28 de janeiro de 2012

A Virgem Maria na Ordem Franciscana (4)

Por Cleiton Robson.

São Maximiliano Maria Kolbe:
fiel continuador da tradição mariana da Ordem Franciscana e
grande apóstolo da Imaculada

São Maximiliano não rompeu com a tradição mariana da Ordem, mas a continuou e a adornou de profunda intuição mística referente ao aspecto doutrinal, além de lhe dar uma direção original em relação ao aspecto prático do apostolado.

Sabemos que antes de tudo, São Maximiliano não era teólogo de profissão, que não deixou nenhum tratado mariológico. O seu rico pensamento acerca da Imaculada foi encontrado em suas cartas, nas suas reflexões pessoais, nos seus numerosos artigos publicados em revistas e em escritos preparados para publicação. Entre os citados, o primeiro é o mais importante, pois era necessariamente o material para um livro sobre o qual o Santo trabalhou, particularmente, nos últimos anos de sua vida, com a intenção de publicar um livro sobre a dogmática mariana e sobre a consagração a Nossa Senhora. Este por certo constitui a síntese orgânica de todo o pensamento mariano de São Maximiliano.

Em São Maximiliano, a Imaculada Conceição é o centro de toda a sua espiritualidade. Com o seu olhar retrospectivo, São Maximiliano podia afirmar que a devoção à Imaculada é patrimônio de todos os franciscanos e a causa na nossa tradição.

A Imaculada é vista, por São Maximiliano, sempre como um organismo vivo do mundo sobrenatural cristão e mais como um setor parado, um aspecto paralelo, que é visto em conjunto, talvez nobre, mas irrelevante na globalidade de tudo. Não fala da Imaculada Conceição como um privilégio relacionado à exceção de uma lei, isto é, em senso jurídico, com tudo aquilo que a nós soa como forma de privilégios injustos.

Ele via Maria e sua conceição como um mistério puramente relacionado à salvação, não como uma extrapolação de um aspecto isolado na contemplação solitária. São Maximiliano via Maria dinamicamente, por isso fundou um movimento denominado Milícia da Imaculada. Assim, a devoção de São Maximiliano não é uma devoção do senso comum, mas é cheio de vida evangélica como um carimbo, que marca a vida, é luz e amor revelado por Deus em Maria Imaculada. A totalidade irreversível de sua devoção a ela é que faz a sua espiritualidade, pois esta encontra o seu fundamento, na globalidade da visão e na função salvífica-universal de Maria no mistério da salvação. “A grandeza de Maria para São Maximiliano, é toda interior, pois extremamente ela vive uma vida de simplicidade e ordenada, depositando no Filho sobretudo, no momento mais importante de sua missão, todo o privilégio e toda a honra”.

São Maximiliano Maria Kolbe em sua cela, respondendo cartas
Podemos também perceber que na mariologia de São Maximiliano, estão presentes outras áreas da teologia, sem ater-se tanto na questão mariológica, mas juntamente a ela. Estão presentes também idéias acerca da Trindade, da encarnação de Cristo, sobre o Espírito Santo, a antropologia e sobre a Igreja. Assim, São Maximiliano, partindo do mistério de Maria Imaculada, acaba por se tornar um teólogo, pois levanta e clarifica muitas questões acerca da fé católica.

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EXTRAÍDO DE: http://www.reflexoesfranciscanas.com.br


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