Professor da Terceira Ordem (1859-1902). Beatificado por Pio XII no dia 13 de abril de 1947.
Contardo Ferrini, chamado “astro de santidade e de ciência”, nasceu em Milão, no norte da Itália, a 5 de abril de 1859.
Contardo Ferrini tinha extrema inteligência. Filho de Rinaldo e
Luiza, ambos, desde cedo, cuidaram para o integral desenvolvimento de
sua potencialidade. Seu pai, um professor e engenheiro, incutiu-lhe o
desejo de buscar o conhecimento nas fontes verdadeiras e uni-lo à fé.
Esta última parte sempre foi muito desprezada pela maioria dos
intelectuais.
Porém Contardo foi um dos juristas mais apreciados e um dos grandes
romancistas do seu tempo. Um grande professor e intelectual, mas muito
diferente e especial também. O que o tornava realmente destacado era sua
dedicação religiosa, num tempo em que a Igreja atravessava profunda
crise de fé e enfrentava grande oposição. Já era assim quando nasceu, no
dia 5 de abril de 1859, em Milão, Itália. E continuaria sendo nas
décadas seguintes.
No plano intelectual, foi brilhante. Com dezessete anos, já havia
estudado hebraico, siríaco, sânscrito, copta e iniciava o curso de
Direito na Universidade de Pávia. Especializou-se em direito romano e
para isso, além de estudar latim, grego e alemão, paralelamente aprendeu
espanhol, inglês e francês. Laureado em 1880, como prêmio a
universidade deu-lhe uma bolsa de estudos, o que proporcionou-lhe a
oportunidade de estudar na Universidade de Berlim. Com vinte e quatro
anos, já lecionava direito criminal e direito romano, viajando pelo
exterior e realizando conferências e palestras.
No plano espiritual, foi exemplar. Mesmo depois de aguentar e sofrer
com as gozações dos companheiros de universidade por causa da
religiosidade, foi crescendo na fé. Fez voto de castidade em 1881, e
assistia à missa diariamente. Humilde, seu amor aos mais pobres o fez
participar das obras da Sociedade de São Vicente de Paulo. Simples, seu
amor à natureza – praticava alpinismo – o fez tornar-se terciário
franciscano em 1886.
Juntando os dois planos, foi um homem completo, amigo, solidário,
lutador das causas contra o divórcio, dos excessos de materialismo e em
defesa da infância abandonada. Especialmente, quando foi eleito
conselheiro municipal de Milão. Vivia para os estudos, as aulas, a
igreja e as orações solitárias em casa, mas estava sempre à disposição
de todos os que o procuravam para pedir ajuda, conselhos e orientações
pessoais.
Nas férias, sempre viajava para Suna, uma região montanhosa destinada
à pratica do alpinismo. Lá, conheceu um religioso apreciador e
praticante desse esporte, Achille Ratti, mais tarde Pio XI, promotor de
sua beatificação. Foi lá que contraiu a doença que o levou à morte em 17
de outubro de 1902, o tifo.
Deixou um legado literário importante: os escritos jurídicos de
Ferrini resultam nos cinco volumes conhecidos como “Obras de Contardo
Ferrini”, os estudos espirituais chamados de “Escritos religiosos de
Contardo Ferrini” e “A vida”.
O papa Pio XII beatificou-o em 1947. No mesmo ano, o bem-aventurado
Contardo Ferrini foi proclamado patrono da Faculdade Paulista de
Direito, da Pontifícia Universidade Católica, e a Sala de Reuniões da
mesma homenageia o seu nome. A celebração litúrgica em sua memória
ocorre no dia de sua morte.
Tinha apenas quarenta e três anos de idade quando, aos 17 de outubro de 1902, descansou na paz do Senhor.
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