7 de julho de 2012

OS ÍCONES E AS IMAGENS (3ª parte)

Frei Vitório Mazzuco Fº

OS ÍCONES E AS IMAGENS VLink

O cristianismo revelou seus mistérios num mundo de caráter profano; sua luz “brilhou na escuridão”, mas nunca conseguiu transformar inteiramente o ambiente no qual se expandiu. A Arte Cristã revela isto. Há um foco na pessoa do Salvador; isto exigiu uma arte figurativa, uma mistura entre o sagrado e o “mundano”.

A arte de inspiração verdadeiramente cristã deriva de imagens, de origem milagrosa, do Senhor Jesus, da Virgem Mãe, encarna uma sabedoria primordial que responde às suas verdades primordiais.

O quadro principal da arte cristã é a Liturgia. A Liturgia, em si, apresenta-se como obra de arte, que abrange vários níveis de inspiração. Seu centro é a Eucaristia que realiza a mais perfeita e misteriosa transformação. Há a transfiguração pela luz da graça!

A Liturgia determina a ordem arquitetônica e a disposição das imagens sagradas. O mais nobre dos ofícios postos a serviço da arte sagrada é o da ourivesaria, pois é responsável pelos recipientes sagrados e pelos instrumentos rituais. Há um caráter solar nesta arte, que é a importância da luz e do brilho na Liturgia.

OS ÍCONES E AS IMAGENS - VI

A imagem sagrada compreende uma doutrina, uma disciplina espiritual. A imagem revela a continuidade da Encarnação. São os arquétipos eternos que permanecem no inconsciente. Deus em sua essência transcendente não pode ser representado, mas a natureza humana de Jesus, que ele recebeu de sua Mãe, é passível de representação figurativa.

A forma humana de Cristo está misteriosamente ligada à sua essência Divina.
O Verbo não é meramente a Palavra, ao mesmo tempo eterna e temporal de Deus; é, também, a sua Imagem. O Verbo reflete Deus em todos os níveis de manifestação. A Imagem representa a projeção última da descida do Verbo Divino à terra.

Tem um texto do Concílio de Nicéia (787 d. C) que diz: “O Verbo indefinível do Pai definiu-se a Si Mesmo, fazendo-se carne por Ti, ó Geradora de Deus. Reconduzindo a imagem de Deus manchada, à sua forma primordial, Ele infundiu-lhe Beleza Divina. Reconhecendo e confessando isto, nós imitamos em nossas obras e nossas palavras”.

Dionísio, o Areopagita (imagem ao lado), demonstra o princípio do simbolismo das imagens: “A tradição, assim como os oráculos divinos, oculta o que é inteligível sob o que é material, e o que está além de todos os seres, sob o véu desses mesmos seres, dá forma e figura ao que não tem forma nem figura, e através da variedade e da materialidade desses emblemas, torna múltiplo e composto o que é essencialmente único, simples e incorpóreo” (“Dos Nomes Divinos”– Obra de Dionísio, no século V).


EXTRAÍDO DE: http://carismafranciscano.blogspot.com.br/

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