ESSE ESPLENDOROSO PAULO
Atos 22, 3-16; Marcos 16; 15-18
Não se pode imaginar a Igreja sem a figura do Apóstolo Paulo, desse Saulo de Tarso, do apóstolo das nações. Que seria uma Igreja confinada a uma mentalidade judaica estreita? Deus suscitou no início da “corrida” da Palavra, a vocação de Saulo que virou Paulo, o gigante: grande viajante missionário, escritor de cartas, homem terno em alguns de seus escritos, místico em muitos deles e quase temperamental e duro em outros. Um gigante que não pode ser descrito em meia dúzia de linhas. Neste 25 de janeiro comemoramos sua conversão.
Saulo não podia concordar com as histórias que se diziam a respeito de Jesus. Era demais. Esse “nazareno” meio sem história estava se igualando a Deus e já havia formado um grupo de seguidores. Não se pode adorar um homem. O livro dos Atos, no dia de hoje, dá a palavra a Paulo. “Persegui até a morte os que queriam seguir o caminho de Jesus. As autoridades judaicas me haviam dado cartas de recomendação. Fui a Damasco pare prender os seguidores dessa ilusão”.
Saulo já estava perto de Damasco. Era meio dia. Uma luz fascinante brilhou ao seu redor. Cai por terra. Jesus estava se manifestando a esse vaso de eleição. “Saulo, Saulo, por que me persegues?” E o Mestre se identifica: “Eu sou Jesus, o Nazareno, que tu persegues nos meus discípulos”.
“Que devo fazer?” Saulo fica cego, procura quem a voz havia indicado, começa a ligar esse Jesus com o Messias prometido nas Escrituras que ele tão bem conhecia. Ananias vem ao seu encontro e diz que sua cegueira está curada. Paulo fica sabendo que Deus grande lhe havia reservado uma missão especial. Paulo será de Cristo, totalmente, terá como lixo tudo o que não for Jesus, o amará profundamente e será seu apóstolo até os confins da terra tudo padecendo pelo seu amado. Sua vida será curta demais para tornar Cristo Jesus amado.
Depois de cair do cavalo, depois de compreender que Deus havia invadido todos os cantos de sua vida, Paulo ouve Ananias: “E agora, o que estais esperando? Levanta-te, recebe o batismo, purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!
Ninguém como ele compreendeu tão bem a figura de Cristo que sendo de condição divina não igualou a Deus, mas tornou-se servo e obediente. Paulo não sabia se era melhor continuar na vida falando do Senhor Jesus ou morrer e estar com ele. Ninguém falou tão belamente sobre o amor e a caridade como ele. Ninguém como ele compreendeu o tema dos dons e carismas que constroem a Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um polo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.
Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.
Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.
Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.
Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como “mais forte e mais brilhante que a luz do Sol”, desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra “visita” de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias, pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.
Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante, pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.
Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.
O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira “Teologia do Novo Testamento”. Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário