12 de outubro de 2012

Senhora Nossa, Mãe Aparecida


Entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, às margens da Rodovia Dutra e do Rio Paraíba se ergue a majestosa Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.  Os que já tivemos ocasião de viver algum tempo naquele espaço sabemos do encanto e da beleza do espetáculo de fé que ali se assiste.
Dizemos, com razão, que ali é a Casa da Mãe.  Os fiéis acorrem de todos os cantos.  Há ônibus de peregrinos que rodam horas e horas.  Há pessoas que fazem parte do caminho a pé.  Há os que sobre de joelhos ladeiras e escadas. Em todos e em cada um dos peregrinos e dos devotos estão os filhos que buscam estar um pouco na Casa da Mãe.  Há os que trazem o agradecimento das graças obtidas e os que  não aguentam mais as dores do corpo e do coração e fazem promessas à  Mãe de Jesus. Cansados da viagem,  sem poderem dormir, essas mulheres e esses homens de fé  querem colocar-se sob o manto da Mãe. Há mães que pedem pela conversão dos filhos, há esposos e esposas que suplicam graças para sua família e a solidez de seu casamento.  Há pessoas dadas à bebida e às drogas que buscam força… Sempre um espetáculo de fé.
A primeira leitura da missa tirada do livro de  Ester fala da prece de Ester pelo povo. A Igreja coloca a mesma prece nos lábios de Maria: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida, eis o meu pedido, e a vida do meu povo, eis o meu desejo”. Belíssimas palavras! A Mãe de Jesus olhando a multidão dos fiéis  pede ao  Filho e ao Pai que dê vida ao povo. Podemos imaginar que Maria peça também pelos pobrezinhos e quase miseráveis que lá estão e nem mesmo tenham pão para viver e sobreviver.
A segunda leitura tirada do Apocalipse  fala de uma mulher vestida de sol. Sabemos que essa luminosa criatura que tinha também a lua sob seus pés é Maria, a Imaculada em sua Conceição, que pisa a cabeça da serpente e que é assim a Mãe dos Pecadores.  Doce esse título da Senhora:  Maria, mãe dos pecadores que nos dirigimos à  Casa da Mãe.


No relato das Bodas de Caná  ouvimos Maria dizer a todos: “Por favor, diante das carências da vida, da consciência das falhas e pecados que comente… façam tudo o que ele mandar… ele transformará  água em vinho, desespero em esperança, morte em vida…Façam tudo o que ele mandar”.
Quando João Paulo II esteve em Aparecida, por ocasião da Dedicação da Basílica Nacional, disse:  “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem  Imaculada, a Senhora Aparecida”. Desde que eu pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, a ingenuidade e singeleza de suas palavras,  um grito da alma, um saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho no momento extremo de sua vida para ser nossa Mãe”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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