. O que mais chama sua atenção na leitura deste tema? Por quê?
2. Quais os motivos pelos quais alguém se casa com alguém?
3. O que significa para o casal “escolher-se a cada dia”?
4. Como um casal pode crescer cristãmente como casal?
5. Por que quando os filhos deixam a casa muitos casais nada têm a se dizer?
2. Quais os motivos pelos quais alguém se casa com alguém?
3. O que significa para o casal “escolher-se a cada dia”?
4. Como um casal pode crescer cristãmente como casal?
5. Por que quando os filhos deixam a casa muitos casais nada têm a se dizer?
Frei Almir Ribeiro Guimarães, Ofm
Extraído de : http://www.franciscanos.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário